Em uma tarde ensolarada de sábado descortina-se a vida palpitando pelas ruas, praças e becos da comunidade Boa Esperança, no Bairro São Joaquim. Pelas vias da região, carros, motos, ciclista, pedestres seguem fazendo seus trajetos. Crianças, jovens, idosos, homens, mulheres também povoam o local construindo suas narrativas.
E tecendo os fios das vidas que ali pulsam, o projeto de Comunicação Popular ‘Mulheres nos Terreiros da Esperança’ reuniu morador@s da localidade para uma roda de conversa sobre mulheres, negritude, comunicação popular, cidade, poesia e arte.
Ao longo da reunião, as falas das participantes destacaram aspectos como: o resgate da relação entre mulheres e ancestralidades para valorizar as sabedorias das protagonistas idosas; o diálogo com vários segmentos comunitários; a necessidade de se contrapor ao modelo tecnoburocrático de gestão do espaço público; o modo como a remoção representa um ato de violência social, afetando vida de famílias; questionamento sobre: a quem de fato o Direito serve?.
Durante a vigência do projeto, a Associação Centro de Defesa dos Direitos Sociais Ferreira de Sousa e o Coletivo FloresSer, entidades executoras das ações, promoverão oficinas de vídeo, rádio, fotografia com o objetivo de ‘fortalecer e fazer circular a luta das mulheres pelo direito a seus lares, terreiros, vazantes e laços comunitários.’
Os impactos socioambientais do Programa Lagos dos Norte fez moradoras e moradores da região Norte construírem, ao longo de uma década, resistências e estratégias para ter vez e voz sobre os destinos de suas vidas. Neste sentido, as ações do projeto visam contribuir para o empoderamento das vozes femininas do local.
‘Mulheres nos Terreiros da Esperança’ recebe o apoio do CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviços) e SOS Corpo – Instituto Feminista para Democracia.