Cidadeverde.com

Bastidores: Repórter fala sobre produção da série Gestão da Água

Imprimir

A TV Cidade Verde exibiu nesta semana, no Jornal do Piauí, a série de reportagens "Gestão da água: a crise que transborda". O trabalho jornalístico, coordenado pela repórter Karina Matos, fez um diagnóstico da situação atual da Agespisa e abordou os problemas de abastecimento de água e tratamento de esgotos no Piauí.

A série divulgou informações importantes, como o Piauí ter uma das piores coberturas de tratamento de esgotos do País e a atual situação financeira da Agespisa, um órgão que tem os servidores com os mais altos salários do Estado. Também apresentou um modelo de Parceria Público Privada, que elevou de 29 para 75% o tratamento de esgotos na capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande.

Para conhecer melhor o processo de produção da série e a importância do material que foi levado ao ar, a editoria Destaques da TV entrevistou a jornalista Karina Matos. Leia!

Como aconteceu o processo de produção da série?

Karina Matos: A primeira etapa do processo foi pensar em produzir um material que realmente contribuísse para a sociedade conhecer a situação da Agespisa. Sempre falavam em valores, mas ainda não tínhamos explicado à população de que forma essa dívida tinha sido contraída e como isso afeta o desenvolvimento do Piauí. Depois, hora de buscar dados, números, comparar com outras empresas do País, conversar com economistas e consultores ambientais sobre a realidade das gestões de empresas de água e saneamento no País e por último, buscar um modelo de cidade que tivesse uma situação parecida com a nossa, mas que tivesse conseguido resolver a questão em pouco tempo e estivesse no ranking de saneamento.

Foi um trabalho minucioso, com muitos dados. Levou quanto tempo para ser concluído?

Karina Matos: Foi um mês entre ideia lançada e produção, mais três dias de gravação em Teresina e três em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. A parte de produção, de ir em busca dos dados foi a mais demorada. Como faço toda a produção, quando vou gravar o trabalho sai muito rápido; já vamos eu e Edenilton Filho, o cinegrafista, com todas as ideias de passagens e imagens. Sou documentarista, então faço um roteiro de gravação. E depois é ir pra ilha de edição, escolher falas, trilhas, arte, outra etapa importantíssima pra mim.

O que mais te surpreendeu entre todas as informações levantadas para a série?

Karina Matos: Os salários dos servidores da Agespisa porque somos um Estado com uma situação econômica que não condiz com valores tão altos e ver no Mato Grosso do Sul como é uma empresa com uma gestão eficiente, com tecnologia de ponta em prol da sociedade, onde o presidente da empresa, os assessores e diretores não tem sequer motoristas. Uma realidade bem diferente da nossa.

Acredita que a série tenha contribuído para fomentar uma discussão na sociedade sobre o tema gestão da água?

Karina Matos: Sim, com certeza. Não falamos na série em falta de água, Teresina não tem problemas com falta de reservas hídricas, mas falamos sim em problemas de gestão. As carências acontecem porque temos uma empresa com sérios problemas de gestão. E esclarecemos que essa conta nós pagamos de qualquer jeito, com um serviço ruim ou com um serviço de excelência. Temos que lutar pelo segundo tipo.

Encerra mais essa série com a sensação de missão cumprida?

Karina Matos: Vivemos um momento na comunicação em que prevalecem o entretenimento e as  matérias de polícia, então conseguir levar à casa dos telespectadores um material que seja informativo e realmente relevante, com qualidade, é algo que justifica a minha escolha pelo jornalismo, mas um jornalismo cidadão.

Veja as reportagens da série "Gestão da Água: a crise que transborda"

Marcelo Lopes

[email protected]

 

 

 

Você pode receber direto no seu WhatsApp as principais notícias do CidadeVerde.com
Siga nas redes sociais