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Promotor confirma que haveria uma 5ª vítima no estupro coletivo de Castelo

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Os pais das adolescentes vítimas de estupro coletivo em Castelo do Piauí ( a 190 km de Teresina) relevaram que haveria uma quinta vítima – uma garota da mesma idade das filhas – que na última hora desistiu de subir o morro do Garrote. O local foi onde ocorreu o estupro coletivo com as quatro adolescentes no dia 27 de maio. 

O promotor Cezário Cavalcante, que acompanha o caso, disse que os pais das meninas relataram esse fato - de que teria uma 5ª vítima - durante os depoimentos.

“Eles revelaram que haveria uma quinta vítima, mas ela desistiu, e que era filha de uma enfermeira”, disse Cezário Cavalcante.

Em entrevista ao Jornal do Piauí desta segunda-feira (10), o promotor relatou a confissão de um dos menores condenados pelo crime. Segundo ele, todos os adolescentes participaram do crime e fizeram um relato frio durante a confissão. 

O promotor defendeu a sentença proferida pelo juiz Leonardo Brasileiro e destacou que não acrescentaria nem tiraria "uma vírgula sequer" da decisão judicial. 

"Nada vai alterar a sentença. A defensoria entrou com apelação e eu rebati. Eu tenho quase certeza de que a sentença será mantida, porque as provas contra os quatro e contra o Adão [José de Sousa, 41 anos] existem. Todos são réus que merecem a condenação. A sentença do juiz é perfeita", disse. 
O motivo da segurança por parte do Ministério Público se dá, segundo o promotor, em razão da confissão de um dos menores com riqueza de detalhes que nem mesmo a polícia ainda tinha, momentos após o crime. 

"Quando se teve noticia do crime, a polícia se deslocou ao local e um dos menores que moram perto disse que ouviu tudo porque uma mulher teria contado pra outras pessoas e ele ouviu. Ele relata tudo que aconteceu. Ninguém sabia ainda, mas ele conta que foram estupradas, que eram quatro garotas em duas motos, foram arrastadas para o morro, que lá de cima lançaram pedras", disse o promotor. 

 Ele disse ainda que o relato tem um viés bastante perverso, assim como o crime, e que o menor utilizou-se desta suposta mulher para relatar o crime cometido por ele. 

"Para ver o quão perverso são os menores e o Adão, as agressões ocorreram contra as vitimas desmaiadas. Elas perderam a consciência, tem uma que não sabe sequer que foram estupradas. Um dos outros três foi o mais contundente. Disse que depois que lançou pedras, os outros desceram e jogaram mais pedras porque uma se mexia e eles foram conferir se elas estavam mortas. O subconsciente dele que falou através da mulher", afirmou. 

De acordo com ele, a confissão de outro menor ocorreu perante os promotores, o juiz e ainda a defensoria - que alega inocência de três dos quatro condenados.  Contudo, a defensoria teria alegado que os menores foram coagidos a confessar. 

"A defensoria afirma que eles foram torturados psicologicamente. Qual seria a tortura? Disseram aos menores que o Adão já havia sido preso e já sabia de tudo. Como eles estariam abalados, tiveram que confessar", relatou. 

Contudo, ele contesta a apelação devido à forma cruel como Gleison [Vieira da Silva, 17 anos] foi morto  dentro do alojamento no Centro Educacional Masculino (CEM).

"Veja o que fizeram contra o Gleison, tamanha crueldade. Eles teriam feito porque eram inocentes, não gostaram de ser injustiçados, mas desde o inicio a imprensa sabia que ele estava sendo ameaçado de morte. Eles iam para as audiências separados, foi irresponsabilidade manter os jovens juntos", declarou. 

Quanto à presença de material genético apenas de Gleison, o promotor disse que a assepsia realizada durante atendimento médico prejudicou a coleta de material genético dos outros envolvidos. Ainda assim, o DNA de Adão não foi encontrado porque ele teria sido apenas o mentor do crime. 

"Ele é o comandante, é o homem por trás. É como nesses grandes filmes de quadrilha. Ele é um sujeito perigosíssimo, passou grande parte da vida preso em São Paulo por crime de assalto, tentativa. Ele disse 'Eu exijo que faça exame, para ver se me viram no local'. Como que elas viram, se estava escondido? Elas foram amordaçadas, estavam inconscientes", declarou.  

 

Flash Maria Romero e Yala Sena
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