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Pai rebate acusação da polícia de que filhos participam de "festa do tráfico"

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O cobrador externo Antônio Cláudio Alves de Oliveira,43 anos, informou ao Cidadeverde.com que a festa realizada no dia 21 de janeiro na quadra F da Vila Santo Afonso era a comemoração do aniversário de uma garota de 19 anos. No dia, policiais do 9º Batalhão estiveram no local e prenderam nove pessoas e denominou a operação como “festa do tráfico”

Segundo o cobrador, a festa de aniversário ocorria no meio de rua e quando a polícia chegou e fez as abordagens, também estourou uma boca de fumo que havia na mesma rua. 

“Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. A festa era a comemoração do aniversário de uma menina de 19 anos, e meus filhos participavam assim como muita gente. A polícia militar chegou fazendo abordagem. Alguém dispensou uma arma e com o estouro da boca de fumo prenderam nove pessoas dos 50 que tinha lá. Inclusive os meus dois filhos que estavam no aniversário”, explica Antônio Cláudio.  

Os dois filhos, um de 20 anos e outro de 17 anos, foram levados detidos pela Polícia Militar para o 9º Batalhão, com mais sete pessoas, entre elas uma mulher. “O certo seria levar direto para a Central de Flagrantes, mas levaram para o 9º BPM e lá todos apanharam, inclusive o menor. Foram chutes e pontapés e só às 3 horas da manhã que chegaram na Central”, denuncia o cobrador. 

Ele disse ainda que o adolescente, que é estudante do 3º ano, foi liberado pela manhã, mas o filho de 20 anos, Antônio Anderson dos Santos Oliveira, que é serviços gerais, continua preso e já foi encaminhado para a Casa de Custódia. 

“O menor me disse que na hora da abordagem, dispensaram uma arma e como estava todo mundo junto, a polícia disse que era do meu filho. Ai ele foi autuado por porte ilegal e associação ao tráfico, mas meu filho nunca pegou numa arma, nem de brinquedo, porque eu nunca dei. É só fazer o exame de digitais na arma que vão saber que não é dele”, argumenta Antônio Cláudio que agora luta para tirar o filho da cadeia. 

A família está traumatizada. “Meu filho chora muito e não quer mais sair de casa. A mãe deles está desesperada querendo o filho de volta”, afirmou. 

Cobrador prestou queixa contra as agressões sofridas pelo adolescente na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) e fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). 

Rebate a PM

Antônio Cláudio rebate algumas informações repassadas pela PM no dia do fato. Segundo ele, foram soltados foguetes por conta da festa em comemoração ao aniversário e que a polícia teria escolhido nove pessoas das diversas que estavam no local para prender. Outra informação é que a “quadrilha” seria do Maranhão.  

“Meus filhos foram nascidos e criados no bairro Matadouro e estavam na festa de uma amiga de infância, que cresceram juntos. O aniversário era na mesma rua da boca de fumo e por isso muitos foram presos inocentemente inclusive o churrasqueiro que estava trabalhando na festa e meus filhos. Todo lugar tem gente boa e ruim, mas eles não podiam ter escolhido nove e levar sem saberem que era os donos da arma e quem estava na boca de fumo”, enfatiza.

Ele ainda critica a ação da PM de divulgar as fotos dos filhos, sendo que o adolescente de 17 anos, também estava no grupo, sem autorização e divulgando nas redes sociais. 

O pai ressalta ainda que no dia seguinte ao ocorrido, o irmão da aniversariante foi a Central de Flagrantes com a identidade para comprovar que realmente existia um aniversário, mostrando a data e o ano em que ela nasceu.

 


Caroline Oliveira
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