O deputado federal Jesus Rodrigues Alves deixa o mandato, mas não deixa a política. Após a crise com a ala comandada pelo governador eleito Wellington Dias dentro do Partido dos Trabalhadores, Jesus Rodrigues avisou hoje (17) que vai procurar a "esquerda" dentro do próprio PT. 

As diferenças políticas chegaram ao ápice no início da campanha eleitoral deste ano. Jesus Rodrigues concorreria à reeleição e via em Wellington, candidato ao governo, seu principal cabo eleitoral. Porém, Rejane Dias também lançou candidatura e com apoio de Wellington. Na época, Jesus se disse prejudicado e resolveu desistir da candidatura. Para assumir seu lugar, foi destacado Merlong Solano, que acabou eleito.

Hoje, Jesus Rodrigues assegurou que não deixará a política. Seus planos são investir no plantio de cana para produção de etanol no município de Hugo Napoleão, sua terra natal, e procurar uma ala mais "esquerda" dentro do próprio Partido dos Trabalhadores, também para se dedicar ao trabalho junto aos pequenos agricultores e a defesa da produção de novas formas de energia.

"Eu quero ir para a esquerda. Não precisa ser extrema esquerda. Quero ver se é possível, inclusive, o PT em nível nacional eu considero bem a esquerda em alguns setores que a gente trabalha, outros estão mais a direita, e a gente espera que essa janela nacional seja pela esquerda do PT", declarou.

Sobre o abalo de seu relacionamento com Wellington Dias, Jesus garantiu que é puramente político. "Policiamente sim, mas pessoalmente não. Inclusive estive com ele ontem num almoço de um companheiro nosso, fundador do PT, conversamos. Mas não tem nenhum abalo. Eu também não teria por que abalar uma relação pessoal. Eu me relaciono com o Hugo [Napoleão], com o Júlio César. Com o Heráclito não porque também não tem nenhum interesse de conversar comigo. Mas não teria nenhum problema de me relacionar com ninguém por que teria com o Wellington", afirmou.

Leilane Nunes
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