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A esperada nova fase da Seleção Brasileira no comando de Dunga

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Durante a Copa do mundo comentamos aqui, na Rádio Pioneira e na TV Cidade Verde os mais diferentes aspectos do desempenho da Seleção Brasileira. Logo na estreia o escrete canarinho teve muítas dificuldades para vencer por 3 x 1, graças a um pênalti marcado a nosso favor em simulação do jogador Fred. Em seguida aconteceram o empate de 0 x 0 com o México e a goleada de 4 x 1 sobre Camarões, porém sem nada de extraordinário.

Nas oitavas de final o futebol brasileiro esteve muíto perto da eliminação no jogo com o Chile, vencido nos pênaltis. E mais um sofoco: 2 x 1 na Colômbia. Até aí ficou claro que o ataque não funcionava, com Fred totalmente fora de forma, mas mantido no time pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Para o confronto com a Alemanha estava evidente que o Brasil precisava reforçar o meio-campo para equilibrar a disputa, o que não fez e foi goleado por 7 x 1. Na decisão do terceiro lugar, nova derrota: Holanda 3 x 0.

Terminada a Copa do Mundo, continuamos acompanhando com muíta atenção as explicações para o fracasso brasileiro. Foram mais evidentes algumas ocorrências dentro e fora de campo, que merecem uma citação especial:

Fora de campo foi criado um ambiente de festa, do já ganhou. Felipão e Parreira cantaram vitória antes mesmo do primeiro jogo. Na Granja Comary faltava treinamento e sobrava oba-oba. Crianças invadiam o campo(tudo combinado), jogadores beijavam e eram beijados nas laterais do campo, apresentador de Tv parava algum treino para gravar matéria, TV montava estúdio na Granja e muíto mais. Jogadores se achavam grandes celebridades e por aí vai.Era enorme a preocupação com cabelos, brincos, tatuagem. 

Dentro de campo predominava o marketing pessoal de alguns jogadores. Cheguei a escrever que o zagueiro David Luiz estava doido. Ele era tudo, menos zagueiro. Ainda assim, recebia muítos elogios. A choradeira(comentei no dia) era simplesmente espantosa. Chegava a ganhar de uma creche. Para o jogo com a Alemanha os jogadores brasileiros entraram em campo com bonés de homenagem a Neymar, exibiram a camisa dele para o mundo, deram entrevistas afirmando que "vamos jogar para Neymar". Lembrei-me do jogo Flamengo x América do México no Maracanã pela Copa Libertadores da América. 

Dirigentes e jogadores rubro-negros esqueceram do jogo e concentraram atenções em homenagens a Joel Santana, que iria para a África do Sul. Pois o Flamengo perdeu por 3 x 0 e foi eliminado. Para o jogo com a Holanda inventaram de levar Neymar(estava em tratamento médico) para a Granja Comary e para o Estádio Mané Garrincha, sob alegação de que ele "daria uma força para os companheiros". Que vergonha. Como parecia que Neymar havia morrido, o jogador foi ressucitado para o Brasil vencer a Holanda. Perdeu por 3 x 0. Uma apresentadora de TV chegou a dizer no final da Copa que "o circo terminou". E acertou.

Aliás, atribuir o fracasso brasileiro a ausência de Neymar em dois jogos, não convence. O Brasil ganhou a Copa de 1962 sem Pelé. Na Copa de 1970 o meia Gérson, figura importante na equipe, sofreu uma contusão logo na estreia e ficou fora nas partidas com a Inglaterra e a Romênia. Paulo César Caju entrou e o Brasil venceu as duas. Na Copa de 1994 o Brasil ficou sem os zagueiros titulares Ricardo Gomes e Ricardo Rocha. Entraram Aldair e Márcio Santos e o título foi conquistado. E na partida final o titular Jorginho deixou o campo contundido, sendo substituído por Cafu. Algumas seleções perderam jogadores importantes antes e durante a Copa e não sofreram 10 gols em dois jogos.

Conheço de leitura e de ouvir as histórias que marcaram a derrota brasileira na Copa de 1950. Pois são muíto parecidas com as de 2014, inclusive com uma certa politicagem pelo meio, em ano de eleição.

A nossa imprensa esportiva voltou a cometer erros graves, como exagerar nos elogios, fazer dos jogadores campeões do mundo a cada semana. O goleiro Júlio César foi tratado como herói nacional ao defender os dois pênaltis contra o Chile. É apenas um exemplo. Elogiar, tudo bem, mas nem tanto. Deixa acabar a Copa. Agora ninguém fala no goleiro. Muítas matérias com a mãe, o pai de jogador contando as histórias de quando passavam fome. E tome choro.

Os jogadores-comentaristas nunca apontam erros, temendo ferir os companheiros. Técnico também em função de comentarista só para elogiar. Até Fred, um grande artilheiro, porém fora de forma, era elogiado. Um corporativismo total e prejudicial ao nosso futebol. No momento alguns companheiros profissionais da comunicação esportiva estão reconhecendo que o futebol brasileiro precisa de mudanças gerais e que o nível técnico do "brasileirão" é simplesmente péssimo. 

Dunga voltou ao comando da Seleção Brasileira, onde realizou um bom trabalho até a Copa de 2010. Não é possível antecipar resultados. Vamos esperar os jogos e apoiar as possíveis boas medidas a serem adotadas. E não precisa jogador chorar e a imprensa considerar um fato extraordinário a execução do Hino Nacional, que atualmente acontece em toda pelada pelo Brasil afora.

 

Dídimo de Castro
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