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Irmandade Homofóbica faz nova ameaça e polícia tenta rastreio

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O grupo Matizes entregou as polícias civil e federal, novas provas contra o grupo homofóbico que estaria atuando no Piauí desde o início deste ano. Comentários feitos na página do grupo no Facebook sob o perfil falso de Carlos Lobo, foram entregues para as autoridades policiais, no intuito de contribuir com as investigações correntes sobre ameças feitas anteriormente a lideranças do Matizes e do movimento feminista do Estado. Essa é a terceira ameaça registrada esse ano. 

O perfil falso usou a foto do americano Edward Snowden, que revelou o programa de espionagem dos Estados Unidos, para fazer novas ameças ao grupo Matizes. O comentário foi feito em uma postagem sobre a campanha “Uespi contra os preconceitos” e diz que a Irmandade Homofóbica está feliz com as mortes de homossexuais no Piauí. "Nós vamos matar mais um homossexual para servir de exemplo para a nossa sociedade cristã e conservadora", diz um dos trechos. 

"As ameaças foram feitas em forma de comentário. Fizemos um print da página e entregamos para a Polícia Federal e Polícia Civil, onde já existem inquéritos correntes. Acionamos também entidades de defesa dos direitos humanos nacionais e internacionais, como a Frontline (Inglaterra) e Ashoka, que está presente em mais de 30 países", conta Marinalva Santana, do Grupo Matizes. 

O titular da Delegacia Especializada de Repressão às Condutas Discriminatórias, Sebastião Escórcio, disse que ao receber as novas evidências, acionou, de forma imediata, o administrador do Facebook para pedir a preservação do login. "O processo corre em segredo de justiça. Com essa nova postagem, depois de quase seis meses sem se manifestar, poderíamos ter tido a chance de rastrear, mas com a divulgação do caso na mídia o perfil foi excluído. O Facebook preserva por até 90 dias os dados e estamos tentando conseguir a identificação do IP do computador que foi usado para fazer a ameaça. Se tivesse continuado no ar, poderíamos acompanhar a movimentação da pessoa ou das pessoas e chegar até um suspeito concreto". 

Os inquéritos foram instalados em março deste ano quando a Irmandade fez uma ameaça de morte à líder do Matizes. "Essa é a terceira ameça que a Irmandade Homofóbica faz de forma direta ou genérica".  A primeira vez que a Irmandade usou a internet para fazer ameças utilizou um perfil denominado "Vanpelth", que também fopi excluído, e dizia: "A Irmandade Homofóbica manda lembranças - tu vai morrer".  

Além do Matizes, o movimento feminista que promove a Marcha das Vadias foi o primeiro alvo do grupo no Piauí. Em fevereiro, um bilhete que circulava em papel e nas redes sociais continha o símbolo do nazismo e pedia a população para se filiar. O bilhete defendia a “morte aos homossexuais” e era assinado com “IMHO Irmandade Homofóbica”. 

Os prints foram apensados nos autos do inquérito por ser uma informação nova. "Foi cometido o mesmo erro da primeira vez. Houve a divulgação na imprensa e o perfil foi retirado. Se tivesse sido em sigilo, a polícia poderia rastrear o andamento, checar quais computadores foram usados, em quantas e quais cidades. Esse print é a única pista nova que temos, e o IP usado pode ser de uma lanhouse ou ter sido utilizada uma rede gratuita de acesso a internet, por exemplo. Quanto mais postagens fossem feitas mais pistas teríamos", afirma o delegado. 

Sana Moraes
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