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Bumlai deixa cela em Curitiba para depor em CPI

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O pecuarista José Carlos Bumlai, preso na 21º fase da Operação Lava Jato, deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba na manhã desta terça-feira (1º) para participar da sessão da CPI do BNDES que ocorre no Congresso Nacional às 14h30.

O voo ocorre em um avião da Polícia Federal. De acordo com a Polícia Federal, não há previsão de dia e horário da volta de Bumlai.

Bumlai é suspeito de ter praticado tráfico de influência ao intermediar um empréstimo do Banco Shahin no BNDES no valor de R$ 60 milhões. O pecuarista é amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o Ministério Público Federal (MPF) e pela Polícia Federal, o pecuarista tinha livre acesso ao Palácio do Planalto.

Contudo, a prisão do pecuarista está ligada às suspeitas de que ele tenha envolvimento no esquema de fraude, corrupção e lavagem de dinheiro descoberto pela Lava Jato na Petrobras.

O pecuarista foi detido no mesmo dia que deporia na CPI do BNDES, por isso a sessão foi transferida para esta terça-feira.

De acordo com as investigações, ele realizou empréstimos no Banco Shahin no valor de R$ 12 milhões. O financiamento nunca foi pago.

Em troca, o grupo Shahin conquistou, sem licitação, um contrato de navio-sonda na Petrobras. Bumlai nega as suspeitas.

Defesa tentou evitar ida a Brasília

Os advogados que representam o pecuarista José Carlos Bumlai chegaram a solicitar a Justiça Federal que ele fosse dispensado desta sessão da CPI.

Segundo os advogados, ele não irá responder aos questionamentos dos deputados e por isso a viagem seria um gasto desnecessário ao erário.

O juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações penais relacionadas à Lava Jato na primeira instância, afirmou que o pedido deveria ser feito à CPI e não a Justiça. Ao G1, Arnaldo Arnaldo Malheiros Conrado de Almeida Prado, que é advogado do pecuarista, afirmou que já havia solicitado a dispensa aos deputados e que o pedido foi negado.

Bumlai e a Lava Jato

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal afirmam que Bumlai utilizou contratos firmados na Petrobras para quitar empréstimos junto ao Banco Schahin. O dinheiro destes financiamentos era destinado ao PT.

O principal empréstimo em investigação na 21ª fase era de R$ 12 milhões e teve o valor elevado para R$ 21 milhões devido aos acréscimos.

A dívida, de acordo com o Ministério Público Federal, foi perdoada, e a irregularidade foi mascarada com uma falsa quitação no valor inicial do empréstimo.

Em troca, empresas do grupo Schahin conquistaram, sem licitação, o contrato de operação do navio-sonda Vitória 10.000, ainda conforme o Ministério Público Federal.

Para justificar ao Banco Central a falta de pagamento, o banco Schahin efetivou um novo empréstimo em nome de uma empresa do pecuarista. Foi criado um falso contrato entre o empresário e fazendas do grupo Schahin.

Fonte: G1

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