Cidadeverde.com

'Acho que sou afrodescendente, de tanto que apanhei', diz Dunga

Imprimir

O técnico Dunga se comparou a um "afrodescendente" ao se defender das críticas ao seu trabalho na Seleção Brasileira.

"Eu até acho que sou afrodescendente, de tanto que apanhei e gosto de apanhar. Os caras olham pra mim e falam: 'Vamos bater nesse aí'. E aí começam a me bater. Sem noção, sem nada, começam a me bater", afirmou o treinador, na entrevista coletiva realizada nesta sexta (26), no estádio Ester Roa, em Concepción.

Neste sábado (27), a seleção enfrenta o Paraguai, às 18h30, pelas quartas de final da Copa América.

O treinador questionou a exaltação às seleções que perderam, e críticas às que ganharam. Uma clara lembrança à seleção da Copa do Mundo de 1982, que nem chegou à semifinal mas até hoje é lembrado como um dos melhores times da história, e a de 1994, que tirou o Brasil de uma fila de 24 anos sem título, mas era criticada pelo futebol pragmático, sem "magia".

"Nós éramos ruins com sorte, e os outros eram bons com azar, só pode ser isso. Como vou explicar para o torcedor, para o meu filho, que o ruim é o que ganha? Temos que olhar o futebol de uma forma diferente. O talento é bom, mas não é suficiente para se formar um time", disse o treinador.

Ele vê semelhanças entre a atual geração e aquela do início dos anos 90, que fracassou na Copa do Mundo da Itália, em 1990, e quatro anos depois, com a base mantida, levantou a taça nos EUA. No início da Copa América, sete dos 23 convocados por Dunga participaram da fracassada campanha na Copa­ 2014 – quando o Brasil perdeu de 7 a 1 da Alemanha, na semifinal, na pior derrota da história da seleção.

"Não pode achar que tudo está ruim sempre. Esta seleção não tem experiência em jogos assim, mas está aprendendo, o grau de dificuldade aumenta cada vez mais, e o time está se preparando para dar a resposta", disse o treinador.

Ele, como era esperado, não revelou o time que entrará em campo contra o Paraguai. Como teme a jogada aérea do adversário, não seria impossível ele tirar Philippe Coutinho (1,72m) e colocar David Luiz (1,88m) para jogar como volante, liberando assim Fernandinho e Elias, mas ganhando altura nos escanteios e faltas laterais defensivas.

Fonte: Folha de S. Paulo

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais