Cidadeverde.com

Uma invasão de formigas causa uma reação em cadeia ecológica

A introdução de uma espécie invasora pode ter efeitos devastadores em um ecossistema. Um estudo recente, publicado na revista Science, mostra como uma invasão de formigas no Quênia está causando uma reação em cadeia ecológica que está afetando espécies de plantas, animais e até mesmo a paisagem.

As formigas invasoras são conhecidas como Anoplolepis gracilipes, ou formiga-cabeça-grande. Elas são originárias da Ásia e foram introduzidas no Quênia no século XX. As formigas-cabeça-grande são predadoras agressivas e rapidamente se espalharam pelo país. Elas competem com as formigas nativas, conhecidas como Crematogaster scutellaris, por recursos alimentares. As formigas nativas são importantes para o ecossistema, pois protegem as árvores contra a herbivoria.

Sem a proteção das formigas nativas, as árvores são mais vulneráveis ao ataque de elefantes. Os elefantes comem as folhas e cascas das árvores, o que pode causar a morte das árvores.

A morte das árvores está causando mudanças na paisagem. As árvores fornecem sombra e abrigo para outras espécies, como pássaros e insetos. Sem as árvores, essas espécies estão perdendo seu habitat.

O estudo sugere que as formigas-cabeça-grande podem ter um impacto significativo nos ecossistemas da África. As formigas invasoras estão causando uma reação em cadeia ecológica que está afetando uma ampla gama de espécies.

Esse estudo é um alerta sobre os perigos das espécies invasoras. As espécies invasoras podem ter efeitos devastadores nos ecossistemas, mesmo que sejam pequenas e aparentemente inofensivas.

É importante estar ciente das espécies invasoras em nossa região e tomar medidas para controlá-las.

Até o próximo post...

Fósseis minúsculos reescrevem a história da vida multicelular

A vida multicelular é um dos grandes marcos da evolução biológica. Ela permitiu o surgimento de organismos complexos e diversificados, como plantas, animais e fungos. No entanto, o momento exato em que a vida multicelular surgiu na Terra ainda é um mistério.

Uma nova descoberta, publicada na revista Science, pode ajudar a resolver esse mistério. Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, encontraram fósseis de organismos multicelulares com 1,6 bilhão de anos de idade.

Esses fósseis são minúsculos, com apenas alguns milímetros de diâmetro. Eles foram encontrados em rochas sedimentares da África do Sul. Os pesquisadores acreditam que eles representavam organismos semelhantes a algas, com células especializadas que desempenhavam funções diferentes.

Essa descoberta é significativa porque sugere que a vida multicelular surgiu muito mais cedo do que se pensava anteriormente. A teoria mais aceita até então afirmava que a vida multicelular surgiu há cerca de 1,2 bilhão de anos.

A descoberta também levanta novas questões sobre a evolução da vida multicelular. Por que a vida multicelular surgiu tão cedo? Quais foram as forças evolutivas que levaram ao surgimento de organismos complexos e diversificados?

Essas são questões que os cientistas ainda estão tentando responder. No entanto, a descoberta desses fósseis minúsculos é um importante passo em direção a uma melhor compreensão da história da vida na Terra.

Aqui estão alguns pontos importantes sobre a descoberta:

  • Os fósseis foram encontrados em rochas sedimentares da África do Sul.
  • Eles têm cerca de 1,6 bilhão de anos de idade.
  • Eles representam organismos semelhantes a algas, com células especializadas.
  • Essa descoberta sugere que a vida multicelular surgiu muito mais cedo do que se pensava anteriormente.

O que essa descoberta significa para nós?

Essa descoberta é importante porque nos ajuda a entender melhor a história da vida na Terra. Ela sugere que a vida multicelular surgiu muito mais cedo do que se pensava anteriormente. Isso tem implicações importantes para nossa compreensão da evolução biológica.

A descoberta também nos dá pistas sobre as forças evolutivas que levaram ao surgimento de organismos complexos e diversificados. Isso pode nos ajudar a entender melhor como a vida evoluiu na Terra e como ela pode evoluir no futuro.

Até o próximo post...

Onde as plantas usadas por humanos são encontradas?

As plantas são recursos essenciais para a vida humana. Elas nos fornecem alimento, abrigo, combustível, medicamentos e muito mais. Um estudo recente, publicado na revista Science, analisou a distribuição global de plantas usadas por humanos.

