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Advogado critica busca na casa de Ciro e diz que País vive "estado policialesco"

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O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, condenou nesta terça-feira (14) as buscas na residência do senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, e classificou a ação como “uma violência”.

Na manhã de hoje, a Polícia Federal Brasília realizou mandados de buscas e apreensão nas residências dos senadores Ciro Nogueira, Fernando Collor (PTB-AL), do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE),  e na casa do ex-ministro e ex-deputado Mário Negromonte (PP-BA), na Bahia.

Por telefone ao Cidadeverde.com, Kakay, que defende Ciro Nogueira, reafirmou que as buscas foram desnecessárias. 

“Considero desnecessária. Uma violência, o senador Ciro Nogueira já prestou depoimento e colocou à disposição da Polícia Federal seu sigilo bancário e fiscal e foi desnecessário essa ação, mas decisão do STF se cumpre. O senador é um homem tranquilo, não está preocupado e não fez nada de errado. Não temos o que temer, mas o ato em si é absurdo”, disse Kakay.

Ele disse ainda que a legalidade da ação da polícia deve ser questionada e que atua há 33 anos em processos junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), tendo total clareza dos direitos que cabem à defesa dos réus. 

"O senador sempre me pede cautela quanto a questionar o mérito, reconheço que deve haver cuidado, mas eu não posso abrir mão de questionar a ilegalidade. Dessa forma, está abrindo mão do direito constitucional. Está me parecendo uma brincadeira, é algo estarrecedor e eu não sei o motivo. Imagine o cidadão comum, se a polícia entra em sua casa e leva tudo e informa que depois vai dizer o motivo. O senador Ciro tem mais parcimônia do que eu, mas eu acho estarrecedor", declarou. 

O advogado criminalista mais requisitado em assuntos polêmicos informou que há um mês tenta acesso ao depoimento do dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, que em seu depoimento à Justiça citou o nome de Ciro Nogueira. 

De acordo com ele, a defesa não teve acesso também à íntegra dos depoimentos do doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa. Segundo alguns veículos da imprensa, os delatores teriam apontado Ciro como integrante do gigantesco esquema de corrupção. 

“Infelizmente vivemos um estado policialesco no Brasil. A defesa não tem amplitude na contestação dos casos. Já acionamos o Supremo Tribunal Federal (STF) para ter acesso ao depoimento de Ricardo Pessoa, e estamos aguardando. Não sabemos o motivo das acusações contra o senador”, afirmou.  

Kakay declarou ainda que o delegado responsável pelas investigações declarou não ter acesso aos motivos da expedição dos mandados. De acordo com ele, a situação mostra que não há fundamentação para as buscas nas propriedades de Ciro. 

As buscas ocorrem na residência de investigados, em seus endereços funcionais, sedes de empresas, em escritórios de advocacia e órgãos públicos. Foram autorizadas apreensões de bens que possivelmente foram adquiridos pela prática criminosa. As medidas decorrem de representações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal nas investigações que tramitam no Supremo. A alegação do Ministério Público é que o objetivo principal evitar que provas importantes sejam destruídas pelos investigados.

Segundo a PF, Os mandados, que foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), na Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.

A operação foi batizada de Politéia, em grego, e faz referência ao livro "A República" de Platão, que é uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.

O Cidadeverde.com tentou falar com o senador Ciro Nogueira, mas estava com o celular desligado.

 

Flash Yala Sena
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