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Livros: dicas de como estimular a criança a ler desde cedo

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A paixão do escritor João Ubaldo Ribeiro pelas letras se manifestou de maneira tão precoce e grandiosa que, quando menino, ele costumava cheirar livros. Um hábito inusitado herdado do pai. Sua casa era apinhada de obras de áreas diversas: literatura, direito, história. Ele explorava de tudo, inclusive dicionários. Entre gostar de ler e se tornar um escritor renomado, a diferença é imensa. Esse exemplo, no entanto, ilustra bem o que os educadores dizem sobre a importância da família no estímulo à leitura: as crianças devem ter contato com livros desde a mais tenra idade, muito antes de ser alfabetizadas. E os pais cumprem um papel fundamental nisso, o de apresentar esse universo aos filhos de forma afetiva. Quando a mãe entoa canções de ninar ou conta histórias para o bebê dormir, começa a trilhar esse caminho, afirma Maria José Nóbrega, mestre em língua portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP) e membro da equipe que elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa do Ministério da Educação.

Segundo ele, mesmo as crianças que não sabem ler devem ter contato com a palavra escrita. Dessa maneira, aprendem que cada página do livro revela uma parte da história que se relaciona com as imagens. Depois, podem até conseguir recontá-la de memória. Quanto mais os pais e professores forem parceiros e transformarem a leitura em algo lúdico, maiores serão as chances de que os pequenos a encarem de forma prazerosa e a incorporem à rotina. Reservar algum tempo para ler junto com os filhos e, principalmente no caso dos adolescentes, conversar sobre as obras obrigatórias do colégio são estratégias que costumam dar certo. Montar uma biblioteca em casa e atualizá-la de vez em quando, além de visitar livrarias e bibliotecas, também.

Muitas crianças se afastam da leitura por desconhecimento da família de como estimulá-las e do trabalho precário da escola. Um dos momentos críticos é quando elas já estão alfabetizadas. "Os pais deixam de acompanhá-las à medida que vão crescendo e aprendendo a ler sozinhas", alerta Celinha Nascimento, mestre em literatura brasileira pela USP e formadora de professores em projetos de leitura. "Elas são abandonadas justamente quando mais precisam de ajuda." Isso acontece porque, embora consigam decodificar as palavras, podem não ter fluência e maturidade suficientes para compreender o conteúdo. Também é importantíssimo investir no que as crianças e os adolescentes têm interesse. Cabe à escola cuidar para que eles tenham acesso aos clássicos, dizem os especialistas, mas é função da família incentivar outras escolhas.

 

Fonte: M de Mulher

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