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Diego Hypolito cura depressão e volta a treinar com a Seleção

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Muitas vezes é preciso fazer ginástica para se livrar dos problemas da vida. Diego Hypolito sempre foi especialista nisso, mas ele não esperava encontrar pela frente a depressão, doença cada vez mais comum que afeta o funcionamento normal do cérebro, provocando sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. Bicampeão mundial no solo (2005 e 2007) e um dos atletas olímpicos mais conhecidos do Brasil, Diego travou uma dura batalha, de quase um ano, para se curar da patologia. O problema surgiu no período em que ele ficou sem clube e treinava de favor no Pinheiros, em São Paulo. Foram 15 meses entre a demissão no Flamengo até a contratação pelo São Bernardo, em junho deste ano. Depois de inúmeras sessões de terapia e alguns medicamentos, o ginasta de 28 anos de idade está recuperado e pronto para chegar com tudo nas Olimpíadas do Rio 2016 e realizar o sonho de conquistar a sua primeira medalha olímpica.

- Eu nem tinha motivação para treinar. Não estava sendo disciplinado em questão de horário, de não faltar e de cumplicidade com o treino. Eu perdi a minha felicidade. Eu sempre estou rindo o dia inteiro. Se você reparar o meu treino, eu estou sempre sorrindo, mas eu não era mais assim. Eu não estava mais tendo o desempenho que eu queria ter. O meu objetivo é muito claro, eu quero ser medalhista olímpico e vou fazer tudo para buscar isso. Eu acredito que eu posso e buscarei medalha olímpica. Até onde o meu sonho pode ir, só eu e Deus vamos decidir - afirmou Diego, que treina com a seleção brasileira, em São Caetano do Sul.

Na fase em que sofreu com a depressão, o ginasta percebeu que ele precisava encontrar um clube que, além de uma boa estrutura, também lhe oferecesse carinho e atenção. Foi o que ele conseguiu enxergar no São Bernardo e no treinador Fernando Lopes.

- Eu fiquei um ano e meio sem clube e agora estou no São Bernardo. Eu tive outras propostas, mas eu quis ir aos locais para ver o interesse das pessoas. Eu quero carinho e fui buscar isso. O meu ciclo olímpico começou agora, óbvio que foi tardio. Eu decidi pensar mais em mim, muitas vezes eu não queria magoar os outros e não via que eu estava me prejudicando.

Novo técnico de Diego, Fernando celebra a parceria e afirma ter certeza que o seu comandado vai voltar a ser um dos principais nomes das provas de solo no mundo.

- O Diego viveu uma fase de depressão. Agora, que ele vai voltar para o cenário internacional para buscar medalhas. Teve a questão do Flamengo e problemas pessoais. O Diego passou a treinar comigo há quase três meses e estamos trabalhando com psicólogas. Ele está bem recuperado, a questão psicológica está boa - comentou Lopes, que também faz parte da comissão técnica da seleção brasileira masculina.

Mais do que um treinador, Fernando também está sabendo nutrir o papel de amigo que Diego revelou ter buscado tanto na hora de acertar com um novo clube. Coube a ele inclusive o papel de proibir que o ginasta tenha uma vida noturna agitada.

- O Diego buscou um treinador que pudesse acrescentar coisas que ele não tinha. Ele precisa hoje muito mais de um cara que dê uma amizade, que possa completar ele. Alguém que ele pudesse sentir confiança. Ele não tinha mais o que perder. O Diego sabe que eu sou meio radical com algumas coisas. Em período de preparação, ele sabe que não pode ir para a balada. Ele está mais controlado. Ele vai à festa do meu filho, da minha esposa, nós vamos em pizzaria e restaurantes. Ele alugou uma casa perto da minha em São Bernardo e convivemos bastante - explicou Fernando Lopes.

Feliz novamente, Diego não se cansa de dizer que o foco está nas Olimpíadas do Rio, mas ele espera já demonstrar evolução nas suas próximas competições importantes: o Pan-Americano, entre 29 deste mês e 1º de setembro, em Mississauga, no Canadá, e o Mundial, entre 3 e 13 de outubro em Nanning, na China. Especialista no solo, ele também vai disputar o salto, cavalo com alças, barras paralelas e barra fixa.

- O Pan-Americano e o Mundial são obstáculos, são competições que não são fáceis. Mas o meu objetivo é chegar bem nas Olimpíadas. Eu quero ter um solo mais unânime, voltar a ter bons resultados nessas competições para que a minha série de solo flua melhor. Eu me vejo como o segundo melhor do mundo, caso eu acerte a minha série. O primeiro ainda é imbatível. O japonês (Kenzo Shirai, campeão mundial em 2013) está um pouco à frente dos outros atletas do mundo. Se eu conseguir ter mais maturidade nos treinamentos, nas competições e conseguir me focar melhorar na hora de entrar na competição, eu vou conquistar ótimos resultados. Eu primeiro preciso me classificar, mas o meu objetivo principal é ser medalhista olímpico - explicou o mais experiente ginasta da seleção brasileira.

Fonte: G1

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