Os pesquisadores analisaram dados de mais de 85 mil espécies de plantas, com base em informações de herbários e bancos de dados online. Eles descobriram que as plantas usadas por humanos estão distribuídas de forma desigual pelo mundo.

As plantas mais usadas pelo homem são encontradas em regiões tropicais e subtropicais. Essas regiões abrigam uma grande diversidade de plantas, incluindo muitas espécies com propriedades medicinais, alimentares e industriais.

As regiões temperadas também são importantes para a distribuição de plantas usadas por humanos. Essas regiões abrigam muitas espécies de árvores frutíferas, oleaginosas e cereais.

As regiões áridas e frias são menos importantes para a distribuição de plantas usadas por humanos. Essas regiões abrigam um número menor de espécies de plantas, muitas das quais são usadas para fins alimentares e medicinais.

Os pesquisadores também descobriram que as plantas usadas por humanos estão concentradas em áreas com alta densidade populacional. Isso ocorre porque as pessoas nessas áreas precisam de mais plantas para atender às suas necessidades.

O estudo fornece informações importantes sobre a distribuição global de plantas usadas por humanos. Essas informações podem ser usadas para proteger essas plantas e garantir que elas continuem a ser uma fonte de recursos para as gerações futuras.

Aqui estão algumas curiosidades sobre a distribuição global de plantas usadas por humanos:

  • A planta mais usada pelo homem é o arroz, que é cultivado em regiões tropicais e subtropicais de todo o mundo.
  • A planta medicinal mais usada pelo homem é a camomila, que é encontrada em regiões temperadas e tropicais.
  • A planta industrial mais usada pelo homem é o algodão, que é cultivado em regiões temperadas e tropicais.

A distribuição global de plantas usadas por humanos é um reflexo da história e da cultura humana. As plantas que são usadas por humanos são aquelas que foram selecionadas ao longo do tempo por sua utilidade e disponibilidade.

Até o próximo post...

Hidrogênio verde: o combustível do futuro

O hidrogênio é o elemento químico mais abundante do universo, mas na Terra,  é encontrado principalmente na água (H2O). O hidrogênio é um combustível versátil que pode ser usado para gerar eletricidade, alimentar veículos, produzir calor e fabricar produtos químicos.

A produção de hidrogênio pode ser feita de diversas maneiras, mas a mais sustentável é a eletrólise da água, que utiliza energia elétrica para separar as moléculas de água em hidrogênio e oxigênio. A eletrólise pode ser alimentada por fontes de energia renováveis, como a energia solar e a energia eólica, o que elimina as emissões de gases de efeito estufa associadas à produção de hidrogênio (como a produção utiliza energias renováveis, fica claro porque é chamado de "verde")..

Os insumos necessários à produção de hidrogênio verde são água e energia elétrica. A água pode ser de qualquer origem, mas a água potável é a mais utilizada por ser mais barata e fácil de obter. A energia elétrica pode ser fornecida por qualquer fonte, mas as fontes renováveis são as mais adequadas para a produção de hidrogênio verde.

O hidrogênio verde tem diversas utilidades, incluindo:

  • Geração de eletricidade: o hidrogênio pode ser usado para gerar eletricidade em usinas termoelétricas, em células a combustível ou em motores de combustão interna.
  • Mobilidade: o hidrogênio pode ser usado para alimentar veículos movidos a hidrogênio, como carros, ônibus e caminhões.
  • Calor: o hidrogênio pode ser usado para produzir calor para aquecimento ou processo industrial.
  • Produção de produtos químicos: o hidrogênio é um reagente importante na produção de diversos produtos químicos, como fertilizantes, plásticos e medicamentos.

O potencial econômico da produção de hidrogênio verde é significativo. O mercado global de hidrogênio é estimado em cerca de US$ 200 bilhões e deve crescer significativamente nos próximos anos, impulsionado pela crescente demanda por energias alternativas.

Os valores atuais de produção de hidrogênio verde são relativamente altos, mas estão caindo à medida que a tecnologia se desenvolve. Em 2023, o custo de produção de hidrogênio verde a partir da eletrólise da água era de cerca de US$ 6 por quilograma. No entanto, estima-se que esse custo caia para US$ 2 por quilograma até 2030.

