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Coluna 17/05/21

Sobe e desce: os bastidores do jogo duro para a eleição de deputado federal em 2026 no Piauí

“Vai começar o jogo duro”, alertou um bem informado político, que presenciou, metaforicamente, várias eras geológicas no Piauí. Como assim? “Todo mundo está estudando o outro lado”, resumiu, sobre os preparativos para a eleição de 2026 para o Congresso Nacional – deputados federais e senadores. “Os que tão aí, ganharam por si e não podem ser tirados. Mas a próxima eleição, é outra história...”. Aí o bicho pega?

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Vai ter troco contra eles

Dois políticos estaduais que devem disputar o cargo de deputado federal em 2026, por exemplo, precisam ter atenção redobrada a respeito dos adversários que acumulam no caminho. Vamos chamá-los aqui de X e Y. O político X, caminha tranquilamente (mais ou menos) para disputar o primeiro lugar de federal com o emedebista Castro Neto. Estamos falando de coisa na casa de 200 mil votos. Obviamente esse não é um número do acaso. A meta é ultrapassar o senador Marcelo Castro, que quando foi deputado federal, em números absolutos, fez coisa de 12,41% dos votos. Até aí tudo bem, é direito de cada um ter suas metas. O problema é mais embaixo...

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O começo da escalada ou início do fim?

“Às vezes, isso é o princípio do fim. O Marcelo Castro foi grande o suficiente pra não incomodar. O X não se liga nisso. Tomou três lideranças agora para vereador ligados a Z (uma deputada estadual) e ela reclamou: ‘Qual a necessidade disso?’. Os movimentos dele sempre agridem alguém. A turma quer dar o troco”, explicou um interlocutor da coluna que costuma estar por dentro das conversas de sala gelada. 

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Pendências

Segundo a fonte, quanto mais voto se tem, muito mais compromisso fica pendente de ser honrado no decorrer do mandato. “Aí é eleito, na próxima eleição vai ter menos força pra federal e vão cortar as asas dele”, prevê o interlocutor. 

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Tudo que faz, incomoda

Já o outro político, que a coluna chamará de Y, tem se movimentado com força para ascender em 2026. Mas (sempre tem um “mas”), “incomoda”. “Não sabe se relacionar, lidar com o poder. Movimentos que ele faz, o desgastam pros pares dele”, pontuou, em reserva, justamente um desses pares. 

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Um trator no meio do caminho

“Ele tem um pacto com série de deputados estaduais pra fazer dobradinha em 26. O problema é que tem um ‘trator’ na frente dele. Quem é que quer brigar com ‘o homem’?”, ponderou outro político que domina o riscado, acrescentando uma frase enigmática, no fim: “Quando ele sair de onde está, a caneta vai comer no coro dele!”. A coluna não sabe do que se trata e só transcreveu as informações. Ao leitor, como sempre, as conclusões.

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Não esqueça o Santana e o Severo

Dois nomes que podem surpreender para deputado federal? Anote: o ex-deputado Zé Santana, pelo PT, e o deputado e futuro presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, Severo Eulálio (MDB). “O Santana tem a Agespisa, que as pessoas pensam que é fraca, mas não é não. E terá compensação. E o Severo tem a questão do parentesco também. Se ele entrar, é entrar para ganhar”, avaliou um petista histórico e cheio de histórias que referendam as análises feitas à coluna.

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Florentino, Merlong e Dr. Francisco: como ficam mesmo?

Os petistas Florentino Neto, Merlong Solano e Dr. Francisco, são os três deputados federais do PT cujas cadeiras estão marcadas com alvos vermelhos pelos pretendentes que querem sentar onde eles sentam-se. Ora, a física tem uma lei claríssima: dois corpos não ocupam o mesmo espaço. No caso de Florentino, uma fonte de Brasília lembra que ele faz parte de uma tendência do PT – a mesma do ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira – que tem força na Esplanada dos Ministérios e no Planalto. 

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Ponta de lança em BSB

“O Paulo Teixeira é um ministro bancado por essa tendência no PT, é ministro do partido, não é em faixa própria. Essa tendência precisa de deputados. E o Florentino pode ‘escapar’ pela questão nacional se for ponta de lança lá, podem liberar mais emendas, então ele está no jogo”, ressaltou o emissário da capital federal. 

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Fio da meada

Para o leitor não se perder, o PT é composto de uma série de tendências internas, que concorrem por espaços de representatividade da legenda, incluindo aí lideranças no Congresso e a presidência do partido. A corrente principal é a Construindo Um Novo Brasil (CNB), que conta com a presidente da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR) e o senador e ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. 

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Padrinho forte

“Já o Merlong tem uma atuação independente. Quando o Olavo (Rebelo, ex-conselheiro do TCE-PI) saiu, foi também por ele (Olavo antecipou a aposentadoria, dando espaço para a eleição da então deputada Rejane Dias e efetivando Merlong, então primeiro suplente)”. Um petista experiente, pondera, sobre as chances de Merlong em 2026: “Ele tem muita ligação com o Wellington. E quem é do Wellington evidentemente não é do Rafael, são grupos diferentes no PT”.

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Na próxima, a gente completa

Por falta de espaço (afinal, é um texto para internet, e não um livro de 500 páginas), a coluna adentrará nas edições seguintes em mais nuances sobre o tema das articulações de bastidores da bancada federal para 2026. Paciência, leitor. Você será recompensado. 

