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Disfunção erétil de hoje pode ser infarto do miocário de amanhã

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A disfunção erétil é um problema tão comum que chega a afetar cerca de 48% dos brasileiros após os 40 anos de idade. Mas o que muita gente ainda não sabe é que apresentar esses sintomas de forma tão precoce pode estar associado à chance de alguma doença coronariana no futuro. 

 

O alerta é do urologista Giuliano Aita, que explica melhor a interligação dos problemas. “A ereção é essencialmente um fenômeno vascular. O sangue deve chegar e manter-se no pênis, que passa assumir a posição ereta. Se as artérias penianas estão obstruídas e o sangue não chega até o pênis, isso pode ocorrer no coração também. É um sinal de alerta para o paciente. A disfunção erétil costuma aparecer primeiro porque as artérias penianas são menos calibrosas que as artérias coronárias. Portanto, ela funciona como um marcador precoce de risco de doença coronariana no futuro”, afirma o especialista.   

Giuliano Aita


Os fatores de risco para o entupimento das artérias são, entre outros, o sobrepeso, a hereditariedade, a hipertensão, o tabagismo, o sedentarismo, o colesterol e a glicemia em níveis indesejáveis. Portanto, homens com esses problemas de saúde estão no grupo de risco tanto para a disfunção erétil, como para obstrução coronariana.


Essa interligação com dificuldade de circulação deve ser vista mais atentamente principalmente porque muitos homens ainda têm vergonha de procurar o médico para relatar o problema. "Os homens levam em média de 1 a 2 anos com o problema até procurar o especialista", diz Aita. Alguns, inclusive, buscam automedicação, o que pode aumentar os riscos. “A relação entre disfunção erétil e problemas do coração é importante porque algumas vezes o primeiro sinal da doença coronariana é justamente o infarto. Com isso, é importante avaliar a  conexão entre os dois problemas para evitar futuras complicações. A disfunção erétil causa impacto negativo na qualidade de vida do casal e precisa ser investigada e tratada”, explicita Giuliano Aita. 


Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a disfunção  afetará cerca de 322 milhões de homens até 2025. Atualmente, a doença já atinge cerca de 30% da população masculina economicamente ativa -o que representa mais de 15 milhões de homens no Brasil. A incidência aumenta em homens com faixa etária acima dos 50 anos, mas isso não é uma regra e hábitos como tabagismo, consumo excessivo de álcool, obesidade, sedentarismo e outros podem acelerar o surgimento do problema. Um alerta que os médicos têm se empenhado em divulgar é sobre a importância de os homens serem mais cuidadosos com a própria saúde e fazerem check-ups regulares.


Campanha alerta para o problema


A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) investiu em mais uma ação para promoção da saúde urológica. Neste ano, a entidade lançou a Campanha Nacional Contra a Disfunção Erétil - De Volta ao Controle. A ideia é conscientizar a população sobre os tratamentos disponíveis para a doença, sobretudo nos estágios mais avançados em que o tratamento conservador falhou.

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