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Há 3 meses sem água, moradores ameaçam abandonar Jacinta Andrade

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A população do Jacinta Andrade está abandonando o residencial devido à falta de água que já se prolonga por três meses. Um dos moradores, Francisco Florêncio, após acumular inúmeros prejuízos, foi ao Ministério Público Estadual para denunciar o caso na manhã desta terça-feira (22).

Morador da quadra 96, ele garantiu que já acionou a Agespisa, mas nada foi feito. "Já fomos a Agespisa e eles pediram um prazo de 15 dias, mas não fizeram nada. Muita gente está abandonando suas casas devido à falta de estrutura e água no local", completou.

Francisco também está pensando em sair do conjunto, juntamente com a esposa. Eles pediram demissão do emprego, para abrir um comércio no residencial Jacinta Andrade - um investimento de R$ 30 mil, que agora se resume em prejuízo.

"Vim aqui ao Ministério Público para que ajuízem uma ação civil pública. Não podemos ficar no prejuízo. As contas de água chegam todo mês, mas não temos o benefício", argumentou o morador.

Eles confirmaram que também precisam pegar água em uma escola e em uma casa abandonada, na área baixa do residencial. Os moradores estão dispostos a fazer um protesto para parar o tráfego na avenida Frei Serafim.

A situação, segundo a costureira Lindalva Ferreira, se agravou nos últimos quatro dias. "Há dois meses começou a faltar água, mas geralmente chegava às 2h da manhã e a gente conseguia se virar. Agora nem isso está acontecendo e complicou muito o problema", acrescentou.

 

Agespisa responde

O presidente da Agespisa, José Augusto Nunes, negou que haja problemas com relação à falta de água no residencial Jacinta Andrade. Segundo ele, está sendo cortada a água de pessoas que não pagaram a conta. Além disso, existe o uso não racional, o que acaba diminuindo o fluxo de água para as regiões mais altas.

"No Jacinta há água em abundância. São 155 quadras, o problema atinge só 18 delas, porque há muito tempo as pessoas deixaram de pagar e a Agespisa não cortou na época. Lá, a população usa a água de forma indevida, as torneiras ficam abertas o tempo inteiro. Além disso, colocam verdadeiros equipamentos para retirar a água dos canos", argumentou o gestor.

 

Nunes disse ainda que já iniciou uma operação para fiscalizar a questão dos débitos e da retirada de água direto dos canos. "É uma forma educada de fazer a população usar a água de forma correta. Lá existem três poços que geram 100 mil litros de água por dia. Tudo isso vai pelo ralo", completou.

Entre ações para normalizar o abastecimento de água na região do Jacinta Andrade, o presidente destacou a Estação de Tratamento de Água da Santa Maria da Codipi, que está com 75% das obras concluídas. "Mas mesmo assim, se a população continuar usando como está, vai continuar faltando água", finalizou.

 

 

Jordana Cury e Yala Sena
[email protected]

 

 

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