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Firmino Filho é contra impeachment de Dilma e defende "divisão justa" para a Saúde

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Em entrevista ao Jornal do Piauí desta sexta-feira (14), o prefeito de Teresina Firmino Filho (PSDB) se declarou contra a proposta de impeachment à presidente Dilma Roussef (PT), defendida abertamente por manifestantes e políticos de oposição em todo o Brasil. O prefeito admite a existência de uma crise no país, mas acrescenta que não há condições para que haja a retirada da presidente petista.

Fotos: Thiago Amaral/ Cidadeverde.com

"Eu acredito que vivemos uma crise monumental. Econômica e política, mas precisamos encontrar uma saída para tudo isso. Compreender que estamos no mesmo barco. A economia está em profunda depressão, o desemprego está aumentando, os investimentos caindo, as vendas diminuindo. É necessário ter na elite política um entendimento, uma visão etratégica. Eu não acredito que existam condições para impeachment hoje. Não existe até agora algo preciso que tenha comprometido a presidente, mas se isso acontecer, todas as medidas devem ser tomadas. Ao mesmo tempo, não existem condições políticas para que isso aconteça. Não podemos fazer com que uma crise política pare o país", afirmou Firmino em sua entrevista.

O gestor garantiu que não irá participar da manifestação marcada para domingo, em Teresina e acrescenta que as suas atenções estarão inteiramente dedicadas a Teresina. 

Divisão de encargos

Firmino defende ainda em sua fala, uma divisão justa para os recursos do Governo Federal destinados aos municípios, segundo o gestor, os repasses tem permanecido congelados e o governo determina regras para o uso das verbas destinadas.

"Quando começou o Saúde da Família na década de 90, ainda sobravam recursos. Hoje, quase 70% do valor é bancado pela prefeitura. O programa deixou de ser federal para ser municipal e o que chama a atenção é que as autoridades que determinam as regras. Nós vivemos em um mundo macunaímico. É importante que tenhamos uma divisão séria da saúde e de encargos para os municípios. Financia-se por exemplo a construção de um CRAS, mas em um ano, a prefeitura tem que gastar cerca de R$ 500 mil para bancar o próprio CRAS. Temos sofrido muito com essas cargas que tem chegado e hoje os gastos com saúde e educação somam 60% da receita corrente líquida. Assim sobra menos pra gastar em mobilidade urbana, que se tornou um problema, e outras áreas", declarou o gestor.

Segurança

Outro encargo que o prefeito questiona é o da segurança. Por lei, às prefeituras cabe a criação da guarda patrimonial. O gestor garante que será aberto um concurso para a criação da guarda em Teresina, mas cobra uma divisão justa de responsabilidades em Segurança.

"Nós vivemos um federalismo que é injusto com os municípios. Á prefeitura cabe a guarda patrimonial e ela foi criada através de lei. Não fizemos este ano, por conta da queda da receita e do limite da Lei de Responsabiliade Fiscal, mas vamos lançar agora um concurso para a implementação no início do próximo ano. Todos nós sofremos com a questão da segurança e temos que ter um serviço qualificado. Devemos fazer uma divisão justa das responsabilidades de cada ente federativo", afirmou o prefeito.

Mobilidade Urbana

O prefeito Firmino Filho  aposta na construção das novas pontes e nos terminais de integração para solucionar os maiores problemas na mobilidade urbana no município. O gestor justifica ainda as críticas que tem recebido pelas mudanças realizadas em várias vias da capital, segundo ele, medidas como essa são decisivas para as transformações e desenvolvimento da capital.

"Em 15 anos, Teresina recebeu mais de 280 mil veículos. Lembro que em 93 quando Well Ferraz fechou os retornos da Frei Serafim houve um clamor. Hoje queria ver se alguém concebe ainda um retorno na via. Há 15 anos, a Dom Severino servia só as pessoas de suas margens, e é exatamente por isso que era compatível com os retornos, balões, rotatórias. Com o tempo e com a expansão da cidade, a avenida passou a deixar de ser local e servir a toda uma região. Ela precisava ganhar mais fluidez e daí foram feitos esse conjunto de intervenções. Isso diminuiu até as quantidades de acidentes. A ponte estaiada sozinha tem uma área maior que a Juscelino Kubitscheck, três para ir e três para voltar. Ela era a quarta mais utilizada do rio Poti e hoje é a segunda", pontuou.

Teresina 163 anos

Firmino reforça que o momento é de comemoração e que afirma que o objetivo é saudar a história construída pela cidade. O prefeito admite grandes desafios e conquistas importantes para a cidade, mas em retrospecto afirma que a cidade "tem a nossa cara".

"O momento é de refletir o que o nosso povo construiu na Chapada do Corisco e celebrar aquilo que fizemos.. Temos uma baixa estima muito grande em alguns setores e mostrar aquilo que nós conquistamos, nosso jeito de ser. Essa cidade que construímos tem a nossa cara, nosso jeito. Os desafios são grandes, mas temos conquistas importantes na nossa cidade e o dia 16 de agosto é dia de saudar nossa história construída por cada um daqueles que adotaram Teresina como cidade do coração", concluiu.

Rayldo Pereira
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