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"Queremos só o dinheiro do Governo", diz quadrilha ao liberar Policiais reféns

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O Cidadeverde.com conseguiu um áudio com o relato do cabo Rubens, mantido refém durante ação criminosa contra o Banco do Brasil da cidade de Jaicós, na madrugada desta terça-feira (04). Na gravação, ele conta que os bandidos eram altamente profissionais e repetiam que apenas iriam levar o dinheiro do Governo. 

"Eram quatro homens fortemente armados. Quando a gente chegou, estava um carro Linea preto na frente do Banco do Brasil. Nós perdemos o controle da viatura e acabamos colidindo na parede do comércio. Eu estava na porta do motorista e veio dois tiros: um pegou do lado e o segundo do outro da viatura, momento em que eu saí engatinhando do banco e os homens (PMs) também. Ainda bem que eles (bandidos) eram profissionais. Um disse: saiam, deixem as armas e venham com a mão para cima. Nós não vamos matar vocês e nem fazer nada. Queremos só o dinheiro do Governo", disse o cabo Rubens. 

O militar conta que, após esse momento, os PMs foram feitos de escudo humano em frente ao banco, enquanto outros integrantes da quadrilha usavam dinamites para explodir o cofre. Um dos momentos que chama a atenção é o apelo dos PMs reféns, para que a quadrilha não levasse o armamento policial. 

"Ele (bandido) colocou a gente em um paredão...outros lá dentro do banco explodiram. Aí tinha um em frente ao banco, outro lá embaixo e um terceiro mais na frente. Eles queriam levar as armas, aí a gente disse: rapaz não leva não, porque senão nós vamos ter que pagar. Eles (bandidos) disseram: Ai, vocês vão ter que pagar? pois não vamos levar, vamos soltar as armas lá na frente", narra o cabo. 

No relato é possível observar ainda que o bando cumpriu o que havia dito e liberou as armas. O cabo Rubens destaca que apenas uma pistola da Companhia da PM não foi localizada. "Um fuzil 5, 56 (armamento da fábrica Indústria de Material Bélico do Brasil, MD 97, no calibre 223 remington 5,56 X 45 mm) e duas pistolas, nós encontramos. Eles tinham as mesmas armas da PM e até mais potentes. Era metralhadora potente mesmo. Eles eram profissionais. Estavam encapuzados, de colete, de jaqueta e de pochete", reitera. 

O PM disse ainda que, pelo sotaque de um dos criminosos, acredita que ele seria pernambucano. Além dos oito ou 10 bandidos que participaram diretamente do assalto, mais homens davam suporte ao crime. "Um deles estava o tempo todo ao celular, se comunicando com o outro e dizendo: não queremos essas armas de vocês. Nós temos armas", reitera. 

Na gravação é possível observar também que houve troca de tiros com miltares que chegavam para fazer o reforço policial.

"Quando eles terminaram o assalto, que foram saindo...aí foi bala, bala de lá pra cá. Aí eles (bandidos) pegaram nós e nos colocaram para frente deles. E a gente gritava: rapaz é a polícia, não atira não, é a polícia, não atira não. E eles atirando. Então, nós deitamos no chão e os bandidos não queriam que a gente deitasse, queriam que a gente fica em pé. Concluindo: eles me pegaram e colocaram em cima do capô...e eles (policiais que faziam o reforço) atirando no sentido do Banco do Brasil e nós na frente dos bandidos. Faltou pouco...Eles me botaram em cima do capô e saíram...soltaram umas armas no primeiro balão. E eu cima em cima do capô...passaram em cima do quebra-molas e faltou pouco pra eu cair...Me soltaram depois do posto...aí disseram: você pode sair, corre, que nós vamos deixar a arma aqui. Eu corri...foi agonia... graças a Deus estamos vivos", desabafa o policial mantido refém. Confira o aúdio na íntegra.

 

 

Diligências continuam

O comandante de policiamento do interior, coronel Paulo de Tarso, disse que a polícia já identificou a participação direta de seis homens no assalto, com integrantes de fora do Estado, da própria região e também de Teresina, uma vez que, o carro modelo Linea usado na fuga, teria sido roubado na capital. 

O coronel disse ainda que a quadrilha é bem articulada, possui uma rede de informação e, inclusive, estava monitorando a Força Tática da região. 

Moradores viveram momentos de terror

Em outro áudio gravado por uma moradora da cidade é possível ouvir como as pessoas ficaram assustadas com a ação criminosa. Na gravação, dá para perceber o barulho de tiros e os estrondos causados pela explosão do cofre da agência bancária. "Ô meu Deus, o que é isso? Pelo amor de Deus", disse a moradora. 

 

Graciane Sousa
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