Professores de uma escola pública da zona rural de Teresina estão sendo obrigados a fazer "vaquinha" para dar aula. Com o atraso no pagamento do transporte de docentes e alunos, a Unidade Escolar Santa Teresa praticamente não funciona há três meses. Embora a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) não confirme, educadores e estudantes já dão o ano como perdido.

"Me sinto indignado porque nossos direitos estão sendo interrompidos por causa do governo. Deveríamos ter 200 dias letivos, mas já estamos há 90 dias sem aulas", desabafa o aluno Agnaldo Júnior, que todos os dias encara de bicicleta o percurso de 11 quilômetros que separa a casa do colégio.

Agnaldo Júnior, porém, é exceção. Dos 300 estudantes da Unidade Escolar Santa Teresa, apenas 80 têm assistido aula com frequência desde que o serviço de transporte escolar foi suspenso por falta de pagamento.

"Muitos pais tiraram os alunos para outras escolas da cidade pagando passagem, enquanto poderiam estar aqui, porque esse dinheiro com certeza vai fazer falta. Está perdido o ano letivo para essas crianças. A gente não sabe mais o que fazer e também não tem expectativa de como será o próximo ano", queixa-se um dos professores.

Em entrevista ao Notícia da Manhã desta terça-feira (25), o secretário estadual da Educação, Alano Dourado, lamentou o problema, mas garantiu que a situação não é tão grave quanto os empresários do transporte escolar querem passar.

"Sabemos da importância do transporte escolar. Durante essa gestão, foram pagos mais meses que a efetiva gestão. A atual gestão tem oito meses, mas já foram pagos mais de oito meses de transporte escolar. O que acontece é que, pela proximidade do fim do governo, os empresários estão iniciando um movimento de paralisação do serviço. Mas estamos chamando todos para saber o que está acontecendo. O débito hpje é menor ou igual ao que havia quando assumimos", argumentou o gestor.

Ao contrário de professores e alunos, Alano Dourado não confirmou que o ano está perdido na Unidade Escolar Santa Teresa.

Com informações de Marcelo Fonetenele
Redação de Flávio Meireles
[email protected]