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Crea realiza em Campo Maior o II Seminário sobre procedimentos para a Regularização Fundiária

O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí – Crea-PI, promoverá no próximo dia 10 de abril, no município de Campo Maior, o II Seminário Sobre Procedimentos e Regularização Fundiária. Com o intuito de discutir a conjuntura fundiária e refletir os caminhos para otimizar os procedimentos, a atividade ocorrerá, a partir das 14 horas, no auditório do Tribunal Eleitoral da cidade.

Após realizar em janeiro o primeiro Seminário em Teresina, com caráter estadual, o objetivo é levar as discussões para outras localidades do estado e intensificar o debate para construção de ações efetivas que contribuam na eficácia dos processos e evolução das práticas. Nesse sentido, além de discutir a legislação, a ação visa alinhar as práticas e a percepção de todos os órgãos envolvidos no processo de regularização fundiária.

Para o Seminário em Campo Maior, foram convidados profissionais e instituições que convivem com as contradições e possibilitam apontar uma diretriz coerente de atuação. E o Crea-PI estende esse convite a todos os profissionais interessados no tema para ajudar na reflexão e elaboração propositiva no evento.

Entre os palestrantes estão os juízes Heliomar Rios Gonçalves, da Comarca de Bom Jesus, e Júlio César Meneses Garcês, da 2ª Vara Judiciária de Campo Maior, responsáveis por abordar a atual situação fundiária do Piauí e as experiências do judiciário nessa conjuntura. E contará ainda com o Tabelião Manoel Barbosa, titular do Cartório de Luís Correia, e Miguel Alves Nonato Filho, eng. agrimensor e Analista em Regularização Fundiária do Incra, para apresentar os procedimentos processuais dos das instituições em relação ao tema.

Por fim, o assessor de Relações Institucionais do Crea-PI, Wolteres Miranda, realizará palestra sobre legislação, padronização de procedimentos e alinhamento de conceitos na regularização fundiária, seguido por uma mesa-redonda, mediado pelo presidente do Clube de Engenharia do Piauí e assessor da Presidência do Crea-PI, Sandro Souza, para debater os principais apontamentos apresentados ao longo do Seminário e encaminhar ações.

“O Crea-PI tem no compromisso social uma base essencial, e realizamos esse Seminário um fruto importante disso. É um tema de profundo interesse para os profissionais e instituições da área mas, especialmente, para toda a sociedade, e estamos buscando exatamente trazer melhorias para direta ou indiretamente afetados nesses processos ”, expõe o presidente do Crea-PI, Paulo Roberto Ferreira de Oliveira.

Para mais informações: (86) 2107 9257 / (86) 9992 1446. Conheça a rede de comunicação do CREA-PI, acesse esta matéria no site e acompanhe as novidades do Conselho também no facebook.

Da Editoria de Cidades
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Cemitério da Batalha do Jenipapo vira local de peregrinação e deve ganhar estátuas para heróis

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Localizado na zona Rural de Campo Maior, a pouco mais de 80 km de Teresina, o cemitério dos heróis da Batalha do Jenipapo, além de ponto turístico da cidade, passou a ser um local de peregrinação para aqueles que acreditam ter pedidos atendidos pelas "almas do batalhão". Não é difícil encontrar junto a enorme cruz fincada no centro do local, membros do corpo humano representados em madeira, pástico e tecido. Tudo, deixado por fieis que acreditam ter sido ajudados e até curados pelos pedidos feitos às almas.

É o caso de Antônio Lira, de 35 anos, estivador que estava no cemitério no momento em que chegamos para a reportagem. O trabalhador acendia velas em agradecimento pela sua recuperação após um acidente de moto. Antônio conta que após o acidente, seu crânio ficou comprometido com o impacto e para ele as almas do batalhão ajudaram sua cura. "No dia do meu acidente, as almas do batalhão me valeram e eu fiquei bom", conta Antônio.

