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Maria da Penha lamenta índices de violência contra mulher e diz que Estado é machista

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Maria da Penha Maia Fernandes, líder do movimento de defesa da mulher, lamentou os dados do Mapa da Violência, divulgados ontem (9) e afirmou que o Estado ainda é completamente machista. Ela está em Teresina (PI), onde participa às 19h de palestra para reforçar a lei que leva o seu nome e combate a violência contra mulheres. 

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (10), Maria da Penha disse que a educação ainda é o caminho para combater a violência contra a mulher, ressaltou projeto desenvolvido nas escolas do Piauí e criticou a falta de estrutura do Estado brasilerio na proteção das mulheres. 

"O Estado é machista, é completamente machista. Quase sete anos que a lei foi sancionada e ainda é preciso criar políticas públicas. E ainda hoje muitos municípios não possuem políticas públicas. Isso reflete no machismo do gestor público. O gestor nem pensa que um dia a sua filha pode ser vítima da violência e precisar de políticas públicas", declarou.

Maria da Penha lamentou os dados do Mapa da Violência, que apontou que 50% dos homicídios de mulheres são cometidos por familiares. Porém, ela ressalta que se a lei que leva seu nome não existisse, a situação estaria bem pior. Além disso, a lei do feminicídio é outra que veio reforçar uma política de defesa das mulheres. 

Na entrevista, ela citou o projeto Lei Maria da Penha nas Escolas, que ajuda a sensibilizar crianças e jovens no Piauí e o exemplo de um cordelista que transformou a linguagem jurídica em popular.

Para Maria da Penha, a cultura da violência é difícil de ser mudada, mas a transformação acontece na educação. Ela elogiou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que abordou o assunto.  E disse que assim como o racismo, acabar com o machismo também é uma luta atual. 

Segundo Maria da Penha, nenhuma mulher está livre da violência, seja de qualquer classe social. Ela orienta as mulheres a procurarem informações sobre seus direitos. "Se a sua cidade não tem políticas públicas, ligue para o número 180 e se informe. É o disque denúncia."

Em Teresina, a líder do movimento de defesa da mulher ministrará palestra às 19h no auditório do Tribunal de Justiça do Piauí. Na entrevista, mostrou o livro "Sobrevivi... Posso contar", que classificou como uma carta de alforria das mulheres brasileiras. Através do livro, entidades internacionais pressionaram o Brasil para implantar a Lei Maria da Penha. 

Já são mais de 10 anos de luta. Por um momento, quando o marido agressor foi condenado e ficou em liberdade, ela quase desistiu. Mas seguiu em frente. Continua a lutar contra a violência doméstica e todas as outras forma de violência contra a mulher. 

No Piauí, Maria da Penha criticou a exclusão da questão de gênero no Plano Municipal de Educação de Teresina e outras cidades. Ela classificou a reprovação como "nefasta" e disse que isso fortalece a violência. "Nossos representantes são vergonhosos e muitos deles não nos representam."

Yala Sena (flash)
Fábio Lima (da redação)
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