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Caso Castelo: Menores relatam em DP que Gleison receberia R$ 2 mil para fazer acusações

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Documentos obtidos com exclusividade pela TV Cidade Verde mostram depoimentos de internos do Centro Educacional Masculino (CEM) indicando que Gleison Vieira da Silva, 17 anos, teria confessado ter praticado os estupros contra quatro adolescentes em Castelo do Piauí, sozinho. Uma pessoa não identificada teria prometido R$ 2 mil para que ele (Gleison) acusasse os outros três menores. 

Gleison foi espancado até a morte em cela do CEM na dia 16 de julho. Os suspeitos são os três menores de Castelo que foram condenados pelo crime de estupro coletivo contra as quatro garotas. 

De acordo com depoimentos de internos de alas vizinhas à ala D, em que estavam Gleison e os outros três condenados pelos crimes do dia 27 de junho, o adolescente morto no último dia 17 teria dito ser o único autor dos crimes.

Ainda segundo os depoimentos, Gleison teria dito que alguém - não identificado por ele - lhe daria R$ 2 mil para que ele acusasse os outros três menores. Esta pessoa teria garantido ainda que ele teria acesso a um advogado.

Pelo menos três menores do CEM relataram, aos defensores públicos responsáveis pelo caso, versões semelhantes. Um dos pontos é que Gleison estaria arrependido do que fez e que teria confessado, de forma que todos da ala D soubessem, que ele é o único responsável pelos crimes.

Além disso, ele teria dito que receberia o dinheiro para acusar os outros três condenados e, ainda, teria um advogado que o defenderia. Ele teria dito ainda que outras duas pessoas participaram do crime, estariam foragidas e não identificou estes supostos cúmplices.  

A TV Cidade Verde apurou que, em seus depoimentos, as garotas vítimas dos estupros e agressões teriam reconhecido apenas um dos suspeitos apreendidos e que este seria Gleison. O delegado Laércio Evangelista, um dos responsáveis pelo caso, informou ao Cidadeverde.com que as garotas teriam dito que o autor dos crimes dizia a todo momento estar agindo "a mando de um patrão".

 

Com base nessas informações, a defensoria pública tenta garantir a liberdade dos menores que permanecem internados. O Ministério Público, contudo, defende a manutenção da sentença e afirma não ter dúvidas de que todos os apontados como participantes do crime são culpados. 

Caso sejam inocentados pelos crimes de estupro, agressão e homicídio contra uma das adolescentes, os menores ainda deverão responder pelo homicídio de Gleison. Ele dividia um dos alojamentos do CEM com os outros três e foi morto com diversos golpes e agressões na cabeça.  

 

Maria Romero
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