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Thammy fala de book rosa, síndrome do pânico e risco de morte em livro

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Se existe uma coisa sobre a qual  Thammy Miranda nunca teve dúvida é a sua sexualidade. Isso fica muito claro na biografia “Thammy – Nadando contra corrente”, de Marcia Zanelatto, que será lançada na Bienal do livro, em setembro.

Thammy Miranda aparece sem camisa em sua briografia: feliz depois de ter removido os seios


Nas 206 páginas dedicadas à vida de Thammy é narrado é o caminho que a então filha de Gretchen percorreu para se entender e se transformar no que homem que se considera hoje. Por este mesmo caminho, além da transição de gênero, passaram muitas confusões, amores e até dramas, como o do uso indevido de testosterona – receitada inadequadamente por um médico -, que poderia ter matado o ator e apresentador de 33 anos.
Nos momentos cômicos, Thammy relembra o dia em que foi chamada para fazer um programa, no melhor estilo "book rosa" em troca de um carro, e da vez em que pediu para um cafetão de luxo marcar um encontro seu com um ricaço do interior porque precisava da grana para viajar e encontrar uma namorada. O resultado? Um fracasso total. Confira os trechos mais polêmicos da biografia a qual o EGO teve acesso.
 

Book Rosa
“Depois de assumir seu primeiro namoro com um mulher, Carla, mas ainda continuar sendo publicamente um símbolo sexual, a namorada passou a protegê-la do assédio de homens e mulheres que viam em seu show uma porta aberta para a prostituição. Barrou inúmera propostas indecentes e uma ficaria para a história. Um homem ofereceu um Alfa Romeo, carro de luxo na época, e que seria hoje algo em torno de R$ 20 mil para passar uma hora com Thammy. Carla teve vontade de enfiar a mão na cara dele, mas, como produtora, tinha que manter a postura. Thammy chegou a brincar com Carla: “Umazinha só, o que tem demais?”

Ativa X Ativa
“Carla aos poucos e de maneira terrivelmente natural acabou por se tornar a segunda mãe de Thammy. Além disso, surgiu um problema que só poderia aparecer em um relação gay. Carla era ativa e estava casada com a gata da capa. Mas a gata da capa estava cada dia menos interessada em ser passiva.”

Foto: Reprodução/TV Globo


Thammy Miranda e a mãe, Gretchen, antes da transição de gênero

Show em casa de prostituição
“Sem Carla para gerenciar sua carreira, Thammy passou a ter todo tipo de agentes e produtores. Passou a fazer shows em casa de prostituição com a condição de que não faria programa; ela seria somente uma atração. Mas sem Carla, ela passou a ouvir todo o tipo de proposta: uma vez, um homem jogou a chave do carro em cima dela, no palco. Outro ofereceu um apartamento mobiliado com escritura, e até mesmo uma mala de dinheiro apareceu em seu camarim.”


Book Rosa II
“Apaixonada por uma namorada de nome Manuela, Thammy ficou louca quando ela resolveu ir embora do Brasil. Decidiu ir atrás da namorada, mas não tinha dinheiro. Chamou um cafetão e pediu para ele arrumar um programa para ela.

-Você tá maluca? Você não faz programa!
-Eu vou fazer só esse. Tem que ser caro. Me arruma que eu faço.
-Se eu conseguir esse programa pra senhora e a senhora furar, eu te mato.
-Não vou furar! Juro!

O cara batalhou e conseguiu um cliente, um sujeito do interior disposto a pagar R$ 15 mil para passar uma noite com Thammy. Ela nunca tinha transado com um homem, e a medida que o encontro se aproximava, Thammy se desesperava.

A solução veio do céu. Caiu uma chuva torrencial em São Paulo, daquelas que inundam as ruas e inutilizam os carros. Thammy ligou para um ferro-velho e explicou.

-Tenho aqui um carro que se acabou com a enchente. Não serve para mais nada. Quanto você paga por ele?
O cara ofereceu módicos R$ 3 mil. Thammy enficou o orgulho no bolso e fechou negócio. Pegou o dinheiro e foi para o aeroporto. O cara do programa? Ficou a ver navios.”

Thammy Miranda

Síndrome do pânico
“Thammy criou um perfil falso na extinta rede social Orkut e começou a colocar fotos com a namorada, achando que ninguém iria descobrir. O caso foi descoberto, e Thammy passou a ser perseguida por paparazzi, que se colocou na porta da sua casa. O telefone tocava 24horas por dia, sete dias por semana. A síndrome do pânico, que havia se manifestado na adolescência, quando o irmão morreu, voltou com força total. Thammy não conseguia reagir. Thammy chorava, não tinha coragem sequer para ir ao banheiro sozinha. Não podia nem cogitar a hipótese de sair de casa. Em uma das tentativas, achou que alguém queria matá-la.”

Gretchen e Thammy, em foto mais recente mas antesda retirada dos seios
 

Risco de morte
“Quando iniciou seu processo de transexualização, ainda sem muita informação, Thammy foi a um endocrinologista que receitou um gel de testosterona sob a justificativa de que o gel não seria metabolizado pelo fígado. Prescreveu a droga e não pediu nenhum exame.

No primeiro mês, um generoso aumento dos pelos e do clitóris. Com o tempo, Thammy passou a ter dores de cabeça lancinantes, ficar nervoso, estressado. Quando relatou ao médico, ele desconversou e nunca mais atendeu seus telefonemas. Procurou um outro endocrinologista em São Paulo, que receitou duzentos miligramas de testosterona. Desta vez, Thammy fez exames, mas voltou a ser dispensado pelo médico que ouviu de seu advogado que o Conselho Nacional de Saúde teria que dar uma autorização especial para a terapia hormonal.

Em uma terceira tentativa, recorreu a uma médica e professora da Universidade de São Paulo, Dra. Elaine. Mostrou o resultado dos exames para ela, que quase caiu da cadeira.

A testosterona de Thammy estava em dois mil, quando pode chegar no máximo, em um homem saudável a 950. Isso indicava risco de morte, risco iminente de efeitos colaterais graves como excesso de células vermelhas, entupimento vascular e até morte por AVC.”

Thammy Miranda atualmente, após a cirurgia de retirada das mamas 

 

Fonte: Ego

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