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Mortalidade materna de negras choca Regina Sousa em debate

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O índice de 60% de mortalidade materna entre mulheres negras e pardas chocou a senadora Regina Sousa (PT) durante debate na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado. Na ocasião, os parlamentares avaliavam o Pacto de Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.

Em 1990, o número de óbitos maternos era de 143 a cada 100 mil nascimentos no país. Com a implantação de sucessivos programas e políticas públicas de atenção às mulheres – desde o Pacto de Redução da Mortalidade até o último criado pelo governo Dilma Rousseff, a Rede Cegonha – o número caiu para 61 mortes em 2012. Uma redução significativa, mas ainda muito distante da meta assumida, de 35 mortes a cada 100 mil em 2015. 

A situação piora quando os dados avaliados consideram a população negra e parda: 60% dos óbitos, sendo 11% de negras e 49% de pardas, com viés de alta, ao contrário das outras etnias, onde ocorre uma lenta, mas gradual redução de mortes. Dados apresentados por Rurany Ester, da Secretaria de Políticas para Mulheres, mostram, por exemplo, que em 2000, 141 mulheres brancas morreram em decorrência de hemorragias, enquanto em 2012, o número caiu para 93. Já entre negras e pardas, em 2000 morreram 190 e em 2012, o número subiu para 202.

Regina Sousa disse que o caso merece a ação de senadores. "Esses dados também constarão no relatório sobre a violência contra a mulher", disse.

O secretário de Saúde do Piauí, Francisco Costa, que participou do debate, também defendeu a priorização e atenção diferenciada no atendimento às mulheres negras. E afirmou que tanto a morte materna quanto a neonatal terão seus índices melhorados com a redução dos partos cesarianos no Brasil, que é um dos campeões no mundo. As estatísticas são assustadoras e crescentes, frisou. No Piauí, os partos cesarianos chegam a 52%.

"A iniciativa privada tem esse perfil, em um discurso mais voltado à praticidade, uma preocupação que a maioria dos profissionais não tem de partejar, e a velocidade com que se faz um parto cesariano acaba sendo mais lucrativo. Isso precisa ser efetivamente combatido", opinou.

Fonte: Agência Senado

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