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Suspeito de matar travesti postou mensagens contra a morte de Makelly

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O jornalista e professor universitário Luís Augusto Antunes, 31 anos, compartilhou uma charge em repúdio à morte da travesti Makelly Castro, 24 anos, seis dias após o crime, ocorrido em 17 de julho de 2014. Ele foi preso hoje (28), suspeito de assassinar Makelly por asfixia depois de realizar um programa com ela, que era prostituta. Em seu perfil no Facebook, o suspeito se manifestava frequentemente a favor da causa LGBT. 

Na publicação, o professor comenta "Indignação e falta de respeito por parte da segurança pública" sobre uma imagem que traz um desenho da forma como Makelly foi encontrada morta e os dizeres "Makelly filha do sol do equador" e "Crimes de ódio, homofobia assassina". Cobrindo o rosto da travesti, uma bandeira do Piauí. 

De acordo com o delegado Francisco Costa, o Bareta, as redes sociais do suspeito foram analisadas durante a investigação da Polícia Civil. Em mensagens anteriores, o professor faz convites para eventos de combate à transfobia e a favor da causa LGBT. 

Outra imagem disponível em suas redes sociais chama atenção: uma foto do suspeito com um cartaz em que convida para uma manifestação contra a homofobia na Avenida Raul Lopes, realizada em 25 de agosto do ano passado. "Contra a homofobia, eu vou", diz a mensagem. 

Cerca de um mês após a morte de Makelly, o suspeito publicou um pequeno texto em que diz: "Substituí pessoas. Removi pessoas". E finaliza: "Cada uma tem de mim o que realmente merece". 

Luís foi preso em cumprimento de mandado de prisão depois que a polícia ouviu testemunhas que anotaram a placa de seu carro na noite em que Makelly foi morta. Marcas em seu veículo - um Palio de cor vermelha, reconhecido pelas testemunhas - também o relacionam ao crime. 

De acordo com o delegado, o professor havia tentado assassinar uma outra travesti anteriormente e, após Makelly, voltou a um dos pontos de prostituição, mas já alertadas sobre o veículo que seria do assassino, nenhuma aceitou realizar um programa com ele. "Pode ser uma aberração, uma anomalia no instinto dele”, diz o delegado Bareta, que acredita em crime de homofobia. 

Após informação da polícia de que o suspeito seria filiado ao PSTU, o partido divulgou nota informando que Luís não integra mais a sigla. Veja a íntegra:

Comunicado

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) informa que desde 28 de junho de 2014  o Sr. Luís Augusto Antunes  - acusado de ser o autor de homicídio contra a transexual Makelly Castro – não militava nas fileiras de nossa organização.

Mesmo não fazendo parte de nossos quadros de militantes, a notícia de possível envolvimento do Sr. Luís Antunes com o crime pegou a todos nós de surpresa, e nos causou grande perplexidade. 

Reafirmamos o que dissemos no dia 21 de julho de 2014, em frente à Delegacia Geral, em ato público que denunciava a morte de LGBTs como Makelly no Piauí:  todos os crimes motivados por LGBTfobia sejam devidamente apurados e os culpados sejam punidos com todo o rigor da Lei. 

Reafirmamos ainda, independente dos rumos que a investigação venha a tomar:
- Pela Criminalização da LGBTfobia;
- Pela Aprovação da LEI JOAO NERY
- Somos Todxs Makelly!

Teresina, 28 de julho de 2015

Maria Romero
[email protected] 

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