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Estudante piauiense registra confronto entre PMs e professores no Paraná

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Na última quarta-feira (29), policiais militares e professores da rede pública do Paraná entraram em confronto durante protesto em frente a Assembleia Legislativa. A imprensa noticiou que mais de 200 pessoas ficaram feridas, entre elas um jornalista e um deputado que foram mordidos por um pitbull. O Governo do Paraná acusa "black-blocks" e fala em 61 feridos, mas 21 deles PMs. Em meio a tudo isso, uma estudante piauiense registrou a dor dos manifestantes e as marcas do conflito. 

Danielle Serejo é de Parnaíba, mas mora há quase três anos em Curitiba (PR), para onde foi estudar fotografia e cinema. Próxima de se formar em Comunicação Institucional na Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UFTPR), a jovem se engajou no movimento dos professores, que têm realizado uma série de protestos contra medidas do governo estadual - o último deles contestava o uso de um fundo de pensão da previdência do Paraná entre as medidas de ajuste fiscal promovidas pelo Estado, o que prejudicaria futuras aposentadorias de servidores. 

"Apesar dos transtornos, apoio todas as paralisações porque entendo que o trabalhador, qualquer que seja a categoria, deve ser respeitado", disse ao Cidadeverde.com. "Meu pai sempre me ensinou que deveria valorizar a educação, que essa é a única herança que ele podia me dar. Hoje entendo essa importância. A luta é justa e reivindica direitos, dignidade. Por isso, sempre estive presente. Apesar disso, atuo também como fotógrafa. Tenho registrado essas manifestações como forma de colaboração ao movimento. Todos precisam saber que isso está acontecendo, e que o cidadão não deve se calar diante de nenhum abuso". 

"Pedi gentilmente que me mostrassem suas feridas. Apesar da dor, eles também queriam que o mundo visse como eles estavam sendo tratados"

Presente na manifestação de quarta-feira, Danielle Serejo relatou que os professores pretendiam acompanhar a votação do projeto na Assembleia, mas foram impedidos pela força policial. "Mesmo tendo noção de que poderia ocorrer algum conflito, não imaginava que se trataria daquela violência. Aliás, ninguém imaginava. Além do Choque, havia mais 2.000 policiais fazendo o cerco e também a cavalaria. Usaram todo o aparato militar para nos impedir de exercer o nosso direito. Havia desde helicóptero a cães pitbulls. Aquilo foi muito chocante para todos", contou. 

A estudante estava há cinco quadras do local onde as bombas começaram a estourar. "Todos correram e pediram para entrar na prefeitura, que deixou suas portas abertas para acolher os manifestantes. Lá os primeiros feridos começaram a chegar, e vendo a gravidade da situação e o desespero, permaneci lá para auxiliar os feridos. Foi tudo tão surpreendente que sequer havia estrutura para acolher possíveis feridos. A guarda municipal e alguns manifestantes prestaram os primeiros socorros enquanto o Samu chegava. Havia dificuldade porque todo o perímetro estava fechado. Prova de que fomos pegos de surpresa", narrou.
 
Após ajudar os feridos, a jovem piauiense teve a sensibilidade para registrar tudo. "Queria muito fotografar a situação, mas era uma situação muito delicada. Primeiro conversei com eles, estavam muito magoados, decepcionados com toda aquela guerra. Depois pedi gentilmente que me mostrassem suas feridas. Apesar da dor, eles também queriam que o mundo visse como eles estavam sendo tratados".

Outro lado
O projeto que revisa o plano de custeio do regime próprio da Previdência Social foi aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná. O presidente da Casa, Ademar Traiano, afirmou que "foi preciso garantir a segurança para que a votação ocorresse". Luiz Claudio Romanelli, líder do governo, defendeu que a medida não trará prejuízo aos servidores e permitirá ao governo fazer uma melhor gestão. 

A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná se valeu de uma decisão judicial obtida pelo Poder Legislativo para impedir a entrada de manifestantes na "Casa do Povo". Foram abertas investigações para apurar a conduta dos policiais, quem iniciou o tumulto e os danos ao patrimônio. 

O governador Beto Richa (PSDB) lamentou o incidente, mas defendeu o uso da força policial. Ele apontou a presença de militantes radicais infiltrados entre os professores. Sobre o projeto polêmico, garantiu que a medida só trará benefícios. "Estou pagando o preço pessoal e agindo de forma responsável, aprovando medidas importantes e necessárias". 

 

Fábio Lima
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