Os valores financeiros comercializados de hidrogênio verde também estão crescendo. Em 2023, o volume de hidrogênio verde comercializado foi de cerca de 1 milhão de toneladas. No entanto, estima-se que esse volume aumente para 10 milhões de toneladas até 2030.

O hidrogênio verde é uma fonte de energia promissora com o potencial de contribuir para a transição para um futuro mais sustentável. A produção de hidrogênio verde está crescendo e os valores econômicos associados a esse combustível estão aumentando.

O Brasil tem um grande potencial para a produção de hidrogênio verde. O país possui abundantes recursos naturais, como água e energia solar e eólica, que podem ser utilizados para a produção de hidrogênio verde a partir de fontes renováveis.

Alguns exemplos de projetos de produção de hidrogênio verde no Brasil incluem:

  • A empresa francesa Air Liquide está construindo uma planta de produção de hidrogênio verde no Ceará. A planta, que terá capacidade de produção de 100 toneladas de hidrogênio verde por ano, será alimentada por energia solar.
  • A empresa alemã Siemens está desenvolvendo um projeto de produção de hidrogênio verde no Rio Grande do Sul. O projeto, que terá capacidade de produção de 500 toneladas de hidrogênio verde por ano, será alimentado por energia eólica.
  • A empresa brasileira EDP está desenvolvendo um projeto de produção de hidrogênio verde em São Paulo. O projeto, que terá capacidade de produção de 100 toneladas de hidrogênio verde por ano, será alimentado por energia solar.

Esses projetos são um sinal de que o Brasil está se posicionando como um player importante no mercado global de hidrogênio verde.

Até o próximo post...

Ensino, Pesquisa e Extensão: a essência da universidade

As universidades são instituições de ensino superior que têm como missão a produção, a transmissão e a difusão do conhecimento. Para cumprir essa missão, as universidades se baseiam no tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.

O ensino é a principal atividade das universidades. É por meio do ensino que as universidades formam novos profissionais, qualificados para atuar nas diversas áreas do conhecimento. O ensino também é uma forma de disseminar o conhecimento científico e tecnológico para a sociedade.

A pesquisa é outra atividade essencial das universidades. É por meio da pesquisa que as universidades produzem novos conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade. A pesquisa também é uma forma de formar profissionais capacitados para a investigação científica.

A extensão é uma atividade que visa a aproximar a universidade da sociedade. É por meio da extensão que as universidades levam o conhecimento científico e tecnológico para a comunidade, contribuindo para o seu desenvolvimento social e cultural.

O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão é fundamental para a caracterização de uma universidade. Cada um dos três pilares é importante e indispensável para o desenvolvimento da instituição.

O ensino é a base da universidade. É por meio do ensino que as universidades formam novos profissionais e disseminam o conhecimento científico e tecnológico para a sociedade.

A pesquisa é o motor da universidade. É por meio da pesquisa que as universidades produzem novos conhecimentos, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade.

A extensão é a ponte entre a universidade e a sociedade. É por meio da extensão que as universidades levam o conhecimento científico e tecnológico para a comunidade, contribuindo para o seu desenvolvimento social e cultural.

O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão é essencial para a geração de novos conhecimentos. O ensino permite que os estudantes aprendam os conhecimentos já existentes, mas é a pesquisa que permite que novos conhecimentos sejam produzidos.

A pesquisa é realizada por professores, pesquisadores e estudantes. Os professores e pesquisadores são responsáveis por desenvolver projetos de pesquisa, que podem ser individuais ou em equipe. Os estudantes podem participar de projetos de pesquisa como bolsistas ou voluntários.

A pesquisa é essencial para o desenvolvimento científico e tecnológico da sociedade. Por meio da pesquisa, as universidades contribuem para o avanço do conhecimento em diversas áreas, como saúde, educação, meio ambiente, tecnologia, etc.

A formação de novos profissionais

O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão é essencial para a formação de novos profissionais. O ensino é a principal atividade das universidades e é por meio do ensino que as universidades formam novos profissionais qualificados para atuar nas diversas áreas do conhecimento.

O ensino nas universidades é realizado por professores, que são especialistas em suas áreas de atuação. Os professores utilizam diversas metodologias de ensino, como aulas teóricas, aulas práticas, estágios, etc.

A formação de novos profissionais é essencial para o desenvolvimento da sociedade. As universidades contribuem para a formação de profissionais qualificados, que são essenciais para o desenvolvimento econômico, social e cultural do país.

