O Jornal do Piauí desta quarta(26) entrevistou ao vivo,o assistente da presidência da Eletrobrás, distribuição Piauí, José Salan, que falou sobre a decisão do desembargador Luiz Brandão, em determinar o bloqueio, a toque de caixa, das contas da companhia, em favor de uma empresa de agronegócios dos Cerrados que sofreu prejuízos pela falta de energia elétrica na região.
Segundo José Salan, trata-se de um valor muito grande, que terá repercussão financeira e até operacional na Eletrobrás.
Ele afirmou que se for retirado esses recursos, a companhia não terá como honrar os compromissos salariais e informou que todas as medidas jurídicas estão sendo tomadas para que isso não aconteça. "Estamos resguardando um dinheiro público, que vem do pagamento das tarifas pela população", disse.
José Salan falou ainda que a Eletrobrás deve recorrer até junto ao CNJ(Conselho Nacional de Justiça).
Em resposta, Luiz Brandão, que concedeu entrevista no estúdio do Jornal do Piauí, afirmou que não teme representações junto ao CNJ. "O processo tem que ter início, meio e fim, não interessando a situação das partes. Não tenho medo do CNJ. Fiz uma decisão lúcida, dentro dos princípios da moralidade, impessoalidade e seriedade. Eu não sou moleque para dar decisões contrárias à lei. Esse é o 'jus sperniandi', de quem não aceita a decisão, mas a Eletrobras terá que pagar de qualquer forma", completou.
O desembargador disse também que a empresa agrícola ajuizou ação contra a antiga Cepisa na década de 90, por conta da péssima prestação de serviço. "O juiz julgou procedente o pedido, condenando a Eletrobrás à indenização. Os recursos foram colocados fora do prazo e a sentença foi transitada em julgado. A Cepisa não acatou a sentença no tempo devido e o valor foi apurado e atualizado na Contadoria Judicial e deu-se, então, o cumprimento da sentença", concluiu.
Enquanto isso, o Sindicato dos Urbanitários realizou na manhã de hoje(26), uma assembleia com os funcionários da Eletrobrás, distribuição Piauí, e decidiram esperar até o próximo dia 05 para deliberarem sobre uma possível greve por tempo indeterminado. Os quase 1.200 funcionários temem o não recebimento dos salários nesse final de ano.
Marcelo Lopes