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Deu só todo mundo

Foi bem prestigiada a visita do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em Teresina: fez a parte administrativa, quando assinou um protocolo de intenções entre o Ministério da Previdência Social e a Câmara de Teresina para a instalação de um posto do INSS no local, além de receber o título de cidadania teresinense, proposto pelo presidente Enzo Samuel e o vereador Evandro Hidd. Já a parte política, a coluna convida o leitor para conferir abaixo o curioso depoimento de um político que acompanhou o evento do PDT na noite de ontem.

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Ganhem no gogó, galera!

“Rapaz, ele (Lupi) disse que eleição a gente ganha é no gogó. Última eleição que ele ganhou foi em 1991, aí ele ganhou no gogó. As coisas mudaram... Isso não tem nada a ver com a minha realidade”, desabafou o pré-candidato a vereador do PDT, à coluna. A colunista replicou, em nome do equilíbrio: mas eventos políticos são assim mesmo, retórica, o pré-candidato estava esperando o que? “Esperando um número! Basta a gente sair de casa que já tá gastando”. Bom...

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Quem são os estrelas mesmo?

Três nomes cotadíssimos para uma disputa feroz no PDT em Teresina estão sendo chamados pelos colegas de chapa de “Os estrelas”. A coluna considerou que era um elogio, afinal, as estrelas brilham e coisa e tal. No entanto, aparentemente, essa não era a intenção de quem criou a alcunha: “Nem pros eventos do PDT os estrelas vão... O X, nem pisou, porque sabe que é só pra encher linguiça. O Y e o T só deram uma passada porque eles não se misturam com a plebe não”. Amizade em chapa proporcional é um negócio complicadíssimo mesmo, leitor.

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Direto de NY

Registro direto de Nova York do deputado federal Jadyel Alencar (Republicanos), com o governador do Piauí, Rafael Fonteles. Alencar foi o representante da bancada federal que participou das conferências com investidores, com foco no "Investing in Piauí – Brazil Conference", colaboração entre o Financial Times e a Agência de Atração de Investimentos Estratégicos do Piauí (Investe Piauí). “Estamos aqui para discutir diversos temas importantes, a exemplo de como a digitalização pode impulsionar o desenvolvimento regional e a importância de criar um ambiente legislativo que suporte essa transformação", antecipou Jadyel Alencar.

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Para ler, ver e ouvir

Uma saga em alto nível, “Planeta dos Macacos: O Reinado” (nos cinemas), segue um planeta Terra onde os macacos têm sociedades desenvolvidas e os humanos se comportam de modo primitivo. O misticismo em torno do primeiro macaco a falar, o grande líder César, é deturpado por outros símios para subjugar os povos. Sons e ambientação na floresta dão a ideia de imersão total – afinal, é isso que queremos ao ir ao cinema. O filme é o início de uma segunda trilogia da antológica saga de ficção científica, ou seja, não é uma continuação direta. Mesmo assim, a coluna recomenda que o leitor se inteire do assunto vendo os filmes anteriores, disponíveis no streaming da Disney. No final, um sinal de esperança: afinal, não é a união e o amor que prevalecem sobre o ódio e a força? 

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Se conselho fosse bom

Estamos sempre atuando. Se você vai para o mundo com a sua máscara verdadeira, pode ter certeza de que um trem vai lhe atropelar bem ali na esquina. Caso prefira emitir opiniões em desagrado com a maioria e deixar bem claro o quanto você é diferente da massa, saiba que o próximo passo será sua exclusão e total isolamento. E ninguém constrói nada sem aliados. Seja um ator perceptivo e hábil para parecer sempre natural. Poder e status são inconstantes. Prefira observar e, para se preservar, camuflar-se no meio da multidão. Esse jogo é como aquela cena das regras no filme “Clube da Luta”: “A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta”. 

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Cifrada da Pedra no Meio do Caminho

Uma figura experiente e entendida de robustas questões públicas, está surpresa com o excesso de “liberdade” (eufemismo) com que alguns grupos – de diversos âmbitos - têm se movimentado no trato do erário. “Há uma pedra no meio do caminho e sempre há”, alertou a fonte. A pedra, segundo ele, atende pelo nome de “Polícia” e o sobrenome é “Federal”.  “Esse povo está fazendo tudo como se não existisse PF, é maluco. Os caras brincam demais. A sorte deles é que a oposição é a mesma coisa”. Ihhhh...

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Foto do dia

Para quem não sabe – como a colunista não sabia até ontem, Nápoles (Itália), é a terra natal da Imperatriz Teresa Cristina Maria de Bourbon, que possui uma forte relação com a capital. O nome Teresina, vem dela. Por lá esteve o secretário municipal de Planejamento João Henrique Sousa, em encontro com o vice-prefeito adjunto, Dário Annunziata, para criar uma cooperação cultural e institucional. O projeto da irmandade entre as duas cidades é idealizado pela Brigada Mandu Ladino e pelo professor da UFPI, Luiz Ayrton Santos. “Não é algo rápido, pois existem trâmites entre ministérios, mas temos a perspectiva de até novembro termos avançado neste acordo. Agradecemos ao prefeito Dr. Pessoa por ter nos dado esta missão de vir até aqui”, pontuou João Henrique à coluna.

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A frase para pensar

“Quem salta para o vazio não deve explicações para aqueles que ficam e assistem”, Jean-Luc Godard (1930-2022), cineasta franco-suíço.

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