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"Não reclame do que você permite", diz palestrante da Semana do Orgulho de Ser

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“Não reclame do que você permite”. Esta é a frase que a escritora e jornalista Márcia Almeida gosta de utilizar para fazer um alerta sobre a apatia social e da mídia diante de situações polêmicas e que ferem a dignidade humana. Ela realiza nesta segunda-feira (15), às 16h, a palestra “Mídia, Direitos Humanos e Invisibilidade Social” no auditório Noé Mendes, do CCHL da UFPI, que está dentro da programação da 7ª Semana Universitária do Amor de Iguais, evento que faz parte da 10ª Semana do Orgulho de Ser. 

 

 

Márcia afirma que diversos assuntos como a situação dos ciganos, os preconceitos contra LGBTs, os maus tratos a presos, por exemplo, na maioria das vezes, não são abordados como deveriam pelos meios de comunicação e a sociedade acaba ficando alheia a estes casos. “É preciso que a mídia discuta o preconceito. Se todos têm que pagar os impostos de forma igual, devem ter os mesmos direitos, independente de cor ou com quem se dorme”, afirma. 

A jornalista cita o exemplo dos presos que são tratados de forma marginalizada no noticiário policial. “A sociedade não quer tê-los por perto, como se, numa atitude freudiana, quisesse puní-los por algo que ela mesma pudesse vir a fazer. Ela quer vê-los longe. Mas esquece que, segundo a lei, eles só perdem o direito de ir e vir. Eles devem ter direito à saúde, alimentação, um lugar adequado e ressocialização que não é apenas a redução da pena por um dia de trabalho”, defende, citando que o exemplo a ser seguido seria o dos presídios da Suécia. 

Em relação aos LGBTs, Márcia afirma que a imprensa piauiense tem boas abordagens sobre os direitos do grupo. “Percebo que o Piauí tem uma boa receptividade. É um apoio que é difícil ver igual no Brasil, muito por conta do trabalho do Matizes, que considero o grupo que melhor atua nessas abordagens do  dia-a-dia”, avalia. 

Entretanto, a jornalista acredita que ainda há muito a ser feito principalmente porque ainda há casos de assuntos que não são divulgados e porque, na maioria das vezes, a estrutura social brasileira aceita crimes e violações de direitos, sem lutar. "Por isso eu sempre digo ‘não reclame do que você permite’”, finaliza. 

Carlos Lustosa Filho
[email protected]

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