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Defensoria vai pedir que juiz de Castelo do Piauí não julgue Adão de Sousa

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A defensora pública geral do estado, Hildeth Evangelista, disse nesta quarta-feira (5) em entrevista ao Jornal do Piauí que a defesa de Adão José de Sousa solicitou que o juiz Leonardo Brasileiro não faça o julgamento do suspeito. A defesa vai ainda apresentar pedido de negativa de autoria. Ele responde a processo por suspeita de participação nos crimes de estupro e homicídio ocorrido em 27 de maio em Castelo do Piauí. 

A defensora esclareceu que os processos de Adão e dos menores suspeitos de envolvimento no crime tramitam separadamente. Mesmo assim, o defensor designado para a defesa de Adão também entendeu que as provas presentes nos autos do processo não são suficientes para que o suspeito responda pelo crime. 

"São processos diferentes, os menores respondem por ato infracional. No caso do  Adão, o processo está apenas iniciando. Ele já foi citado, mas como estava sem advogado, foi nomeada a defensoria. O defensor nomeado, de Piripiri, pediu exceções. Ele também entende que o Adão também não seria o autor e pede negativa de autoria", informou.

Ela disse ainda que a defensoria fará alegação de exceção de impedimento, para que o juis Leonardo Brasileiro, responsável pelo julgamento dos adolescentes, não seja responsável pelo sentença de Adão. 

"Foi um caso difícil, de muito pré julgamento social. Ele vai pedir, se vai ser deferido ou não, é outra situação. Vai ser analisado se ele deve ou não permanecer no caso", disse. 

Adolescentes 

Ela destacou que assim como no caso de Adão, a defesa dos três menores condenados não encontrou nos laudos periciais, nas provas testemunhais e nos depoimentos das vítimas indícios suficientes de participação dos assistidos no crime. 

"Os autos eu não conheço, quem conhece são os defensores. Segundo o defensor, nos autos não há provas suficientes, nos laudos, conforme vítimas e testemunhas, de autoria dos três adolescentes. Compete à justiça decidir. Não podemos fabricar culpados. Não defendemos o que os assistidos fazem, se estupram, roubam, matam. Queremos que tenham o devido processo legal. Se o defensor entendeu que a sentença contraria as provas, não aceitamos que outras instituições digam o que devemos fazer. Se o pedido for negado, a depender da justificativa da justiça, se for válido, a defesa não irá recorrer", esclareceu. 

Ela destacou a atuação do defensor de Gleison Vieira, 17 anos, morto em um dos alojamentos do CEM no último dia 17, pelos outros três condenados pelos crimes em Castelo. Segundo Hildeth, o defensor não apresentou pedido de negativa de autoria. 

"O defensor de Gleison não recorreu. Segundo declarações das vítimas e o material encontrado nas vítimas que era dele, nem foi requerida absolvição", disse. 

Ela rebateu ainda a afirmação de que a defesa estaria pedindo a suspensão da sentença contra os três menores somente após a morte de Gleison. 

"Desde a primeira contestação o defensor pedia a negativa de autoria, mas como corria em segredo de justiça, não foi revelado o pedido. Os defensores não falaram, essa é a primeira vez que falo em nome da instituição. Nós só não podemos fingir que trabalhamos", disse.  

A defensora rebateu críticas sobre a atuação da Defensoria e pediu respeito com os trabalhos dos defensores. 

"Não somos figurantes de defesa, queremos respeito para fazer nosso trabalho. É com muito pesar que recebemos algumas declarações. O defensor avalia as provas e pode apresentar recursos e compete à justiça avaliar", disse. 

 

Maria Romero
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