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Bioalfabetização: o quanto devemos saber sobre Biologia?

No frenesi das mudanças do Ensino Médio fala-se muito da possibilidade de determinadas disciplinas deixarem de ser obrigatórias. Entre verdades e suposições, tirando Matemática, Língua Portuguesa e Língua Inglesa que são obrigatórias em todos os anos de escolaridade do Ensino Médio, as demais disciplinas continuarão a ser estudadas, com conteúdos definidos pela Base Nacional Curricular Comum, o BNCC e considerando itinerários formativos definidos pela escola (depois vou escrever um post especificamente sobre esta questão).

Cabe, entretanto, uma pergunta: quanto deve saber sobre cada conteúdo, um estudante que está finalizando o Ensino Médio, apto a entrar em uma carreira acadêmica ou a enfrentar o mercado de trabalho? Esta é, no mínimo, uma pergunta instigante.

Semana passada (17.07) tive a oportunidade de participar de uma banca de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O trabalho intitulado A Bioalfabetização no ensino médio: interfaces com a prática docente dos professores de Biologia foi defendido pela professora da UFPI, Campus de Picos, Patrícia da Cunha Gonzaga, orientada pelo Dr. José Augusto de Carvalho Mendes Sobrinho, esmiuçou o conhecimento de Biologia de estudantes de escolas da rede pública estadual.

A pesquisa cruzou dados de um teste de verificação de aprendizagem composto por 90 questões de diferentes conteúdos de Biologia aplicados com 276 estudantes com questionários aplicados com os professores destes estudantes em dez escolas públicas. A pesquisa apontou dados que precisam chegar aos gestores da educação pública com vistas a melhorar as condições para que professores e estudantes possam melhorar seu desempenho e crescer com o conhecimento das diferentes áreas da biologia.

Entre os resultados mais curiosos pode-se constatar que não há diferença no conhecimento estratificado por sexo e nem por idade. Não foram encontradas diferenças significativas entre a relação de acertos/erros entre meninos e meninas e nem entre alunos mais velhos ou mais novos. Outro dado interessante foi que as escolas em tempo integral foram as que apareceram com os melhores desempenhos, confirmando a premissa estimulada pelas redes públicas (estadual e municipal) em aplicarem recursos em escolas de tempo integral, que favorecem um melhor desempenho dos estudantes.

O trabalho será publicado em breve, mas a banca recomendou que as autoridades que tomam decisões precisam conhecer seus resultados o quanto antes. É muito importante quando a ciência ajuda a melhorar algo. Especialmente quando este algo tem a ver com o futuro e o crescimento de pessoas.

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