Edivan Lima, de 52 anos, também estava no cemitério acompanhando o amigo Antônio. Ele nos conta que sua mãe foi socorrida pelas preces as almas e relata que todos os anos vai ao local agradecer as graças recebidas. "Minha mãe tinha uma perna doente e agora está curada graças as almas do batalhão. Todos os anos venho aqui pois sabemos que eles são nossos ancestrais e irão nos valer", conta Edivan.

Os dois moram em uma comunidade próxima ao local onde ocorreu a sangrenta batalha. Todos os anos em 13 de março, solenidades religiosas e militares relembram o marco histórico que foi a Batalha do Jenipapo, que completou 192 anos em 2015, e especialmente nesse período o fluxo de pagadores de promessas e fieis aumenta consideravelmente.

Fotos: Wilson Filho/Cidade Verde

A fé, é o ingrediente que move todos a procurarem o local para fazer suas preces e não há barreiras nem mesmo para a idade. A estudante Vanice da Conceição, de 14 anos, também acendia velas junto a cruz em agradecimento pela recuperação de seu braço, que havia quebrado. "No mesmo dia as almas me atenderam e todos os anos venho aqui acender velas", contou.

Se os motivos para a peregrinação são vários e diversos, o desejo de todos os peregrinos que procuram o local é comum, a construção de um templo. Antônio explica que o local, além de oferecer um melhor espaço para receber todos, deve reforçar ainda mais a memória da batalha, lembrada todos os anos. "Nosso maior desejo era a construção desse templo. Há muitos anos que eu venho aqui e não tem nada. Esperamos que os governantes possam olhar pela gente e construir logo", apelou o estivador.

Prefeitura revela projetos
Em resposta ao pedido dos fieis, o prefeito Paulo Martins (PT), revelou em entrevista ao Cidadeverde.com que há um projeto de construção de um templo religioso, no local onde hoje há um memorial construído. O prefeito adiantou ainda o projeto de construção de estátuas que representarão os lutadores da Batalha do Jenipapo.


Paulo Martins em março, no último aniversário da Batalha do Jenipapo

"Queremos deixar claro que o memorial é um dos cinco pontos turísticos estratégicos para Campo Maior. Há sim a ideia de melhorar as condições e futuramente construirmos um local para que as pessoas tenham mais estrutura para fazer as suas preces. Outra ideia é caracterizar o local e quem participou da batalha. Para isso, faremos estátuas de vaqueiros, trabalhadores e do exército português, simbolizando quem participou daquela guerra. Queremos caracterizar essas pessoas que lutaram pela nossa independência", revelou o prefeito.

Retratar os passos de quem participou da batalha, por enquanto é um projeto que está no papel. Ainda no mês de abril o prefeito Paulo Martins deve se reunir com o Sebrae e outras entidades para definir os detalhes do novo plano estratégico para o turismo da região. "Vamos concluir esse projeto no mês de abril e nossa ideia é de ter sempre a presença do exército na região, que além de manter a segurança dará mais credibilidade ao local que de fato marcou a iniciação de nossa independência", declarou.

Rayldo Pereira
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Campo Maior sediará conferência estadual da Inclusão da pessoa com defifciência

O deputado estadual Aluísio Martins e o prefeito Paulo Martins, em audiência com o secretario Estadual de Inclusão da Pessoa com Deficiência, (SEID), Mauro Eduardo, oficializou a realização da Conferência Estadual de Inclusão em Campo Maior, no dia de 30 de abril.

O evento faz parte da agenda de realizações da SEID para fortalecer o debate em torno desse tema no Piauí. Além da Conferência será realizado um Fórum Estadual em Barras e o Plenário da Assembleia Legislativa do Piauí aprovou, na sessão de terça-feira, 24, o requerimento do deputado estadual Aluísio Martins, (PT), para que seja realizada, no dia 09 de junho de 2015, uma sessão solene para celebrar o Dia Estadual da Pessoa com Deficiência.

Além disso, o parlamentar, que terá como bandeira de mandato a defesa da inclusão de pessoas com deficiência, apresentará um projeto de Lei que proíbe a cobrança de taxas extras para deficientes que estudem em escolas particulares para que tenham acompanhamento especializado.

O deputado defendeu o requerimento, dizendo que vai defender os direitos da pessoa com deficiência na Alepi. O parlamentar lembra que o Piauí é o terceiro estado do país de pessoas com deficiência.

Da Editoria de Cidades
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Operador de máquinas é preso com duas armas de fogo em Campo Maior

A Polícia Rodoviária Federal prendeu em flagrante o homem identificado G.F. de S., de 21 anos portando ilegalmente duas armas de fogo carregadas. A prisão ocorreu no km 269 da BR 343 em Campo Maior na noite desta quarta-feira (25). O suspeito mora no bairro Tancredo Neves, em Teresina.

Com a ajuda de cães farejadores, os agentes da PRF encontraram um revólver marca Taurus,  calibre .38, municiado com seis balas e uma pistola da mesma marca, modelo PT 58 S, calibre .380 ACP,  também carregada com oito munições, ambas localizadas sob o banco do motorista do automóvel VW Fox 1.6 placa OEE-2120/PI, dirigido pelo preso.

Esta última arma tinha, inclusive, a numeração raspada, característica típica de armamento utilizado por criminosos em assaltos. Levantamentos apontaram que o homem preso tem passagem na polícia por crime de roubo (art. 157 do Código Penal), porém sem mandado de prisão em aberto.

Depois de detido, o acusado disse aos policiais que adquiriu as armas no “Shopping dos Camelôs” em Teresina pelo valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e negou participação em assaltos. Disse ainda que seria operador de máquinas numa empresa de Teresina e, na ocasião, voltava de um sítio de familiares na zona rural de Campo Maior com destino a Teresina, aonde teria ido “testar o armamento” ilegal.

As armas apreendidas e o preso foram encaminhados para a delegacia de polícia civil em Campo Maior para os procedimentos legais.

Da Editoria de Cidades
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Cisternas devem ser instaladas até maio deste ano em Campo Maior

O secretário municipal de Desenvolvimento Rural de Campo Maior, Aloísio Ernesto, informou nesta quarta-feira (25) que pretende instalar todas as cisternas recebidas da Codevasf até o mês de maio deste ano.

Aloísio Ernesto disse que foram pré-aprovadas 301 famílias. Entretanto, esse número ainda pode sofrer alterações para mais ou para menos porque há desistências e também novos interessados. “Ainda vamos fazer uma reunião com os beneficiários para ver quantos desistiram e quantos querem receber”, comentou.

Cerca de 100 comunidades da zona rural serão beneficiadas com o projeto, que faz parte do Plano Brasil Sem Miséria, do Governo Federal, e tem como objetivo o acesso universal à água, principalmente para o consumo humano.

Segundo o secretário, o processo de instalação está sendo executado por uma empresa contratada pela Codevasf e é coordenado por um conselho gestor juntamente com a SMDR, que tem o objetivo de identificar onde há falta d’água.

Cada cisterna comporta 16 mil litros de água. O beneficiário receberá uma capacitação para aprender a manusear e como utilizar a água no período de estiagem. 

Da Redação
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Prefeitura de Campo Maior lança Projeto Saúde em Movimento

A Prefeitura de Campo Maior lançou na segunda-feira (23) o Projeto Saúde em Movimento. A solenidade, que reuniu profissionais da Atenção Básica e foi promovida pela Secretaria Municipal de Saúde, aconteceu no plenário da Câmara de Vereadores.

O Projeto Saúde em Movimento tem como objetivo combater os males do sedentarismo por meio de práticas seguras e orientadas de atividade físicas com o acompanhamento multiprofissional (médicos, nutricionistas e educadores físicos).

A abertura contou com a presença do secretário municipal de Saúde, Marcelo Pereira, da coordenadora da Atenção Básica no município, a enfermeira Lúcia Leonara, agentes comunitários de saúde e quase todos os coordenadores, supervisores e gerentes dos programas de saúde da Secretária, além de todos os profissionais da Atenção Básica (médicos, enfermeiros, dentistas, auxiliares de saúde bucal, técnicos de enfermagem, profissionais do NASF e outros).

