Cidadeverde.com

Madrugada de forte bombardeio deixa 100 mortos em Gaza

Imprimir

Pelo menos 100 palestinos morreram nesta terça-feira (29) em bombardeios de Israel contra a Faixa de Gaza, em um dia violento no qual o Exército israelense intensificou sua campanha contra símbolos do Hamas no enclave palestino.

Segundo a Associated Press, entre os mortos estão 26 pessoas atingidas por bombardeios e disparos de tanques em quatro casas de Gaza, informaram fontes médicas palestinas. Os números elevam as vítimas fatais do conflito a 1.156 palestinos, segundo o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf al-Kidra. Desde 8 de julho, quando a ofensiva começou, Israel contabilizou 56 mortos – 53 soldados e três civis.

Nesta terça, uma autoridade da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) anunciou  que os movimentos palestinos - incluindo o Hamas - estão prontos para uma trégua humanitária de 24 horas.

Segundo informou a AP, Yasser Abed Rabbo, secretário-geral da OLP, disse que Israel deve aguentar as consequências caso rejeite o chamado. "A Autoridade Palestina, o Hamas e a Jihad estão dispostos a uma trégua humanitária de 24 horas e examinam com espírito positivo uma proposta da ONU para um cessar-fogo de três dias no conflito com Israel", disse ele.

Explosão de ataque israelense é vista de longe em Gaza nesta terça-feira (29) (Foto: Hatem Moussa/Reuters)

 

"Em caso de negativa, consideraremos Israel plenamente responsável pelas consequências", enfatizou. "A ONU sugeriu estender esta trégua para 72 horas. Estudamos esta sugestão com espírito positivo."

O porta-voz do governo israelense Mark Regev disse que a proposta "não é séria" até que seja dita diretamente pelo Hamas. Após o anúncio, um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri, negou que haja um acordo. “As declarações do senhor Abed Rabbo não são verdadeiras e não têm nada a ver com as posições da facção neste momento”, afirmou.

Não ficou claro se a declaração do porta-voz reflete o posicionamento da liderança do Hamas no exílio.

Central elétrica atacada


Mais cedo, a única central elétrica da Faixa de Gaza ficou fora de funcionamento após os bombardeios do exército israelense, disse o diretor-adjunto da autoridade de Energia do reduto palestino, interrompendo o suprimento de eletricidade para a Cidade de Gaza e várias outras partes do enclave palestino de 1,8 milhão de habitantes.

Sinalizadores atirados por Israel iluminam o céu da cidade de Gaza na madrugada (Foto: Khalil Hamra/AP)

"A única central elétrica de Gaza ficou fora de funcionamento após um bombardeio israelense na noite passada, que danificou o gerador de vapor, antes de atingir as reservas de combustível que se incendiaram", declarou Fathi al-Sheikh Jalil, segundo a Frajnce Presse.

Foram declarados grandes incêndios no setor da central (no centro do território palestino), impedindo o acesso dos veículos de auxílio, constatou um jornalista da AFP.

Esta usina fornece cerca de 30% do consumo de eletricidade de Gaza, de acordo com a agência France Presse. Já a Reuters afirma que a instalação fornece energia para dois terços do enclave palestino.

Além disso, segundo Fathi al-Sheikh Jalil, "cinco das dez linhas elétricas provenientes de Israel para abastecer a Faixa de Gaza foram atingidas pelos bombardeios israelenses, e os serviços de manutenção não conseguem ter acesso à zona para consertá-las".

Além da falta crônica de água, o reduto palestino, submetido desde 2006 a um bloqueio imposto por Israel, sofre grandes problemas de fornecimento de eletricidade.

A usina já havia sido atingida na semana passada e operava com cerca de 20% de sua capacidade, o que garantia apenas algumas horas por dia de eletricidade para os moradores de Gaza.

 

Fonte: G1

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais