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Família de paciente do Areolino de Abreu está revoltada com a morte

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O irmão do paciente assassinado no Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu nesta madrugada(25), Emanoel Roque, disse que a família está revoltada com o crime e quer justiça. 

Luís Nassário Nascimento Roque, 42 anos, foi asfixiado por volta das 2 horas da manhã. O suspeito é o detento José Dilson Vieira de Brito Filho, 37 anos, que está no hospital por ordem da Justiça desde 16 de dezembro de 2013, e já recebeu alta médica em abril de 2014, mas até hoje não saiu do local.

Foto: Carlos Lustosa/Cidadeverde.com

 


“Estamos revoltados. Ele era um ente querido da família e vão ter que dá um jeito, porque senão nós mesmos vamos fazer”, ameaça o irmão da vítima. 

Ele reclama dos detentos dividirem o mesmo espaço que pacientes com transtornos mentais. “Um preso junto com doente mental não pode. Esse hospital é só para doente mental. Nós já tínhamos ouvido falar que tinha presos se fazendo de doido para ir para o Areolino para fugirem depois. Mas, eles não são doidos são é sem vergonha”, afirmou Emanoel Roque. 

Luís Nassário estava internado no hospital há dois meses e já tinha várias passagens pelo local. A família da vítima é do Portal da Esperança, zona sul de Teresina. 

Nota do governo

O Governo do Estado do Piauí, diante dos fatos ocorridos, esclarece que o paciente José Dilson Vieira de Brito Filho, 37 anos, foi internado por medida judicial no Hospital Areolino de Abreu, por ordem do Dr. Antônio Reis de Jesus Nollêto, da 1ª Vara do Júri Popular de Teresina em 16 de dezembro de 2013, e recebeu alta médica em abril de 2014, portanto já não havendo, desde então, indicação médica de que o mesmo precisasse estar internado em hospital.

Desde o ano passado, o paciente ameaçava cometer algum ato de violência, inclusive cometer homicídio, tendo, no início de abril agredido um outro paciente. Diante desses fatos, por duas vezes, a direção do Hospital Areolino de Abreu comunicou e solicitou à transferência do mesmo. Os ofícios foram encaminhados em fevereiro e maio deste ano de 2015.

Na madrugada de hoje o paciente estrangulou e matou outro paciente portador de doença mental crônica, potencialmente indefeso. O mesmo foi levado a Central de Flagrantes, autuado por homicídio qualificado, mas acabou retornando ao hospital, onde encontra-se isolado para sua própria segurança e dos outros pacientes e profissionais.

A direção aguardava o mandato de desinternação hospitalar do paciente e solicitou hoje ao Exmo. Juiz a sua transferência imediata para a Unidade Prisional Valter Alencar.

Atualmente, o Hospital abriga 65 pacientes por ordem judicial, alguns vindos do próprio sistema prisional, vários de alta médica, aguardando trâmites jurídicos para deixarem a internação. A capacidade total do hospital é de 130 leitos para pacientes do Sistema Único de Saúde. Não tem estrutura de manicômio judiciário, não tem segurança carcerária e os problemas com pacientes em conflito com a lei vem sendo alertados há vários anos pela direção do hospital.

 

Caroline Oliveira
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