A inserção da comunidade no meio acadêmico

O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão é essencial para a inserção da comunidade no meio acadêmico. A extensão é a atividade que visa a aproximar a universidade da sociedade.

A extensão é realizada por meio de projetos, programas e atividades que levam o conhecimento científico e tecnológico para a comunidade. A extensão pode ser realizada em escolas, hospitais, empresas, comunidades etc.

A inserção da comunidade no meio acadêmico é essencial para o desenvolvimento social e cultural da sociedade. As universidades contribuem para a formação de uma sociedade mais informada e participativa.

O tripé Ensino, Pesquisa e Extensão é fundamental para a caracterização de uma universidade. Cada um dos três pilares é importante e indispensável para o desenvolvimento da instituição.

O ensino é a base da universidade, a pesquisa é o motor da universidade e a extensão é a ponte entre a universidade e a sociedade.

Boa semana para todos e todas e até o próximo post...

Você conhece o oitavo Continente da Terra?

Zealândia é um continente quase totalmente submerso no Oceano Pacífico, composto por uma massa de crosta continental de origem gondwânica. A área de Zelandia é estimada em 4,9 milhões de quilômetros quadrados, sendo maior do que a Groenlândia ou a Índia, e quase a metade do tamanho da Austrália.

De acordo com estudos geológicos, Zealândia formou-se há cerca de 600 milhões de anos, quando o supercontinente Gondwana começou a se separar. A região permaneceu unida até o Cretáceo, quando começou a se afundar gradualmente. A imersão de Zelandia foi causada por uma combinação de fatores, incluindo:

1)  A subducção da placa tectônica de Indo-Austrália sob a placa tectônica do Pacífico. Esse processo de subducção causou o afundamento da crosta continental de Zelandia (de acordo com a Teoria da Tectônica de Placas, na subducção uma placa se choca com outra e vai sendo empurrada para baixo); .
2) A erosão. A ação das ondas e dos ventos contribuiu para o desgaste da superfície de Zealândia, o que também contribuiu para o seu afundamento;
3) A sedimentação. O acúmulo de sedimentos no fundo do oceano também contribuiu para o afundamento de Zealândia.

Classificação como continente

A classificação de Zealândia como continente é um tema controverso entre os geólogos. Alguns geólogos argumentam que Zealândia atende aos critérios para ser considerada um continente, pois possui:

a) Uma área suficientemente grande.
b) Limites bem definidos.
c) Uma crosta continental, ainda que diminuta, representada por algumas ilhas e tendo como principal território o da Nova Zelândia.

Outros geólogos argumentam que Zealândia não atende aos critérios para ser considerada um continente, pois:

a) Grande parte de sua superfície está submersa.
b) Não possui uma população significativa.
c) Não possui uma história política ou cultural própria.

Apesar da controvérsia, a descoberta de Zealândia é um importante avanço na compreensão da geologia do Oceano Pacífico. A região abriga uma rica biodiversidade, incluindo espécies de peixes, aves e mamíferos que não são encontrados em nenhum outro lugar do mundo.

Boa semana para todos e todas!

Esperanças para o segmento da Ciência em 2024

Todo final de ano nos deparamos com as perspectivas em todos os setores da sociedade. Não seria diferente para quem trabalha com Ciência. Todavia, na minha sincera opinião, as esperanças de melhoria do segmento são parcas.

Em 2023, boa parte dos pesquisadores apostava em um ano melhor pela mudança na gestão do País. Depositava-se uma esperança muito grande que o novo Governo poderia reverter os anos de arrocho nos salários e as crescentes quedas nos investimentos em ciência. De fato, o Governo aplicou um pequeno aumento, na verdade uma correção salarial, e deu um passo importante que foi aumentar os valores das bolsas de pesquisa que há mais de 10 anos não passavam por correção alguma. A esperança é que o processo de investimentos nesta área melhorasse uma vez que o discurso se afinava neste sentido. Outro dia ouvi um depoimento de um líder sindical dos Institutos Federais falando das propostas do Ministério da Educação. Todas as propostas estão voltadas apenas para correções dos chamados “penduricalhos” (auxílio creche, auxílio plano de saúde etc.) que fortalecem os ganhos dos professores e pesquisadores das instituições federais. Segundo o depoimento, quase nenhum dos benefícios prometidos abrange os pesquisadores e professores já aposentados.

