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Mãe de esquizofrênico mostra laudo médico e chama agressor de "monstro"

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A mãe de Franklin de Oliveira Castelo Branco, que foi espancado até a morte no início de dezembro após uma acusação de tentativa de estupro, exibiu um laudo médico comprovando que o filho era portador de uma doença psiquiátrica, sem cura e compulsiva, que poderia ocasionar surtos. 

"Meu filho era uma pessoa temente a Deus, que gostava de aconselhar, evangelizar. Ele respeitava todo mundo, era educado, apesar do problema que ele tinha. Muita gente nem percebia que ele era doente", explica Marlene de Oliveira.

Franklin completaria 31 anos no próximo dia 25. Ele foi morto após abordar uma menina de 15 anos, no bairro Pirajá, zona Norte de Teresina. O homicídio foi cometido pelo padrasto da garota, identificado como Flamarion Barbosa. Ele teria flagrado a suposta tentativa de estupro quando passava de carro pela avenida Maranhão. A adolescente fazia caminhada no local. Franklin foi perseguido e espancado até a morte. Depois do fato, o agressor tentou reanimá-lo, mas não conseguiu e foi preso em flagrante.

Marlene, por outro lado, não acredita na possibilidade de tentativa de estupro. "O Franklin gostava de conversar com as pessoas e ele faz isso tocando. Acredito que ele queria falar sobre Jesus e ela se assustou e saiu correndo. Ela contou isso no depoimento. Quando ela correu, apareceu esse monstro e fez tudo isso. A menina ficou desesperada e gritou bastante, pedindo para ele parar de bater, dizendo que meu filho não fez nada com ela, mas ele não parou", disse a mãe de Franklin.

Revoltada com o que houve, a família de Franklin pede justiça. "Eu quero que a pessoa que fez isso apodreça na cadeia. Ele quis dizer que foi a população, mas não foi. Foi ele, sozinho", completou.

Homicídio doloso

A TV Cidade Verde tentou contato com o advogado do acusado Flamarion Barbosa, mas não conseguiu. Em entrevista ao Jornal do Piauí de hoje (22), o delegado geral de Polícia Civil, James Guerra, informou que o inquérito foi concluído como homicídio doloso (quando há intenção de matar). 

"A informação que temos é que o padastro recebeu uma ligação, foi até o local e cometeu o crime. A vítima não reagiu, não ofereceu resistência, era de fácil domínio e houve uso excessivo da força. Ele agiu como se fosse legítima defesa de terceiros, mas não se enquadra nisso porque não havia nenhum risco quando ele começou a agressão. A polícia indiciou ele por homicídio doloso, mas o caso ainda vai ser analisado pelo Ministério Público e pelo Judiciário", completou James.

Flamarion estava preso até a sexta-feira (19), mas já havia um pedido de liberdade. Não há informações sobre a atual situação do acusado.

Jordana Cury
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