O secretário Marcelo Pereira agradeceu a presença de todos, parabenizando-os pela atenção às ações e pelo empenho nos trabalhos realizados no dia a dia, e em cada projeto lançado para dinamizar a saúde no município. “A Saúde dispõe de muitos projetos que alcançam a sociedade promovendo mais qualidade de vida às pessoas”, disse o secretário. Ele destacou a importância dos profissionais no sentido de informar e sensibilizar a sociedade para o autocuidado e uso dos serviços de saúde pública disponíveis.

Durante o encontro, foi lançado I Circuito Saúde É Assim que se Faz, que acontecerá todo ano no dia Mundial de Saúde, 7 de abril, e será comemorado em Campo Maior com varias atividades. O objetivo é incentivar a prática de vida saudável, bem como fornecer  à população serviços de saúde de uma forma dinâmica e que motive a participação e a prática do autocuidado, em prol não apenas da saúde mais da qualidade de vida.

Da Redação
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Prefeito diz que "bandidos fugiram para interior" e pede Força Nacional

O prefeito de Campo Maior, Paulo Martins e a prefeita de Pedro II Neuma Café, tiveram audiência na manhã desta segunda-feira (23) com o secretário de segurança Fábio Abreu para solicitar a presença da Força Nacional de Segurança em seus municípios. Segundo eles, o trabalho ideal seria de pelo menos sete dias para combater a vioência.

O deputado aluísio Martins também participou da audiência. Paulo Martins afirma que a sensação de insegurança toma conta do município e que os baniddos da capital estão sendo pressionados a fugir para o interior por conta da atuação da Força.

“Os bandidos da capital estão fugindo para o interior porque estão sendo sufocados pela Força Nacional de Segurança, então é preciso montar uma ação estratégica também em Campo Maior e região”, comunicou Paulo Martins ao secretário. 

Campo Maior registrou pelo menos três casos recentes de criminalidade. Há duas semanas o vigilante Antônio José morreu ao ser baleado pelos assaltantes durante um assalto a uma padaria, uma semana depois, outra padaria foi assaltada no Bairro de Fátima e os dois assaltantes foram presos pelos proprietários. O último caso foi registrado na quinta-feira (20) quando uma loja de roupas foi assaltada por quatro homens armados.

Rayldo Pereira
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Circuito interno de segurança registra assalto a fábrica de jeans

Imagens do circuito interno de segurança registraram o assalto a uma fábrica de jeans no município de Campo Maior, na tarde desta quinta-feira (19). No vídeo é possível perceber que três bandidos armados participaram da ação criminosa, sendo que um deles tinha uma deficiência na perna.

De acordo com a Polícia Militar, um quarto bandido deu suporte a ação e ficou do lado de fora da loja em um carro cor branca.

"Eles fugiram em direção ao município de Cabeceiras, mas acreditamos que desviaram o caminho para despistar o policiamento. Estamos em diligência", disse o sargento Luis Ferreira da Cunha. 

Durante o assalto, os bandidos não utilizaram máscara ou capuz apenas bonés. Além  de sacolas com roupas, o trio fugiu levando uma pequena quantia em dinheiro e pertences pessoais de funcionários. 

 

 

Graciane Sousa
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Na semana da água, prefeitura de Campo Maior alerta para desperdício

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente está organizando um replantio de árvores às margens do açude no domingo (22/03) como parte da programação e comemoração da Semana da Àgua em Campo Maior. A atividade conta com o apoio do grupo de Escoteiros. Segundo a secretário de Meio Ambiente Conceição Paz, na oportunidade terá a coleta de material reciclável pelos catadores.

"Durante semana que vem, dando prosseguimento a programação haverá palestras, campanhas educativas nas escolas e um mutirão de limpeza às margens do açude estrela", explicou a secretária. Em um panfleto elaborado pela Prefeitura Municipal por meio da Secretaria de Meio Ambiente várias sugestões foram relacionadas para sensibilizar a sociedade dos cuidados na utilização correta da água para evitar desperdícios.


