Cidadeverde.com

Levy pede que estados não se precipitem em convalidar incentivos fiscais

Imprimir

Os estados não devem se precipitar em convalidar os incentivos fiscais antes da unificação das alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) interestadual, disse hoje (31) o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), ele pediu paciência aos governadores em relação ao tema.

Para o ministro, a convalidação dos benefícios fiscais pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), órgão que reúne os secretários de Fazenda dos 26 estados e do Distrito Federal, antes do fim das negociações para o fim da guerra fiscal, pode surtir o efeito contrário e estimular a fuga de investimentos do país.

“Estamos em um momento que exige paciência para lidar com situações complexas. É preciso muito cuidado para tomar decisões difíceis de reverter. O Brasil pode até perder o grau de investimento [garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública], com todas as consequências para os investimentos das empresas”, alertou Levy.

Desde 2011, o Senado discute a resolução que unifica a alíquota do ICMS interestadual, cobrado quando uma mercadoria é transportada do estado produtor para o estado consumidor. Em 2013, o governo chegou a um acordo que prevê a unificação gradual do imposto em 4% em um prazo de oito anos. A medida, na prática, põe fim à guerra fiscal ao reduzir o espaço para os governadores concederem incentivos fiscais que atraem empresas, mas têm alto custo para a arrecadação dos estados.

Para Levy, somente após a aprovação dessa resolução, o Confaz pode convalidar os benefícios fiscais existentes, que se encerrariam após a vigência dos contratos. Segundo o ministro, a unificação do ICMS interestadual daria um sinal positivo aos investidores por estabelecer um prazo para o fim da guerra fiscal. “Nem importa o prazo da unificação, oito anos ou dez anos. O que importa é que a unificação do ICMS traz certeza aos investidores. A convalidação dos incentivos atuais pelo Confaz virá com naturalidade assim que a situação se estabilizar”, disse.

Embora a guerra fiscal atraia empregos em um primeiro momento, a manutenção dos incentivos pelos estados, disse o ministro, é nociva para a economia porque faz todos os governos estaduais arrecadarem menos, piorando as contas do setor público. “A guerra fiscal provoca a erosão da receita dos estados. A unificação do ICMS é uma solução estrutural para aumentar investimentos”, acrescentou o ministro.

Fonte: Agência Brasil

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais