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Crimes contra mulher crescem 20% no interior do PI e diminuem na capital

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A Secretaria de Segurança Pública do Piauí contabilizou aumento de 20% nos crimes dolosos contra a mulher registrados no interior do Piauí. Entre 2014 e 2015, o número de ocorrências subiu de 34 para 41. Já em Teresina, esse tipo de violência diminuiu mais de 32%, passando de 31 para 21 casos. Em todo o Estado, a redução foi de 4,6%.

A diretora de Gestão Interna da Secretaria de Segurança, delegada Eugênia Vila, destaca que após o feminicídio entrar em vigor, em março de 2015, as pessoas estão mais seguras para fazer as denúncias. Ela defende que a violência contra a mulher é cultural e que não existe crime passional. "Ninguém mata por paixão. Mata pelo fato de ser mulher. Essa história de ser passional não existe. É porque é mulher mesmo. Já nascemos com esse déficit democrático e civilizatório de achar que somos menores ou desiguais aos homens", argumentou a delegada, em entrevista ao Jornal do Piauí desta segunda-feira (18).

Para Eugência, a grande inovação da lei do feminicídio foi "descortinar" para a sociedade brasileira o fato de que os homens matam as mulheres somente pelo fato de elas serem mulheres, não por motivo torpe ou fútil. "Tecnicamente, legalmente, nós podemos incluir o feminicídio dentro do homicídio doloso qualificado. É um crime hediondo e nós feministas acreditamos que ele afasta a ideia de paixão e motivo torpe", reforçou.

 

 

A delegada acrescenta que o feminicídio "alarga" a Lei Maria da Penha. "Isso porque independe da relação interpessoal, da relação doméstica. É um grande avanço, mas precisamos de delegados, magistrados e promotores que entendam isso", concluiu.

Jordana Cury
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