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Juiz: Se não tivessem matado Gleidson, menores poderiam ser absolvidos

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O juiz Antônio Lopes, que julgou o processo dos três menores pela morte de Gleison Vieira da Silva, 17 anos, no CEM, negou que acredite na inocência dos adolescentes no caso do estupro coletivo em Castelo do Piauí. Antônio Lopes diz que se não tivessem sido condenados pelo crime de Castelo e não tivessem matado Gleidson, eles poderiam ser absolvidos. Ele acredita que o crime dos menores no CEM foi precipitado.

“Não posso afirmar taxativamente porque eu sou julgador do outro processo (da morte de Gleidson). Eu disse o seguinte e vou aqui reiterar que se os adolescentes tivessem tido cautela, calma no dia a dia, se por ventura, fossem absolvidos do caso de Castelo, e não tivessem matado o colega da internação, poderiam ser absolvidos. Não afirmei que eles não participaram do crime de castelo, pelo contrário, disse que eles se precipitaram e que portanto, se eles não tivessem sido condenados e se a sentença não prosperasse no Tribunal, eles podiam ser absolvidos”, esclareceu.


  
A defensora pública Allyne Patrício, que entrou com um processo de apelação recorrendo da sentença dos menores pelo crime de Castelo, havia afirmado que nas declarações registradas na sentença de condenação de Antônio Lopes, ele acreditava na inocência dos adolescentes.

No Jornal do Piauí desta terça-feira (22), o juiz negou as declarações da defensora, em entrevista ao vivo no Complexo de Defesa da Cidadania.

O juiz disse que cabe ao TJ julgar a sentença, pela qual a Defensoria está recorrendo, mas que independente dela, os infratores já sentenciados não serão liberados do CEM, porque de qualquer forma eles ficarão apreendidos pelo período de três anos, que é a “pena máxima” aplicada a eles pelo assassinato do menor no Centro.

“Sou juiz e ela é defensora. Se ela quer acionar o Estado, ela tem o direito de fazer isso, mas o meu julgamento eu já dei, que foi de condená-los porque eles mataram de forma cruel o Gleidson no CEM. Já julguei o processo, eles estão cumprindo a medida, mas o processo que passou não se soma ao cumprimento dessa medida mais nova, que é sobre o assassinato do menor no CEM”, declarou Antônio Lopes. “Não sou testemunha do caso de Castelo e muito menos julguei castelo, por isso não posso declarar nada sobre. O processo foi julgado pelo Leonardo Braileiro, que é justo e é competente e a sentença cabe a ele”.

Sobre a fiscalização da medida sócio educativa dos menores, pela qual o juiz é responsável, ele disse: “Tenho 14 anos de medias socioeducativas, farei as fiscalizações e acompanhamentos, mas jamais permitirei que esses menores, que são cruéis, ruins saiam da medida antes do permitido em Lei. A lei manda avaliar, mas jamais eu irei conceber que eles não cumpram os três anos de medida .

 

Caso Defensoria Pública

A defensoria disse que apelou contra a decisão de Castelo, pois até mesmo as declarações do juiz Antônio Lopes eram de que ele acredita na inocência dos três adolescentes no estupro de Castelo e que isso não pode ser desprezado, assim com os depoimentos das garotas, que não dão indícios da participação de mais de uma pessoa no estupro. Ela então afirma que vai pedir translado para juntar ao processo e pedir na apelação a absolvição dos menores pelo estupro.

A Defensoria acredita que Gleidson pode ter cometido o crime sozinho, pelo acesso que tem as cópias, a também pelo DNA encontrado nas vítimas, que foi apenas no menor morto no CEM.  

O processo tramita no TJ no momento e aguarda parecer de apenas um desembargador. Se  for acatado por ele, a Defoensoria vai pedir absolvição pelo crime de Castelo e condenação somente pela morte do Gleydson


Lyza Freitas
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