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Policiais treinam técnicas para evitar constrangimentos a homossexuais

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A Polícia Militar do Piauí tem aprimorado as técnicas de abordagem à população para evitar constrangimentos ao cidadão, principalmente quando se trata de homossexuais, travestis ou transgêneros. Há casos em que PMs perguntam se um travesti, por exemplo, prefere ser abordado por um policial do sexo masculino ou feminino.

“Especificamente com esses grupos, a gente pergunta de qual forma ele prefere ser abordado: ou por um policial feminino ou masculino. Em caso de busca ou revista pessoal o procedimento é o mesmo”, explica a aluna do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP), Jarlene Silva.

Segundo Domingos Medeiros, também aluno do Cfap, a formação do policial atualmente já tem uma atenção especial com as minorias e o respeito à dignidade. “Hoje em dia a nossa formação vem voltada para a questão do respeito às minorias e o respeito à dignidade da pessoa humana. Não existem pessoas suspeitas, existem pessoas em atitudes suspeitas. Não é pelo fato de o individuo pertencer a um grupo de minorias que ele vai ser considerado de pronto um suspeito”, explica.

Além dos treinamentos promovidos pela própria polícia, o grupo Matizes tem contribuído com palestras. Em 2007, integrantes do grupo teriam sido agredidos verbalmente por militares. O caso chegou a ser denunciado na corregedoria da PM. Nos últimos 7 anos, 58 homossexuais foram assassinado no Piauí. No ano passado foram 13 casos.

“Isso acontece por que os assassinos, os homofóbicos, acreditam na impunidade. Infelizmente ainda é a regra em se tratando de assassinatos de LGBTs”, diz Marinalva Santana, do Matizes.

Apesar de diferencial em alguns casos, a PM chama atenção que não há diferença entre cidadãos e que, via de regra, a abordagem é igual para todos. 

“A abordagem e as técnicas são utilizadas de forma igual para todo mundo. É um cidadão como qualquer outro. Nós não fazemos diferença”, ressalta Elza Ramos, Subcomandante CFAP.

Hérlon Moraes
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