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Hospital Infantil: diretor nega que morte de criança tenha relação com falta de medicamento

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O diretor do Hospital Infantil Lucídio Portela, Vinícius Nascimento, afirmou no Notícia da Manhã desta quarta-feira (25) que a morte de uma criança de 12 anos na última sexta-feira (20) não teve relação com a falta do medicamento metilprednisolona.

"O atendimento dado foi o que a gente podia dar de melhor. No período, ela teve atendimento dos médicos mais experientes do hospital e foi levada à Unidade de Terapia Intensiva. Não há relação imediata da metilprednisolona com o óbito dela, até porque a gente não sabia qual a real doença dela", comentou o diretor do Hospital Infantil.

De acordo com Vinícius Nascimento, por causa do grave estado de saúde da criança, os profissionais do hospital tiveram dificuldades para distinguir que doença deveriam tratar. "A gente teve um fato muito triste do óbito dessa criança. Ela deu entrada no hospital já com quadro de leucopenia, quando não tem mais células de defesa suficientes. Foi aventada na época até a possibilidade de leucemia pela gravidade do quadro. A gente tem um oncologista pediátrico no nosso quadro que fez uma investigação e foi descartada essa possibilidade", explicou.

"A partir daí, foi iniciada uma investigação para doenças autoimunes, porque pelo estado geral da criança, a preocupação que gerou no corpo clínico, era uma das possibilidades. Esses exames demoram alguns dias e infelizmente nesse período a criança veio a óbito", complementou.

Vinícius Nascimento observou ainda que nem mesmo a metilprednisolona seria uma garantia para a criança de 12 anos que acabou morrendo. "Normalmente, em casos graves com déficit de produção de células sanguíneas como foi o dela, termina-se usando metilprednisolona no intuito de ser uma tentativa empírica de salvação. Nós dispúnhamos de apenas duas ampolas na época. Era insuficiente. A tentativa de compra foi feita desde o início, não só para essa criança. Na verdade, nós temos várias crianças que precisam desse medicamento. Os produtores do Brasil não estão dispondo, não estão tendo a matéria prima para a produção", destacou.

O diretor do Hospital Infantil lembrou ainda que não há previsão para que o medicamento volte constar nas prateleitas da unidade de saúde. "Para algumas crianças que não estão tão graves está se usando corticóide na tentativa de amenizar o quadro doloroso. Mas na literatura, não tem um substituto para o real problema. Você está falando de um problema nacional. A produção não está sendo suficiente para o Brasil. O laboratório tem mandado email dizendo que não está conseguindo produzir", finalizou.

Flávio Meireles
Com informações da TV Cidade Verde
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