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Casa de Oscar Wilde em Londres é reconhecida como patrimônio LGBT

Iniciativa da entidade de preservação histórica da Inglaterra, homenagem quer dar 'um passo na estrada que leva ao entendimento da nação diversa que é o Reino Unido'

Tite Street, 34, em Kensington, Londres. Onde Oscar Wilde viveu com sua esposa e filhos até o julgamento por pederastias em  1895(Crédito: Historic England)

Tite Street, 34, em Kensington, Londres. Onde Oscar Wilde viveu com sua esposa e filhos até o julgamento por pederastias em

1895(Crédito: Historic England)

A casa em que morava o escritor e dramaturgo britânico Oscar Wilde ganhou status especial em homenagem a personalidades homossexuais. A iniciativa partiu da entidade de preservação histórica da Inglaterra, Historic England, com a intenção de agradecer pela contribuição da comunidade LGBT na formação do Reino Unido moderno.

A homenagem aconteceu por ocasião do aniversário de 50 anos da descriminalização parcial da homossexualidade na Inglaterra e no País de Gales, comemorada em 2017. Assim como a residência de Oscar Wilde, também serão homenageadas as casas do compositor Benjamin Britten e da viajante e alpinista Anne Lister, além o túmulo da egiptóloga e escritora Amelia Edwards.

Duncan Wilson, chefe executivo da entidade Historic England afirmou que “o projeto Pride of Place representa um passo na estrada que leva ao entendimento da nação diversa que é o Reino Unido”. Cinco dos lugares homenageados no projeto estão na lista de Herança Nacional da Inglaterra, que dá proteção especial para mais de 400.000 endereços históricos.

“Com muita frequência, a influência de homens e mulheres que ajudaram a construir nossa nação foi ignorada, subestimada ou é simplesmente desconhecida porque eles pertenceram a grupos minoritários”, completou Wilson em comunicado. Para auxiliar com o projeto, os londrinos foram convidados a opinar sobre lugares importantes para a história gay. Mais de 1.600 locais foram inscritos.

Em 1895, Oscar Wilde foi condenado por “pederastia”, crime a que eram acusados homossexuais da época. Em seu julgamento, o autor respondeu com um dos textos mais corajosos e contundentes em defesa da homossexualidade: “Esse amor é a grande afeição de um homem mais velho por um homem mais jovem, como aquela que houve entre Davi e Jônatas, o amor que Platão tornou a base de sua filosofia, o amor que se pode achar nos sonetos de Miguel Ângelo e Shakespeare. Tal amor é tão mal compreendido neste século que se admite descrevê-lo como o ‘amor que não ousa dizer seu nome’”.

 

FOnte: Cult

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