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Cresce crime contra negros em Teresina e movimento pede Disque Racismo

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O delegado Emir Maia, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Discriminatórios, se reuniu na tarde desta sexta-feira (17) com entidades ligadas ao movimento negro para discutir ações contra a injúria racial e racismo. Nos últimos meses têm crescido o número de denúncias. As entidades definiram uma série de ações para reduzir o índice de crime contra os negros. Uma das reivindicações é a implantação do Disque Racismo.

Foto: Yala Sena/CidadeVerde.com

Participaram da reunião no auditório da Delegacia Geral, no centro de Teresina, cerca de dez entidades, entre elas a AfroCondart, Diretoria dos Direitos Humanos da Sasc, Fórum de Mulheres do Mercosul, Coisa de Nêgo e Instituto de Mulheres Negras.

O delegado informou que em 2014 foram registradas 74 denúncias de injúria racial e este ano o número já chega a 21. Entre elas, o caso de racismo envolvendo um estudante que foi proibido de frequentar uma academia no bairro São Pedro por ser negro.

"Foi uma provocação do próprio movimento para discutir políticas públicas, acompanhar os inquéritos policiais e definir ações para combater o crime contra os negros", afirmou o delegado.

Segundo ele, cerca de 40% da demanda da delegacia envolve injúria racial, as ofensas pessoais. "Só dará certo quando todos os interessados estiverem juntos. A OAB precisa estar inserida neste movimento", afirmou, destacando que uma campanha educativa está sendo pensada para esclarecer a população, principalmente nas escolas.

A diretora dos Direitos Humanos da Sasc, Conceição Silva, disse que será encaminhado para a Assembleia Legislativa do Piauí, um projeto de lei propondo a criação do Disque Racismo, que terá o objetivo de combater este tipo de crime. "Vamos iniciar uma campanha contra o racismo", disse.

A coordenadora de politicas públicas para as mulheres, Halda Regina da Silva, defendeu a implantação do Disque Racismo. "É um mecanismo importante de conscientização dos direitos e combate à impunidade. É preciso viabilizar grandes campanhas de combate ao racismo, pois muita gente teme denunciar e acha natural ou não quer se expor", relata.

Durante a reunião, a gestora propôs uma campanha para esclarecer a população sobre a diferença entra racismo e injúria racial.

 

Yala Sena (Flash)
Hérlon Moraes (Da Redação)
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