Cidadeverde.com

Em apenas 1 ano, o Piauí duplicou áreas desmatadas de Mata Atlântica

Imprimir

O Piauí aparece em segundo lugar no ranking dos estados que mais desmataram as reservas de Mata Atlántica no Brasil. Os dados foram apresentados pelo diretor de políticas públicas da Fundação SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, em entrevista ao Notícia da Manhã desta quinta-feira (24). "Nosso código genético das florestas está sendo reduzido a carvão", afirmou.

O Piauí foi mapeado pela primeira vez no levantamento apresentado no ano passado pela Fundação e surpreendeu negativamente com a marca de 6.633 hectares de áreas suprimidas, um aumento de 150% em relação aos índices registrados no período 2011-2012. os dados foram colhidos após monitoramento das áreas por satélite e a comparação em relação ao outros municípios e áreas de transição como cerrado e caatinga. 

Ele esclareceu que o Piauí tem Mata Atlântica que é conhecida também como floresta seca. "Aqui vários biomas se integram. Essa floresta seca está em 15 Estados e se estende até a Argentna e o Paraguai". 

O maior desmatamento da Mata Atlântica foi numa área que atinge dois municípios do Piauí, Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia. No entanto, a produção agrícola do Piauí cresceu 135,3% em relação ao ano anterior e a área plantada teve aumento de 23%. Dados do IBGE apontam que o Estado terá uma produção em 2014 de 3,671 milhões de toneladas de grãos contra a produção de 1,560 milhão de toneladas produzidas em 2013.

Mário Mantovani disse que mesmo reduzida a 7% da área original, a Mata Atlântica ainda é a maior biodiversidade do planeta. "Temos que cuidas desses 7% e manter essa floresta, que hoje está sendo transformada em carvão. Aqui no Piauí não é diferente. As carvoarias destroem a floresta e escraviza as famílias dentro dos fornos. Além de um problema ambiental é também um problema social".  

Ele está no Piauí para uma série de encontros com órgãos municipais e estaduais e deve falar sobre as propostas para a adequação dos municípios a nova legislação ambiental. Ele afirma que o  Brasil tem essa cultura de degradação ambiental. "Nós extraímos da floresta, mas não devolvemos a ela".

Para Mantovani essa preocupação ambiental tem que existir. Com a certificação florestal, uma das mudanças trazidas pelo Novo Código Florestal, nenhuma empresa deverá comprar produtos dem certificação. "O que está associado a degradação não é o desenvolvimento, mas a corrupção e o trabalho escravo. O Código Florestal, é o melhor caminho para as  comunidades se adequarem, até porque sem o cadastro ambiental não haverá possibilidades para financiamentos como subsídio de plantações". 

Sana Moraes (Especial para o cidadeverde.com)
[email protected] 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais