O especialista em segurança pública Arnaldo Eugênio analisou os últimos casos de violência em Teresina como a suposta tentativa de estupro que culminou com a morte do doente mental Franklin de Oliveira Castelo Branco e um assalto a um homem que trocava o pneu de carro no qual os bandidos ainda dispararam contra a vítima. Segundo ele, estes são exemplos de que a impunidade e a corrupção que permeiam a sociedade brasileira acabam contribuindo contra a própria população.

“O que ocorre é que a descrença é latente que a gente não tem mais credibilidade nas instituições, onde há corrupção. Em todos os estados onde a corrupção é alta , descredito às instituições e a violência são altos”, avalia. 

Eugênio acredita que é por isso que casos como a morte de Franklin continuam acontecendo. Ele foi morto pelo gerente de uma construtora e ex-enfermeiro Flamarion Barbosa de Santana Coutinho que havia sido avisado por um popular que sua filha de 15 anos estaria sofrendo uma tentativa de estupro pelo jovem, que era doente mental, e acabou sendo pego e agredido pelo pai da garota. 

“A falta de credibilidade das instituições faz com que cidadão lance mão do direito de exercer o ‘olho por olho, dente por dente’. O Estado já disse que ira garantir o sentimento de segurança, agora fala na sensação de segurança e isso não está acorrendo. Ora, o estado não me dá sentimento de segurança, mas via me dar sensação?”, questiona.

Ao avaliar um assalto no qual os bandidos, mesmo após levarem os pertences, dispararam duas vezes contra as vítimas. “Quando o indivíduo tem a certeza da impunidade, tem a confiança para o crime. Depois que entrega o objeto, a desolação é grande e ele nem imagina o que vai acontecer em seguida com os dois tiros”, descreve.

Carlos Lustosa Filho
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