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Crime Castelo: delegada reage e afirma que há provas contra menores e Adão

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A titular da Delegacia da Mulher da zona Sudeste de Teresina, Anamelka Albuquerque Formiga, garantiu nesta quarta-feira (5) que a Polícia Civil tem “robustez” em provas que confirmam a participação dos cincos – quatro menores e o Adão – no estupro coletivo em Castelo do Piauí.

A delegada reage ao pedido da defensoria pública – ingressada no Tribunal de Justiça do Piauí – de que o crime foi cometido apenas por Gleison Vieira da Silva, 17 anos, que morreu em cela do CEM. Os outros três menores seriam inocentes.

Documentos obtidos com exclusividade pela TV Cidade Verde mostram depoimentos de internos do Centro Educacional Masculino (CEM) indicando que Gleison Vieira da Silva, 17 anos, teria confessado ter praticado o crime sozinho e que receberia R$ 2 mil para incriminar os outros três menores.

“Tenho o mesmo entendimento do juiz e não retiro nada do que formulamos durante o relatório do inquérito policial. Todas as provas que juntamos, para ter o convencimento de fazer o indiciamento, ter nosso entendimento de que há robustez da participação do quatro menores. É oportuno para a defesa dizer que apenas um é o autor do fato, pois ele já está morto”, disse a delegada em entrevista ao Notícia da Manhã, desta quarta-feira (05). 

A delegada defende que houve a participação dos quatro adolescentes. Ela frisa que o crime praticado contra Gleison Vieira tem as mesmas características das lesões contra as menians de Castelo do Piauí. "O modus operandis é muito similar. A agressão ficou focada na cabeça. Da mesma forma que nós vislumbramos durante as perícias que foram realizadas nas vítimas de Castelo", reitera.

Anamelka Albuquerque reforça que os menores infratores- apreendidos horas após o crime- prestaram depoimento com riquezas de detalhes. 

“No frescor do flagrante, eles falaram até do sentimento ao ver as meninas e relataram que as vítimas eram bonitas, jovens e bem vestidas. Eles contaram tudo com riquezas de detalhes. Eles foram apreendidos separadamente e houve o 'casamento' do depoimento de todos, com detalhes. A Polícia Civil está tranquila em relação ao inquérito. Entendemos que todos estavam na cena do crime”, reitera. 

A delegada Anamelka Albuquerque- uma das responsáveis por ouvir as garotas- também rebate a tese de que as vítimas teriam reconhecido apenas a participação de uma pessoa no crime. Ela conta que quando as garotas foram ouvidas estavam muito traumatizadas e sob forte emoção.

"A gente se deslocou até ao hospital para ouvir as meninas. Elas sofreram traumas na cabeça e também psicológicos e isso compromete muitoo depoimento. Ver a cena é muito complicado para aquelas vítimas. A gente entende que às vezes pode haver confusão. Por exemplo, uma das vítimas disse que não houve conjunção carnal e quando a gente pega o laudo, ver que foi encontrado sêmen no canal vaginal. A confusão mental é muito normal. O que pode ter ocorrido é uma participação mais evidenciada do Gleison, inclusive na abordagem", reitera. 

A titular da Delegacia da Mulher da Zona Sudeste de Teresina explica ainda que a violência sexual não é caracterizada apenas pela consumação do ato sexual, mas que outras práticas libidinosas também são consideradas estupro. 

"O que a defesa deles não considera é que as meninas estavam vendadas, as vítimas falam de momentos que desmaiaram, que foram arremessadas, paralelamente, uma após a outra. As que sobreviveram foram as que mais foram agredidas. Como posso acreditar que uma só pessoa praticou todos esses atos? Em relação ao exame- de ter sido encontrado apenas o sêmen do Gleison- foi detectado no local de crime e nas meninas também vestígios de violência sexual. Pode haver conjunção carnal sem se deixar fluido. Então, isso não é uma tese para ser sustentada. O laudo de local atesta que houve violência sexual. Foram encontradas peças íntimas rasgadas, escoriações próximas as coxas", fianaliza. 

 


Graciane Sousa
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