Da Editoria de Cidades
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Conselho quer tombar imóveis centenários de Campo Maior

  • (19).jpg Casarão centenário no entorno da praça Bona Primo em Campo Maior
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  • (17).jpg Igreja de Santo Antônio em Campo Maior
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  • (16).jpg Igreja de Santo Antônio em Campo Maior
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  • (15).jpg Casarão centenário no entorno da praça Bona Primo em Campo Maior
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  • (14).jpg Casarão centenário no entorno da praça Bona Primo em Campo Maior
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  • (13).jpg Casarão centenário no entorno da praça Bona Primo em Campo Maior
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  • (12).jpg Sede da Academia Campomaiorense de Artes e Letras
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  • (11).jpg Casarão centenário no entorno da praça Bona Primo em Campo Maior
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  • (9).jpg Teresinha preserva como pode a casa histórica onde vive
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  • (8).jpg Teresinha e a família que hoje moram na residência tricentenária
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  • (6).jpg Chave de uma das portas da casa mais antiga, datada em 310 anos
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  • (1).jpg Historiador João Alves Filho, presidente do conselho que cobra o tombamento do patrimônio
    Wilson Filho / Cidadeverde.com

Por Rayldo Pereira - Cidadeverde.com
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Há quem diga que para conhecer a identidade de um povo é preciso conhecer sua história. Movidos por este pensamento, historiadores e moradores de Campo Maior, município a 78 km de Teresina, decidiram dar o pontapé inicial para a preservação e restauração do patrimônio histórico municipal.

Organizados sob o comando de João Alves Filho, historiador e escritor, nascido em Campo Maior, um conselho formado por 12 membros, levantou e mapeou a área de onde serão selecionados os imóveis que devem ser tombados e futuramente restaurados pelo município.

"Ninguém consegue contar a história de Campo Maior sem passar por esse patrimônio. Todo o entorno da Igreja de Santo Antônio na praça Bona Primo e a avenida Vicente Pacheco, possui imóveis centenários que contam nossa história e devem ser preservados. O objetivo deste levantamento é a preservação da cultura das coisas originais", explicou o historiador.


Historiador e escritor João Alves Filho

Patrimônio este que não é pequeno e representa boa parte dos grandes casarões do Centro da Cidade. Prestes a completar 253 anos de emancipação política, Campo Maior tem em seu território imóveis que ultrapassam, e muito, sua idade bicentenária.

É o caso da residência de dona Teresinha. O imóvel já tem 310 anos e fica em frente a igreja de Santo Antônio, catedral do município. Mesmo muito acanhada, Teresinha, como ela faz questão de ser identificada e chamada, nos leva a uma rápida visita pelo interior da casa.

Paredes altas e um telhado sustentado por troncos de carnaúba protegem o cenário histórico com grandes portas de passagem e um azulejo com traços típicos de residências portuguesas. Até as chaves, gigantes se comparadas ao tamanho atual, ainda estão lá. O local é escuro e já apresenta algumas marcas do tempo, seja nas paredes, onde a tinta já descasca, ou nos pedaços de azulejo quebrados pelo chão. Rachaduras na estrutura também preocupam e deixam visível o alerta de que já está na hora de intervir.

"Moro aqui há 15 anos e não conheço a história verdadeira desta casa. Sei apenas que é a primeira da praça, me orgulho de morar aqui", comentou a dona de casa, que mesmo sem ter de fato a noção da riqueza histórica do lar, cuida como pode do teto que lhe abriga.


Teresinha vive na casa mais antiga da praça, que tem 310 anos

O que antes era um único e grandioso casarão, hoje está dividido ao meio em duas pequenas casas, uma onde vive dona Teresina, e a outra onde encontramos Joana de Lira, herdeira e atual proprietária do imóvel. Joana, que hoje tem 78 anos, comenta que chegou a casa com apenas quatro anos de idade. Lá viveu, trabalhou e foi educada pelas primeiras proprietárias, a quem chama até hoje de "patroas", pertencentes a família Bona, tradicional na região. 

Joana educadamente recusa o pedido para fazer fotos, mas conta saudosamente, que viveu momentos marcantes de sua história no lar onde esteve desde criança. "Elvina Costa e Bona era uma das proprietárias da casa e tenho muitas lembranças delas. A recebi como herança de minhas patroas, moro aqui desde os quatro anos e é aqui que terminarei meus dias", comentou a aposentada, que da janela de casa, observa o movimento na praça.


