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Ataques a bancos crescem no Piauí e país registra 32 mortes; Veja ranking

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Levantamento da 7ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, elaborada por três instituições nacionais ligadas aos trabalhadores do ramo financeiro, mostra que os ataques a bancos alcançaram 1.693 ocorrências em todo país no primeiro semestre de 2014. Uma média de nove casos por dia, o que representa um crescimento de 9,1% em relação ao mesmo período do ano passado. No Piauí, o aumento foi bem acima da média nacional, passando de 25 casos em 2013 para 31 em 2014, o que corresponde a 24% de aumento. 

Os dados incluem as estatísticas de assaltos e arrombamentos. A pesquisa é elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravisp), com apoio técnico do Dieese, a partir de notícias da imprensa, estatísticas disponíveis de secretarias de segurança pública dos estados e informações de sindicatos e federações de vigilantes e bancários de todo o país.

No Piauí o comparativo entre os anos de 2012 e 2014 mostra que o estado saltou 10 posições em dois anos, passando de 23º para o 13º do ranking nacional. Em 2012 foram registrados em todo o Estado oito casos de ataques a banco. Já em 2014, somente no primeiro semestre já são 31 casos, sendo que oito foram assaltos e 23 arrombamentos. 

Item segurança vem sendo reivindicado pelos bancários não só no Piauí, mas em todo o Brasil. "O Piauí é pioneiro na aprovação de Lei de Segurança Bancária, aprovada em setembro de 2012, que determina que todos os bancos tenham um aparato de segurança como vidros a prova de balas, por exemplo. Alguns dos itens previstos em lei, já foram implantados nas agências, como biombos separando os caixas dos clientes e as portas giratórias", afirma o secretário geral do Sindicato dos Bancários do Piauí, João Sales Neto.

Segundo ele, o sindicato tem cobrado o cumprimento da lei e negociado junto aos bancos a contratação de mais vigilantes, bem como a instalação de câmeras de segurança internas e externas nas agências e correspondentes bancários na tentativa de evitar a saidinha de banco, um dos crimes mais comuns. "A situação hoje é preocupante e é o segundo ponto de reivindicação na categoria, depois do reajuste salarial".  

São Paulo e Minas Gerais continuam liderando o ranking, com 403 e 236 ataques, respectivamente. Em terceiro vem o Estado do Paraná, com 182, em quarto o Rio Grande do Sul, com 125, e em quinto a Bahia, com 120. A região Sudeste segue com o maior número de ataques (691), seguida do Nordeste (454), Sul (392), Norte (84) e Centro-Oeste (72). 

Mortes

Outro diagnóstico mostrado na pesquisa é sobre o número de mortes ocorridas durantes os ataques. O levantamento apurou a ocorrência de 32 assassinatos, média de cinco vítimas fatais por mês, um aumento de 6,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 30 mortes. Os dados também são baseados em notícias da imprensa, com apoio técnico do Dieese. 

São Paulo é o estado que liderou novamente a pesquisa com 12 mortes, o que representa 38,7% dos casos. Rio de Janeiro (4), Pernambuco (3), Minas Gerais (2), Paraná (2), Goiás (2) e Paraíba (2) são os estados que vêm em seguida. No Piauí, as duas últimas mortes registradas, todos os dois era gerentes de agências do Banco do Brasil. Em 2011, Humberto Rodrigues Veloso, foi morto por assaltantes na porta da agência após um assalto na cidade de Luzilândia e em 2013, Ademyston Rodrigues foi levado como refém em Miguel Alves e morto durante troca de tiros entre os assaltantes e a polícia. 

Em junho deste ano, o gerente do Banco do Brasil da cidade de Água Branca foi vítima de sequestro junto com sua família e dois vizinhos. Os assaltantes levaram ainda R$ 600 mil do cofre da agência e libertaram os reféns próximo a cidade de Curralinhos. 

O crime da "saidinha de banco" aumentou ainda mais a liderança entre os tipos de ocorrências, tendo provocado 20 mortes, o que representa 62,5% dos casos. O assalto a correspondentes bancários segue em segundo lugar, agora ao lado dos ataques a caixas eletrônicos, ambos com quatro mortes, o que significa 12,5% das vítimas fatais. Depois, vem mortes em assaltos a agências (3) e transporte de valores (1). 

Assim como cresceram as mortes em "saidinha de banco", aumentaram também os clientes como as maiores vítimas. Do total, 22 pessoas eram clientes, o que significa 68,8% dos assassinatos. Em seguida vêm policiais (2), vigilante (1) e outras pessoas (7), muitas vítimas de balas perdidas em tiroteios.

Em relação aos investimentos dos bancos privados e públicos em segurança, a pesquisa mostra que os cinco maiores bancos do país tiveram um lucro líquido de R$ 28,3 bilhões, mas investiram pouco mais de R$ 2 bilhões em aparatos de segurança para as agências bancárias. 

 

Sana Moraes
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