A Central de Flagrantes de Teresina está novamente superlotada. Na noite desta quinta-feira (23), 95 presos estavam custodiados na delegacia, ultrapassando a capacidade máxima, de 25. O número elevado de detentos leva a um risco iminente de fuga e rebelião. Presos foram algemados em grades do corredor da Central.
Do total de presos, 20 está na parte de triagem. Uma dupla de jovens, abordada pela Polícia Militar sem habilitação e com uma réplica de pistola, só deu entrada na Central ontem, após a transferência de oito presos para o 21º DP e mais cinco para a Polinter.
Na manhã desta sexta-feira (24), o número total de presos subiu novamente para 90, coma a chegada de mais quatro suspeitos, trazidos da Polinter.
O policial de plantão na Central, Antônio José, disse que a situação é muito grave. Ele sozinho é quem controla a ida dos presos ao banheiro e teme uma rebelião. “Só não fogem porque não querem, um policial sozinho, não tem como controlar a entrada e saída de todos esses presos”, afirmou.
Os detentos reclamam da superlotação e informaram aos policiais da noite de ontem(24), que ninguém mais entraria nas celas. “Eles mesmo disseram que iam matar outro preso que entrar”, revelou o Constantino Júnior.
O coordenador da Central, delegado Luciano Alcântara, informa que a Secretaria de Justiça disponibilizou 30 vagas para que alguns dos presos sejam encaminhados ao sistema prisional. Desses, dez irão para o interior e 20 para a capital, provavelmente à Casa de Custodia.
"O cronograma de transferências foi afetado por conta dos acontecimentos da rebelião na penitenciária de Esperantina e da morte na Casa de Custódia. Por isso, somente agora estamos fazendo a transferência", destacou o delegado.
O encaminhamento dos presos acontece durante todo o dia de hoje. A Central tem capacidade para 25 presos, mas no momento abriga mais de 80. A triagem, que não pode servir como cela, hoje está ocupada por 20 homens.
Graciane Sousa e Maria Romero
Redação Caroline Oliveira
[email protected]