Rachaduras alertam para a necessidade de preservação do patrimônio

O conselho formado outrora, deveria agora fazer a seleção das casas, mas já está vencido. Segundo João Alves Filho, um posicionamento do prefeito Paulo Martins (PT) é aguardado para que os trabalhos pelo tombamento possam continuar. "Os próximos passos dependem do prefeito, que são decretar o novo conselho que está vencido e mandar um decreto para a Câmara oficializando a área que foi levantada, pedindo também que se faça a seleção das casas que devem ser tombadas e preservadas", acrescentou.

O historiador deixa claro que o critério para esta seleção serão os fatos históricos. Entre eles, João destaca a construção da igreja, que hoje ultrapassa os 300 anos e que já virou livro, escrito por ele mesmo. Intitulada como "Mateus rumo ao céu", a obra conta a história do padre que construiu o templo e segundo o pesquisador, pode ser chamado de maior educador de Campo Maior. "Mateus era o mais humano, mais austero e foi sem dúvidas o maior educador que já tivemos,  qualquer erro, ele castigava mesmo. Um homem daquele, com tanta bondade, tanta dedicação e que fez um templo desse, se não foi para o céu, não irá mais ninguém", brinca o autor.

Em meio a conversa, João se emociona e declara seu amor pelo município onde formou família. O historiador tem três filhos, que hoje não moram mais em Campo Maior, mas que espelhados no amor do pai, tem suas raízes bem marcadas na "terra dos carnaubais", como nos conta o historiador.

"Não trocaria Campo Maior por lugar nenhum do mundo. O sentimento desse amor é o mais puro. É uma cidade plena, linda em seus campos e campinas. Até sua árvore típica, a carnaubeira, se destaca. Conhecida como árvore da vida, ela pode chegar em média a 200 anos e até morta, dura mais 300. A cidade tem até cheiro, foi esse amor que ensinei a meus filhos, que também tem aqui seu refúgio"

Foi o que declarou emocionado o escritor, que posa com orgulho, em frente ao prédio também histórico da Academia Campomaiorense de Artes e Letras (ACALE), que preside há três mandatos.

Igreja será 1ª obra restaurada

João conta em seus versos que Campo Maior surgiu ao redor da igreja e é ela, o primeiro prédio histórico a ser restaurado no município. Durante as solenidades em alusão aos 192 anos da Batalha do Jenipapo, na última sexta-feira (13) o governador Wellington Dias (PT), garantiu que irá se empenhar nesta preservação histórica. Segundo ele, a restauração da catedral já está garantida.

"Acabo de ter uma agenda com a representação da paróquia e a igreja, que já ultrapassa os 300 anos desde a sua fundação, é patrimônio histórico, por isso estamos autorizando um investimento para a recuperação deste patrimônio", prometeu Wellington Dias.


Interior da igreja de Santo Antônio

Promessa reforçada por Paulo Martins (PT), atual prefeito da cidade. Segundo o gestor, um convênio já foi assinado pelo governador e o projeto entrará na fase de orçamento. O prefeito acredita que em até três meses, os primeiros reparos possam ter início.

"O governador já conversou com o monsenhor e fez o compromisso de restaurar a igreja de Santo Antônio, que é um patrimônio do Estado, do município, e do Brasil. Ele assinou um convênio para a recuperação de alguns pontos que estão prejudicados e creio que em 90 dias já poderá começar", garantiu o prefeito que finaliza prometendo acelerar as medidas para o tombamento do patrimônio.  "Já temos uma lei aprovada em 2007 e eu tive o prazer de ter uma reunião com a academia para debater o projeto que protege o patrimônio. Estamos discutindo ponto a ponto. Da minha parte, farei tudo o que for possível para essa preservação. Queremos ainda no mês de abril nos reunir novamente para acelerar este processo", garantiu o prefeito.


Governador Wellington Dias (PT) e o prefeito Paulo Martins (PT)

 

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