A promotora Vera Lúcia Santos, titular da Vara da Infância e Adolescência, confirmou que uma criança de três anos foi retirada de uma creche após professores suspeitarem de que ela estava sendo torturada em casa. O pai, o sapateiro Esmeraldio Pires, é o suspeito. Segundo a promotora, a criança ficará em um abrigo o tempo que for necessário para a investigação apurar o que ocorreu. A polícia investigará ainda se as outras duas filhas não foram torturadas ou abusadas sexualmente.

Raoni Barbosa/Revista Cidade Verde

A criança apresenta marcas de queimaduras de cigarro e um exame vai comprovar ou descartar a possibilidade de abuso sexual. 

Enquando a investigação não chega a uma conclusão, a menina permanecerá em um abrigo e o pai não poderá ter contato com a menina. "A mãe pode ter contato com a criança, mas o pai tem que ser afastado. Essa criança vai ser encaminhada para um lar, para ser assitida e obviamente só quem pode ter contato com ela é a mãe. Tem que ver também se a mãe não é conivente. Tudo tem que ser investigado para que não se pratique nenhuma injustiça", comentou em entrevista ao Jornal do Piauí.

A promotora afirmou que a conduta do Conselho Tutelar em retirar a menina da creche e da casa dos pais foi correta. O procedimento normal é que a criança permaneca no abrigo enquanto houver risco à sua integridade física e psicológica.

Exumação

A promotora Vera Lúcia Santos explicou ainda o motivo da polícia ter exumado o corpo da menina Ana Clara, falecida no Hospital do Promorar há duas semanas, sem que fosse atestada a causa da morte.

O resultado da exumação poderá determinar a soltura da mãe da criança, presa por suspeita de maus tratos. 

A denúncia foi feita pela médica que atendeu a menina. Segundo foi relatado à polícia, a menina de apenas um ano apresentava hematomas pelo corpo, sinais de desidratação e estava mal alimentada.

"Se a violência for afastada, obviamente a mae será solta e temos que investigar outra linha porque tem que ter havido alguma motivação para essa criança falecer. Consta que ela tiha hematomas e é possível também ter acontecido negligência. Ela estava mal alimentada. Têm que ser confirmadas todas as hipóteses para ter a certeza", comentou.

Leilane Nunes
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