No plano estadual não está muito diferente. Na Universidade Estadual do Piauí convive-se com um brutal achatamento salarial que já beira os 70% de defasagem, sem correções desde 2015 quando a última parcela do aumento proposto em 2013 foi paga. O Governo fala em um aumento linear que nem arranha a recomposição salarial. Em contrapartida, havia enviado para Assembleia Legislativa proposta que prejudicava muito a perspectiva de Pesquisa e Extensão da UESPI, que complementa o tripé necessário para uma Universidade ser chamada de Universidade (Pesquisa, Ensino e Extensão). O bom senso imperou e a proposta foi suspensa para ser repensada.

Como mais de 90% da pesquisa científica nacional advém de instituições de ensino superior públicas, as perspectivas não parecem ser as melhores para o próximo ano. Vamos torcer para que os fluidos do novo ano arejem a cabeça dos governantes para entender que sem deter o conhecimento, dificilmente se obtêm a soberania necessária.

Feliz 2024!

Curtas & Rápidas em Ciência (#10)

China evita promessa de metano

POLÍTICA CLIMÁTICA | Decepcionando os especialistas em clima, a China divulgou na semana passada um plano para reduzir as emissões de metano que carece de metas, como a queda de 30% até 2030 prometida pelos Estados Unidos e 150 outros países. O plano do Ministério do Ambiente da China incluía intenções de capturar e reutilizar mais gás com efeito de estufa de curta duração, que retém o calor de forma muito mais eficaz do que o dióxido de carbono. A China é o maior emissor mundial de metano, em parte porque extrai grandes quantidades de carvão, libertando metano no processo. O país prometeu em 2021, em Glasgow, na Escócia, cooperar na redução do metano. Parece que mais uma vez vai ficar somente na promessa.

 

BIOÉTICA

Ensinando lições da era médica nazista

Todos os estudantes de cuidados de saúde em todo o mundo deveriam aprender a história da medicina durante o regime nazista e o Holocausto, de acordo com uma comissão de peritos patrocinada pela The Lancet. Num relatório publicado recentemente, a comissão também recomendou uma organização internacional focada no tema e uma biblioteca digital acessível em vários idiomas para estudantes de saúde em todo o mundo. Embora o relatório destaque alguns médicos, enfermeiros e parteiras que trabalharam contra as práticas assassinas do regime, a profissão médica tinha uma das taxas mais elevadas de adesão ao partido nazista; mais da metade dos médicos não judeus da Alemanha aderiram ao partido. Os médicos participaram em experiências humanas em campos de concentração e em programas de “eutanásia” que assassinaram mais de 200 mil pessoas consideradas mentalmente incapazes. Incluir o tema na educação médica poderia “contrabalançar um risco sempre presente de injustiças médicas” e “a tendência de objetificar pacientes e participantes de pesquisas”. Um consenso entre os organizadores.

 

EUA relatam riscos e ganhos climáticos

POLÍTICA CLIMÁTICA | O aquecimento global está a mudar a vida de todos nos Estados Unidos, mas as comunidades marginalizadas são as que mais sofrem, de acordo com a última Avaliação Nacional do Clima dos EUA, divulgada recentemente. O relatório exigido pelo Congresso, publicado a cada quatro anos, descreve como o país está aquecendo mais rapidamente do que a média global, com impactos: chuvas extremas que atingem o Nordeste, inundações que invadem os aquíferos de água doce no Sul, acidificação dos oceanos que ameaçam a pesca na costa do Alasca. Muitos impactos climáticos, como os incêndios florestais e as inundações interiores, têm o maior efeito sobre aqueles que têm menos capacidade de evitar a poluição atmosférica ou de pagar habitações alternativas. Os EUA são responsáveis por 17% do atual aquecimento global, conclui o relatório, e ainda não estão no bom caminho para reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa o suficiente para cumprir os seus compromissos internacionais. Mas estão planejando progressos na adaptação climática, acrescenta a avaliação. Pittsburgh, por exemplo, está ajustando os códigos de construção para que novos edifícios lidem melhor com as águas pluviais. As tribos do Noroeste estão gerindo florestas para retenção de carbono. E as centrais elétricas de energias renováveis estão surgindo em todo o país.

