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Escola substitui Dia das Mães por Dia da Família; pais se dividem sobre assunto

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Destaque nacional ao alcançar a primeira coloção do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2006, o Instituto Dom Barreto resolveu inovar em 2015: ao invés de comemorar isoladamente o Dia das Mães e o Dia dos Pais, a diretoria decidiu celebrar o Dia da Família. A medida dividiu opiniões, virou tema de debate entre amigos e até gerou uma onda de boatos em Teresina, onde a escola famosa pela excelência no ensino foi fundada há 70 anos.


Maria Stela, diretora do Instituto Dom Barreto (Foto: Thiago Amaral/CidadeVerde.com)

Para "substituir" as datas tradicionais por uma homenagem mais abrangente, a direção do Dom Barreto invocou a ONU (Organização das Nações Unidas), que proclamou 15 de maio como o Dia Internacional da Família desde 1993, e o Papa Francisco, que defende sua valorização e a define como "lugar de afeto, ajuda e esperança". A comemoração será no dia 11 de maio em uma casa de shows da capital piauiense.

"Isso partiu da ideia que a escola sempre teve de reunir pais, mães e filhos em uma única comemoração e que nunca teve como. Agora, conseguiu. É uma proposta do projeto pedagógico da escola. É uma ideia simples e bonita de poder acolher todo mundo em um mesmo lugar", explica a diretora Maria Stela Rangel da Silva.

A boa intenção de Maria Stela não teve a aprovação de todos os pais. Desde o início da semana, alguns deles se manifestaram contrários à mudança em diferentes redes sociais. Segundo os descontentes, a medida é uma ameaça à unidade da família. A diretora discorda. "É natural. Toda mudança causa um certo estranhamento. Mas temos convicção que vai ser o evento que está mais próximo da filosofia da escola", argumenta.

Apesar das manifestações contrárias, que evoluíram para boatos dando conta do cancelamento da festa, Maria Stela garante que o evento está confirmado. "Em nenhum momento pensamos em cancelar. Inclusive, já tivemos a confirmação da grande maioria das famílias. Ninguém é obrigado a ir. É só para quem quiser participar. Somos muito democráticos", comenta a diretora, que disse já ter conversado com alguns pais descontentes. "Conversamos e explicamos. Todos estão conscientes de que é um projeto muito próprio da escola", completa.

Para a publicitária Arabela Elisa, mãe da pequena Débora Neves, aluna do 2º Ano no Dom Barreto, não há espaço para polêmica. Ela e o marido, inclusive, já garantiram presença na festa marcada para o dia 11 de maio. "Sinceramente, recebi essa novidade sem impacto. Acho que dessa forma estão resolvendo o problema de várias crianças, pois não era motivo de comemoração para todos", assinala. "Achei um ato nobre, bonito, que inclui crianças e adolescentes que se sentiam mal nessas datas. Algumas até faltavam às aulas durante toda a semana que antecedia a data", complementa.

Arabela defende que o descontentamento dê lugar a outros sentimentos e até comemora o fim de alguns "desencontros". "Acho que temos mais coisas para nos preocuparmos, como observar o rendimento dos filhos na escola, a violência na cidade, a fome, miséria e a tragédia de Nepal. O que importa é a família unida e firme, principalmente para nossos filhos", destaca. "Na minha família não muda porque eu  e meu marido sempre fomos  e somos muito presentes na vida dela. Participamos juntos de todas as festinhas promovidas pela escola. No Dia das Mães,  ele sempre vai e fica no cantinho. No Dia dos Pais, eu vou e fico também escondida. No ano passado, não deu certo ir, porque foi no cinema e não tinha mesmo como entrar. Neste ano não terá mais isso, a família poderá comemorar e celebrar. Isso é o que importa", finaliza.


Convite para o Dia da Família (Foto: Reprodução/Internet)

Flávio Meireles
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