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Quatro recém-nascidos são deixados na Evangelina Rosa em 15 dias

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“Coração de mãe é mais carinhoso, é mais delicado  
Coração de mãe é tudo na vida para o filho amado 
Coração de mãe não carrega ódio nem guarda rancor
Coração de mãe traz pro mundo inteiro paz e muito amor”

Os versos da antiga canção falam de um amor quase infinito de uma mulher sobre seu filho. Daquela que gerou e tem um afeto incondicional sobre o seu rebento, um sentimento tão grande e tão forte que seria capaz de irradiar apenas coisas positivas até mesmo para o mundo. Entretanto, nem todas as mães conseguem seguir este ideal e há casos em que grávidas acabam por abdicar desse papel maternal.

Foto Ilustrativa: Divulgação


 

 

Em Teresina, apenas nos primeiros quinze dias de janeiro de 2015, quatro bebês acabaram sendo abandonados ou colocados à disposição da Justiça para adoção por suas mães. O caso mais emblemático é o do recém-nascido encontrado em um saco plástico cheio de formigas no bairro Piçarreira, no dia 3.

A capital tem cinco maternidades públicas mas não há um levantamento sobre o total de bebês que são abandonados ou entregues por suas mães. “É algo frequente”, admite a assistente social da Maternidade Evangelina Rosa, Solange Campos. Ela conta que não é possível precisar quantas crianças foram deixadas por mulheres no ano passado, mas lembra dos casos deste ano. 

“Além deste bebê da Piçarreira, houve um caso de uma mãe de Uruçuí que entregou voluntariamente sua criança e nós acionamos a promotoria da cidade; o caso de uma jovem daqui de Teresina que escondia a gravidez da família e o de uma mulher de Timon que fugiu com o bebê mesmo antes que ele tivesse seu tratamento concluído para entregar a uma pessoa, mas foi encontrada e o bebê trazido de novo para terminar o tratamento”, enumera. 

Foto: Raoni Barbosa/Cidadeverde.com

O caso da timonense deve virar caso de polícia, assim como o do recém nascido da Piçarreira. Os outros dois casos, não. “É preciso deixar claro que a lei permite que uma mulher entregue seu filho, caso não possa cuidar dele ou realmente não queira e ninguém da família deseje assumir a criança. Mas tem que ser feito tudo de forma legal. Abandonar a criança em um terreno ou entregar a outra pessoa sem os processos legais, é crime”, esclarece. Esta entrega pode ser feita nas maternidades ou comunicada ao Conselho Tutelar da zona.

Mãe drogada - bebê desnutrido

Nas maternidades municipais dos bairros Buenos Aires, Promorar, Satélite e Conjunto Dirceu, foram registrados dois casos em 2014. 

Uma mulher dependente química deu à luz a um garotinho no mês de novembro do ano passado na maternidade Dr. Olavo Mendes de Carvalho, localizada no bairro Promorar. Segundo informações da assistente social, Constância Freitas, a criança nasceu desnutrida com deficiência nos pés. 

Foto Ilustrativa: Divulgação

“A mãe dele é uma moradora de rua usuária de drogas e portadora do vírus HIV. A avó do bebê disse que não tem condições de criá-lo porque já toma de conta de três filhos desta mesma mulher”, relata. 

 

“O Conselho Tutelar encontrou a mãe dele em um lixão próximo ao HUT. Ela tem menos de 30 anos, e este é o segundo ou terceiro filho que ela tem aqui. O perfil de gestantes que procuram as maternidades públicas são de mulheres carentes, em sua maioria. Esta não tinha condições clínicas, de qualquer forma, de ficar com a criança. Bebê está sendo acompanhado pela equipe, recebeu alta e foi suspenso, voltando para o hospital, com sinais de desnutrição, pé torto e estamos avaliando se tem problemas cerebrais”, continua Constância Freitas. 

 

O bebê ainda permanece na unidade onde recupera sua condição física. Ainda não foi possível verificar se ele também é soropositivo, já que o vírus só poderá ser identificado quando o garotinho estiver mais crescido.

O segundo caso foi registrado na maternidade Wall Ferraz, no Dirceu quando, um bebê que havia sido abandonado no final de dezembro em frente à casa de um popular foi levado para unidade. A criança recebeu atendimento e teve alta, sendo encaminhada para um abrigo. 


Carlos Lustosa Filho
[email protected]

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