(Com informações da Revista Science)

 

Curtas & Rápidas em Ciência (#9)

Caça à inteligência extraterrestre recebe grande impulso financeiro

ASTRONOMIA | A busca por inteligência extraterrestre, ou SETI, recebeu um enorme ganho: uma doação de US$ 200 milhões do espólio de Franklin Antonio, cofundador da Qualcomm, que fabrica semicondutores e software que suportam tecnologia sem fio. Antonio, que morreu no ano passado, era um defensor de longa data da área. Ele serviu como o principal benfeitor da pesquisa SETI no Allen Telescope Array, um conjunto de antenas parabólicas que escutam atividades alienígenas, e apoiou o PANOSETI, uma busca em todo o céu em comprimentos de onda ópticos. Seu legado ao Instituto SETI excede em muito o financiamento do Breakthrough Listen, um projeto SETI de 10 anos financiado com US$ 100 milhões pelo investidor em tecnologia Yuri Milner. A doação de Antonio permitirá que o Instituto SETI, que teve uma receita de US$ 28 milhões no ano passado, se diversifique dos programas principais, de acordo com um comunicado do instituto. A doação é uma das maiores já feitas para uma organização científica não afiliada a uma universidade, de acordo com uma lista compilada pelo The Chronicle of Philanthropy .

 

Jovens sobreviventes de tiroteio sofrem

SAÚDE | Os tiroteios com armas de fogo são a principal causa de morte de crianças e adolescentes nos Estados Unidos, e os sobreviventes enfrentam um fardo duradouro. Um estudo descobriu que, mesmo após a cura dos ferimentos por arma de fogo, eles enfrentam complicações de saúde e custos financeiros muito mais elevados do que pessoas da sua idade que não foram baleadas. Numa das primeiras análises, os investigadores usaram dados de 14 anos de pedidos de seguros de saúde para comparar os sobreviventes do tiroteio, com 19 anos ou menos, com uma população de controlo. Eles descobriram que os sobreviventes têm, em média, mais do que o dobro de transtornos de dor, um aumento de 68% nos transtornos psiquiátricos e um aumento de 144% nos transtornos por uso de substâncias um ano após o incidente. O custo dos seus cuidados de saúde aumentou em média 34.884 dólares, 17 vezes mais do que para os controlos. Seus pais também tiveram um aumento de 30% nos transtornos psiquiátricos, relataram os pesquisadores na semana passada no Health Affairs. Eles recomendam expandir a triagem para problemas de saúde mental entre as pessoas afetadas pelos tiroteios.

 

Problemas orçamentários retardam missão a Marte

CIÊNCIA PLANETÁRIA | A NASA desacelerou o desenvolvimento de sua missão Mars Sample Return (MSR), alegando incerteza sobre seu financiamento e design, disseram funcionários da agência esta semana. A medida surge depois de uma recente análise independente ter concluído que a tentativa de recuperar rochas de Marte poderia custar entre 8 e 11 bilhões de dólares – mais do que o Senado dos EUA parece disposto a fornecer. A NASA diz que interromperá o trabalho em um elemento da espaçonave destinado a capturar amostras de rochas assim que atingirem a órbita de Marte, antes de serem devolvidas à Terra. Em vez disso, a agência se concentrará na primeira etapa do projeto, um módulo de pouso para coletar as amostras e transportá-las até o ponto de encontro. A agência afirma que espera finalizar as revisões dos seus planos de MSR até à primavera de 2024; o trabalho no sistema de regresso poderá ser retomado assim que o futuro da missão estiver claro.

 

Um cão de guarda de pesquisa para a Austrália

INTEGRIDADE DA PESQUISA | A Austrália deveria criar um órgão independente, financiado pelo governo, para investigar a má conduta na investigação, recomenda um novo relatório. “A Austrália é um dos poucos países com um setor de investigação desenvolvido que não tem um órgão de fiscalização da integridade da investigação”, contando em vez disso com instituições para investigar os seus próprios cientistas, observou o Instituto Australiano, um grupo de reflexão, no seu relatório de 12 de novembro. Essas investigações são normalmente mantidas em segredo, observa, permitindo às instituições “varrer questões de integridade da investigação para debaixo do tapete”. (As instituições nos Estados Unidos e em alguns outros países conduzem as suas próprias investigações, mas devem comunicar os resultados a órgãos de supervisão independentes.) O relatório diz que o órgão de fiscalização deve tornar públicas as suas conclusões e as instituições devem ficar vinculadas a essas conclusões. O novo órgão da Austrália também deveria estabelecer uma definição “clara e aplicável” de má conduta em pesquisa. As universidades australianas têm sido céticas quanto à necessidade de um órgão de investigação independente, mas o The Sydney Morning Herald relata que sinalizaram apoio à nova abordagem.

Com informações da Revista Science.

Curtas & Rápidas em Ciência (#8)

FOTÔNICA

Estabilizando pentes de frequência

A geração de pentes de frequência óptica estáveis e controláveis tem implicações importantes para aplicações em metrologia e espectroscopia de precisão. Heckelmann e seus colaboradores propuseram e demonstraram um laser de caminhada quântica no espaço de frequência sintética. A técnica permite o desenvolvimento de um pente laser de frequência baseado em um passeio coerente no espaço de frequência combinado com um meio de ganho rápido. Também aplicável a comprimentos de onda ópticos, a abordagem fornece uma rota flexível para gerar pentes de frequência estáveis e de banda larga em uma variedade de comprimentos de onda para aplicações de detecção e comunicação de precisão. O desenvolvimento destes pentes pode revolucionar métodos de transferência de informações que usam fótons como meio.

 

QUÍMICA ORGÂNICA

Álcoois enriquecedores indo e vindo

A catálise assimétrica geralmente depende da polarização de uma única etapa de uma reação para favorecer um dos dois possíveis produtos de imagem espelhada. Essa abordagem valoriza muito a otimização do ligante. Wen e colaboradores relataram uma desracemização (o oposto à racemização, na qual um composto que desvia luz para direita se converte em outro que desvia a lus para esquerda, por exemplo) de álcoois conduzida pela luz, na qual um único catalisador quiral de titânio diferencia a estereoquímica tanto em uma etapa de clivagem de ligação fotoiniciada quanto em uma etapa subsequente de reforma de ligação. Nenhuma das etapas isoladamente é excepcionalmente seletiva, mas a combinação cumulativa leva a proporções enantioméricas que variam de 90:10 a 99:1 em uma variedade de substratos. Este processo pode mudar a forma de sintetizar alguns compostos com propriedades influenciadas pela luz.

 

GASES QUÂNTICOS

A dinâmica de uma transição incomum

O resfriamento de sistemas bidimensionais de muitos corpos a baixas temperaturas faz com que eles sofram a chamada transição Berezinskii-Kosterlitz-Thouless (BKT) para uma fase superfluida. A transição BKT difere das mais convencionais em três dimensões e, embora tenha sido extensivamente estudada para sistemas de equilíbrio, a sua versão dinâmica é relativamente inexplorada. Sunami e colaboradores estudaram a dinâmica de um gás Bose bidimensional de átomos de rubídio após uma extinção na transição BKT. Para criar a têmpera, os pesquisadores dividiram o gás superfluido ao meio, fazendo com que cada metade passasse por uma transição para a fase normal. A interferometria de ondas de matéria revelou leis de escala universais de acordo com a teoria.

 

IMUNOLOGIA TUMORAL

Um equilíbrio afinado

Células T semelhantes a progenitores ou tronco CD8 + esgotadas intratumorais (T prog ) e células T terminalmente diferenciadas (termo T) mediam a imunidade antitumoral e a resposta à imunoterapia. Sun e colaboradores investigaram como as células T CD8 + exauridas são reguladas transcricionalmente em modelos de tumores murinos, descobrindo que os fatores de transcrição BCL6 e BLIMP1 regulam reciprocamente o destino das células T. BCL6 promoveu a persistência a longo prazo de células T prog em resposta à sinalização TGF-?-SMAD2, reprimindo o programa transcricional de termo T. Por outro lado, a sinalização da interleucina-2-STAT5 reprimiu o BCL6, resultando na transcrição do BLIMP1 e subsequente diferenciação do termo T. Estas descobertas identificam uma rede reguladora que controla a exaustão das células T CD8+ no cancro, que poderia ser direcionada para alterar o equilíbrio das células T prog e T term e melhorar as respostas à imunoterapia. Esta pesquisa pode resultar em avanços no combate a algumas doenças consideradas incuráveis, atualmente.

 

(Com informações da Revista Science)

 

Posts anteriores