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Casa Apis já faturou quase R$ 6 milhões com produção de mel em 2015

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O mel produzido no Piauí ocupa o 3º lugar no ranking de produtos de exportação do estado. No ano passado, foram comercializados US$ 6.164.874,00. Até julho de 2015, o valor arrecadado com a exportação chega a US$ 5.121.413,00 e a expectativa é de que deve ultrapasar a  barreira do US$ 9.000.000,00.

Segundo Antonio Leopoldino Dantas Filho, o Sitonho, presidente da Casa Apis, esses valores não incluem o mel comercializado para outros estados como mel in natura, que é fornecido para abastecer as industrias/entrepostos de Norte a Sul do Brasil.

Sitonho afirma que essa prática de comercialização do produto in natura acaba mascarando a produção para baixo, uma vez que este produto é beneficiado e exportado por aquele estado atravessador.  “Temos ainda uma pequena fatia que é beneficiada e fracionada pelas nossas indústrias e comercializadas no mercado consumidor nacional”, diz.

Atualmente, a Casa Apis agrega cinco cooperativas singulares, 52 comunidades de 41 municípios, abrangendo um total de 850 famílias.

Até o mês de julho deste ano, conforme relatório apresentado pela presidência da Casa Apis, o faturamento foi de R$ 5.931.453,50, sendo um total de R$ 5.296.166,32 para o mercado externo e R$ 635.287,18 no mercado interno. “Na microrregião de Picos, foram produzidas cerca de 2.500 toneladas de mel nesta safra 2015”, informa Sitonho.

Doce
O mel é um diferencial na balança comercial do Piauí. “Temos uma estimativa de que a apicultura piauiense nos dia atuais, gere uma renda de R$ 32.000.000,00, para uma projeção de 6.000 a 7.000 apicultores em todo oestado do Piauí”, comenta, explicando que há vários níveis de produtores. “Acredito que o pequeno produtor compõe a base da Casa Apis e a rentabilidade por produtor pode chegar a uma renda mensal de 1,5 salário mínimo”, diz Sitonho, citando informações relevantes do MDIC/ALICEWEB, indicando que o faturamento da microrregião de Picos é de US$ 3.751.963 no mercado externo, mais uns R$ 4.000.000,00 no mercado interno. “Em Picos, o mel faz circular uma renda de R$ 10.000.000,00 anuais”, estima Sitonho, declarando que a apicultura foi uma bênção de Deus, pois está a realidade do sertão. “O mel é o ouro líquido do sertão piauiense”, diz.

Com o selo de qualidade e certificados, como o SIF, IBD (Orgânico), Fairtrade (Mercado Justo Solidário), True Source Certified (Rastreabilidade), APPCC, BPF (Boas Práticas Alimentar), dentre outros, Sitonho diz que  90% da produção vai para o mercado externo e uns 10% para o mercado interno. “Temos lutado para reverter esta situação do baixo consumo no mercado interno, é uma questão cultural, ainda vamos levar anos para reverter esta situação. Nosso consumo per capita de mel é de meros 120g, comparados aos padrões de consumo europeu e norte americano, que é da cifra de 900g a 1.400g/ano”, explica.

No Piauí, Sitonho diz que o mel produzido na região de Picos e beneficiado na Casa Apis é encontrado na Rede Walmart (Supermercados Bom Preço).

O mel fracionado (produto acabado e envasado) é vendido nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. O mel in natura (em barril de 280kg) é exportado para os Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Holanda, França, Espanha e Itália.

Para aumentar a produção de mel, Sitonho diz ser necessário a estruturação de empreendimentos como a da Casa Apis, com emprego de tecnologia e instrumentalização da cadeia envolvendo produção, beneficiamento, controle de qualidade, certificação, inteligência comercial, a formação de parcerias estratégicas ao desenvolvimento do pequeno negócio, o empoderamento da classe produtora e as políticas publicas de inclusão do agronegócio familiar como o programa de incentivo fiscal do Piauí e o acesso ao crédito de fundos sociais, entre outros .

“Nosso desafio é continuar crescendo, temos áreas de terras suficiente para triplicar a produção atual do estado, para isto temos que preservar nossas matas nativas (flora), política de fomento para o ingresso de novas famílias, investir em pesquisa, mobilização, capacitação, assistência técnica, manutenção dos programas de organização da base produtiva, manutenção dos programas de melhoramento da gestão administrativa dos empreendimentos apícolas”, relata Sitonho.

O calendário de produção do mel no Semiárido inicia com as primeiras chuvas, que geralmente ocorre em dezembro e janeiro, indo até o mês de junho. “A partir dai, as enxames hibernam ate o mês de dezembro, quando começa o novo ciclo. Alguns apicultores migram para o vizinho estado do Maranhão, e conseguem, assim, produzir mais uma safra, de agosto a novembro. Na região Norte do estado a safra começa um pouco mais tarde, geralmente em abril e se estende ate o mês de setembro / outubro”, explica Sitonho.

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