Imagens obtidas pela TV Cidade Verde revelam a fragilidade dos presídios do estado, que já culminaram em 57 tentativas de fugas só este ano. As imagens foram feitas com um telefone celular. Na penitenciária de Esperantina, por exemplo, as paredes são feitas de tijolos e não de concreto. Na Casa de Custódia, considerada de segurança máxima, os presos só conseguem sair se cavarem túneis.

A areia recolhida é colocada em sacos para não deixar vestígios. Roupas velhas viram cordas e os vergalhões das paredes são usados como enganchos, que ajudam a escalar muros.

O Sindicato dos Agentes Penitênciários do Piauí (Sinpoljuspi) afirma que das 15 unidades prisionais do Estado, três estão com as estruturas comprometidas: Majór César, Penitencária Mista de Parnaíba e Irmão Guido. Nesta última, na semana passada 17 presos tentaram fugir através de um túnel. 

A Irmão Guido é a campeã de tentativas de fugas, consequência da fragilidade da estrutura. Em todos os lugares do presídio os vergalhões estão visíveis e facilmente retirados pelos detentos. As camas dos presos são feitas de tijolos e servem até de abrigos para animais. A comunicação entre as celas é feita através de buracos nas paredes sem qualquer dificuldade.

As grades nas celas precisam ser recuperadas constantemente. No pátio, os presos conseguem chegar facilmente às guaritas que não possuem policiais em alguns turnos.

"Realmente o problema estrutural da Irmão Guido é histórico, mas tivemos o fortalecimento das paredes do corredor do central. Antigamente, em poucos minutos, os presos atravessavam de um pavilhão para o outro pondo em risco a segurança dos servidores.

O Sinpoljuspi chegou a apresentar um relatório à Secretaria de Justiça com a principais deficiências do sistema prisional no estado. "Enquanto esses problemas não forem vencidos, infelizmente nós deveremos continuar assistindo a fugas e tentativas de fugas", disse Vilobaldo Carvalho, diretor jurídico do sindicato.

Das 57 tentativas de fugas registradas, em 13 os presos conseguiram escapar. O Piauí possui 600 agentes penitenciários para custodiar 3.800 presos. "Há muitos projetos, só que de fato nenhum contempla verdadeiramente o sistema prisional no que diz respeito a questão da segurança pública", afirmou José Roberto, presidente do Sinpoljuspi.

Por Egídio Brito (Da TV Cidade Verde)
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